AMEII ESSE TEXTO !!! INCRÍVEL E NOS DEIXA BOBOS EM IMAGINAR TODAS ESSAS OPORTUNIDADES QUE FARÃO MARAVILHAS PARA NOSSA CIDADE !!!!
por: Sapiran Brito
[23H:04MIN] 29/07/2011 - OPINIÃO
A comunidade tem acompanhado as conversações entre o poder público e a Globo Filmes para que seja rodado em Bagé as partes principais do filme “O Tempo e o Vento”.
Trata-se da obra fundamental de Erico Veríssimo sobre a história do Rio Grande de forma romanceada. Agora teremos uma versão para o cinema. Começo explicando para aqueles familiarizados com a obra que não se trata de uma transposição do romance para a tela. Literatura e cinematografia têm liguagens diferentes. A partir da obra original trabalharam nela três roteiristas, que fizeram o primeiro, o segundo e o terceiro tratamento com acompanhamento do diretor Jayme Monjardim. Evidentemente que os personagens e o conteúdo principal serão mantidos, o resto correrá por conta destes artistas que farão uma espécie de recriação, levando à tela a essência da história contada pelo romancista de forma resumida em 90 minutos a ela acrescentando a sua própria leitura e escrita. Monjardim sonha alto, segundo ele, até aqui, está será a sua maior obra e todos nós torcemos para que, quem sabe, ela não venha representar o Brasil na maior premiação cinematográfica do mundo, o Oscar. É tão grandiosa a empreitada que a Globo Filmes estabeleceu parceria com duas outras produtoras: Nexus Cinema de São Paulo e a Panda Filmes do Rio Grande do Sul, além dos apoios fundamentais das prefeituras: de Bagé, Candiota, Pelotas, Viamão e Paulínia no estado de São Paulo onde serão rodados em estúdios os interiores. No resultado final, graças a tecnologia e a geografia do cinema, tudo será fundido numa só região, as Missões e o Pampa gaúcho.
O custo total desta produção é de mais de nove milhões, sem contar os aportes financeiros e logísticos, contribuições dos municípios referidos. No nosso caso, Bagé, graças a uma demorada negociação conduzida com todo cuidado como deve proceder qualquer governo sério, o aporte financeiro será simbólico e captado junto a empresas que desejarem participar do projeto, de modo que não saiam recursos do cofre público municipal. Muito pelo contrário, teremos a médio prazo ganhos financeiros que irão beneficiar a cultura e o turismo local. Bagé ganhará nessa negociação uma cidade cenográfica, a Santa Fé imaginada por Erico, tomará forma material no Parque do Gaúcho, e existe todo um planejamento para o aproveitamento deste equipamento, logo após terminem as filmagens. Ganharemos também, porque faz parte do acordo negociado, o aproveitamento da mão de obra local, marceneiros, pedreiros, serralheiros, artesões, peões campeiros e mais uma gama de profissionais, estarão trabalhando de forma remunerada na produção. Também nosso povo participará da figuração, pequenos papéis e tarefas técnicas auxiliares. Especialmente jovens que se interessam por cinema terão a oportunidade de vivenciar e participar de uma superprodução, coisa que até ontem, era impossível de imaginar fosse acontecer um dia em Bagé. A par disso ganharão os hotéis, os bares, restaurantes, taxistas e outros serviços, que irão atender, não só a equipe do filme, como aos turistas que para cá se dirigirão para verem de perto e por dentro como se faz uma grande produção cinematográfica. Concluído o trabalho, o filme entrará em circuíto nacional e também será comercializado para o resto do mundo. Logo após será exibido em forma de minissérie, aqui e em vários países. Durante muitos anos, mundo afora se falará em Bagé, cidade que sediou “O Tempo e o Vento” e quem nos visitar poderá vestir-se com as roupas utilizadas no filme, tirar fotos de recordação dizendo: -”Aqui estou de Bibiana ou Capitão Rodrigo”. Figurinos, objetos e adereços utilizados permanecerão aqui a disposição no memorial de Santa Fé, que passará a usar as instalações para representações teatrais e até quem sabe um espetáculo permanente de som e luz. Também ficará a disposição do público cópia da película, registro de vozes dos atores, fotos e o macking off (o filme por dentro). Também pelo período que estiverem aqui, cenotécnicos estarão ministrando oficinas para que os nossos jovens se apropriem das técnicas e truques cinematográficos. Não resta a menor dúvida que esse será o grande evento em nossa cidade nos anos de 2011 e 2012. Não tenho a menor dúvida que só teremos a ganhar, portanto, é fundamental que todos “entre no espírito da coisa” e consigam dimensionar a grandeza e o significado do acontecimento e que nele se envolvam das formas mais diversificadas. Abracem o Tempo e o Vento como nós estamos abraçando. Acariciem o visitante, sejam atenciosos e hospitaleiros para que todos levem de nós, as melhores lembranças, pois esse será um momento único de afirmação de nossos tão cultuados valores, oportunidade rara para comprovarmos que somos gente de primeira e que não é por acaso que falam por aí tão bem de Bagé.
Para a decisão final de Monjardim foram fundamentais: os nossos equipamentos, a nossa paisagem, a nossa luz, os tipos humanos e especialmente a atenção e cuidados dedicados a equipe de produção. Isto só aumenta a nossa autoestima ao mesmo tempo que, faz pesar nos nossos ombros uma grande responsabilidade. Não podemos de forma nenhuma decepcioná-los. Ficam portanto convocados, todas as forças animadas e desanimadas, toda a sociedade organizada ou desorganizada, toda a iniciativa privada, todos os prestadores de serviços, todas as instituições, enfim, toda a sociedade bajeense. Vamos colocar em prática na boca desta gente que estará conosco o tido de Tarcísio Taborda: “Melhor que Bagé só Paris... Se não chover”.
FONTE JM
Bem Vindos a Bagé !!! Porta de entrada para o pampa gaúcho,seus campos preservam o bioma natural da região e seu povo não se cansa de mencionar a sua rica arquitetura urbana e rural.Como o gaúcho de fronteira jamais viveu sem um cavalo,só poderia ser por aqui que se encontra o que há de melhor na produção eqüina nacional,principalmente dos puros-sangues ingleses e dos crioulos.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Justiça proíbe prefeitura de emitir alvarás de demolição
[23H:12MIN] 29/07/2011 - PATRIMÔNIO
Episódios recentes como a demolição do prédio que abrigava a 2ª Delegacia de Polícia Civil e a torre que dá nome ao bairro Jardim do Castelo, casos de demolição de imóveis que fazem parte do patrimônio arquitetônico,cultural e histórico de Bagé, resultaram numa ação civil pública movida pela promotora da Promotoria de Justiça Especializada de Bagé, Luciana Cano Casarotto, contra o município.
Na tarde de ontem, o juiz Roberto Coutinho Borba, deferiu despacho favorável à ação movida pela promotoria. A partir de agora, a Prefeitura de Bagé não poderá mais emitir alvarás de demolição, até que seja criado e formado o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental do Município de Bagé (Compreb).
A decisão também cancela os efeitos de alvarás de demolição irregulares e determina a utilização de um estudo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a elaboração de um levantamento cultural preliminar do município. Enquanto o Compreb não for constituído, estão proibidas as intervenções civis em imóveis inseridos em zonas de preservação cultural previstas em lei e prédios catalogados pelo Iphan. Quando o Conselho estiver formado, os alvarás poderão ser concedidos mediante análise e autorização.
Em sua argumentação a promotora salienta que a falta de um Inventário Cultural e Patrimonial para a cidade prejudica a preservação dos prédios. Luciana argumenta que a Secretaria Municipal de Coordenação e Planejamento (Scoplan) passou a exigir que os pedidos de alvará de demolição fossem instruídos com fotografias, com fins de avaliar o potencial cultural da edificação que sofreria alterações. Entretanto, essa mudança no procedimento formal não resultou em uma mudança na postura dos agentes públicos. Mesmo examinando imagens de prédios considerados dignos de conservação intermediária pelo Iphan, a secretaria emitiu alvarás autorizando suas demolições.
FONTE JM
Episódios recentes como a demolição do prédio que abrigava a 2ª Delegacia de Polícia Civil e a torre que dá nome ao bairro Jardim do Castelo, casos de demolição de imóveis que fazem parte do patrimônio arquitetônico,cultural e histórico de Bagé, resultaram numa ação civil pública movida pela promotora da Promotoria de Justiça Especializada de Bagé, Luciana Cano Casarotto, contra o município.
Na tarde de ontem, o juiz Roberto Coutinho Borba, deferiu despacho favorável à ação movida pela promotoria. A partir de agora, a Prefeitura de Bagé não poderá mais emitir alvarás de demolição, até que seja criado e formado o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental do Município de Bagé (Compreb).
A decisão também cancela os efeitos de alvarás de demolição irregulares e determina a utilização de um estudo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a elaboração de um levantamento cultural preliminar do município. Enquanto o Compreb não for constituído, estão proibidas as intervenções civis em imóveis inseridos em zonas de preservação cultural previstas em lei e prédios catalogados pelo Iphan. Quando o Conselho estiver formado, os alvarás poderão ser concedidos mediante análise e autorização.
Em sua argumentação a promotora salienta que a falta de um Inventário Cultural e Patrimonial para a cidade prejudica a preservação dos prédios. Luciana argumenta que a Secretaria Municipal de Coordenação e Planejamento (Scoplan) passou a exigir que os pedidos de alvará de demolição fossem instruídos com fotografias, com fins de avaliar o potencial cultural da edificação que sofreria alterações. Entretanto, essa mudança no procedimento formal não resultou em uma mudança na postura dos agentes públicos. Mesmo examinando imagens de prédios considerados dignos de conservação intermediária pelo Iphan, a secretaria emitiu alvarás autorizando suas demolições.
FONTE JM
terça-feira, 26 de julho de 2011
A PRAÇA MAIS ANTIGA DE BAGÉ
VISITANDO O BLOG DA VELHA GUARDA DO COLÉGIO CARLOS LUWE, ENCONTREI ESTA BELA FOTO DO JORNALISTA CID MARINHO, E "ROUBEI-A" E VOU PUBLICÁ-LA AQUI TB PARA QUE MEUS SEGUIDORES TB ACOMPANHEM UM POUCO DA FORMAÇÃO DESTA BELA CIDADE.
PALAVRAS DE CID MARINHO AO BLOG DA VELHA GUARDA:
Salve, Grande Vaz!
Obrigado, por mais esta honrosa oportunidade! E, para os estudiosos de fotografia, vale lembrar que a imagem acima é mesmo bastante rara! Observem que na fotografia produzida no interior da Praça, já haviam instalados os seus belos "Chafarizes", mas, ainda não existiam os famosos sobrados que ficavam em frente ao "Coreto"... O que vemos então (ao fundo, e no centro da foto), é a fachada do extinto prédio de um só pavimento, que existiu na esquina da Av. Sete, com a Rua Mons. Costábile Hipólito, e que foi demolido em 1950, para dar lugar ao "Edifício Salim Kalil". E tal e coisa, e coisa e tal...
Att. Cid.
26/07/11 11:40
Bagé ganha parque temático
por: Glauber Pereira
[00H:59MIN] 21/07/2011 - OPINIÃO
Santa Fé não é só presente, mas está fadada a determinar o crescimento do setor turístico. Coisas da cultura, o maior tesouro de Bagé
Por trás da euforia sobre a confirmação da cidade cenográfica de Santa Fé ser construída em terreno bajeense, há uma dimensão muito mais produtiva e determinante para melhorar o futuro dos bajeenses. E essa análise pouco tem de ficção, ainda que o fator originário seja o cinema e a literatura.
Há algo de muito concreto nessa oportunidade. Em que pese ser a segunda vez que a Rainha da Fronteira passa pela oportunidade de ser cenário de produções com o peso da Rede Globo, é a primeira vez que uma estrutura física será erguida em Bagé. Isso faz lembrar de outra cidade da região, Caçapava do Sul, que recebeu sets do longa-metragem dirigido por Sérgio Silva, Anahy de Las Misiones. Para aproveitar todas as, então reduzidas, chances de exploração turísticas, o município foi presenteado com o carroção que acompanhou a saga retratada no filme e parte dos figurinos, elementos que foram por diversas vezes utilizados em iniciativas locais.
Passados quase 15 anos, é Bagé que tem a oportunidade de sediar uma grande produção e guardar registros reais o suficiente para fazer deles ferramentas de estruturação de um mercado turístico até agora insipiente. Com a cidade cenográfica de uma obra que carrega o espírito da colonização do Rio Grande do Sul – O tempo e o vento, do escritor gaúcho Erico Verissimo – o município terá a chance de ter um verdadeiro templo de adoração ao perfil do gaúcho.
A Santa Fé em Bagé, se bem direcionada, poderá se transformar em um dos maiores pontos turísticos do estado, já que vai imitar na íntegra o estilo e a estética das povoações gaúchas. Assim, poderá facilmente ser transformada em um parque temático. Imagine um parque assim, com segurança, bilheteria e espetáculos permanentes para atrair um fluxo cada vez mais crescente de consumidores do mercado dos free shops.
Santa Fé não é só presente, mas está fadada a determinar o crescimento do setor turístico. Coisas da cultura, o maior tesouro de Bagé.
FONTE JM
[00H:59MIN] 21/07/2011 - OPINIÃO
Santa Fé não é só presente, mas está fadada a determinar o crescimento do setor turístico. Coisas da cultura, o maior tesouro de Bagé
Por trás da euforia sobre a confirmação da cidade cenográfica de Santa Fé ser construída em terreno bajeense, há uma dimensão muito mais produtiva e determinante para melhorar o futuro dos bajeenses. E essa análise pouco tem de ficção, ainda que o fator originário seja o cinema e a literatura.
Há algo de muito concreto nessa oportunidade. Em que pese ser a segunda vez que a Rainha da Fronteira passa pela oportunidade de ser cenário de produções com o peso da Rede Globo, é a primeira vez que uma estrutura física será erguida em Bagé. Isso faz lembrar de outra cidade da região, Caçapava do Sul, que recebeu sets do longa-metragem dirigido por Sérgio Silva, Anahy de Las Misiones. Para aproveitar todas as, então reduzidas, chances de exploração turísticas, o município foi presenteado com o carroção que acompanhou a saga retratada no filme e parte dos figurinos, elementos que foram por diversas vezes utilizados em iniciativas locais.
Passados quase 15 anos, é Bagé que tem a oportunidade de sediar uma grande produção e guardar registros reais o suficiente para fazer deles ferramentas de estruturação de um mercado turístico até agora insipiente. Com a cidade cenográfica de uma obra que carrega o espírito da colonização do Rio Grande do Sul – O tempo e o vento, do escritor gaúcho Erico Verissimo – o município terá a chance de ter um verdadeiro templo de adoração ao perfil do gaúcho.
A Santa Fé em Bagé, se bem direcionada, poderá se transformar em um dos maiores pontos turísticos do estado, já que vai imitar na íntegra o estilo e a estética das povoações gaúchas. Assim, poderá facilmente ser transformada em um parque temático. Imagine um parque assim, com segurança, bilheteria e espetáculos permanentes para atrair um fluxo cada vez mais crescente de consumidores do mercado dos free shops.
Santa Fé não é só presente, mas está fadada a determinar o crescimento do setor turístico. Coisas da cultura, o maior tesouro de Bagé.
FONTE JM
Bagé será Santa Fé em “O Tempo e o Vento”
por: Munique Monteiro
[00H:00MIN] 21/07/2011 - CINEMA
Depois de meses de expectativa, foi definido no final da manhã de ontem que Bagé e Candiota receberão as filmagens do filme "O Tempo e o Vento".
FRANCISCO RODRIGUES
Na Rainha da Fronteira as gravações acontecerão no Parque do Gaúcho, que será a cidade cinematográfica de "Santa Fé", e no município vizinho, no antigo cemitério Alto Santa Rosa ocorrerão as cenas de batalhas. A previsão é que em novembro comece a construção de toda a estrutura, já entre março e abril de 2012, devem iniciar as filmagens. No fim da tarde de ontem, o prefeito de Bagé, Luís Eduardo Colombo dos Santos, concedeu uma coletiva de imprensa para fazer o anúncio oficial aos veículos de comunicação do município.
Para o prefeito, a decisão deixa a cidade num lugar privilegiado, dando ênfase que foram oferecidas todas às condições desejadas para a produção realizar as filmagens. "No ano do bicentenário, Bagé ganha uma nova cidade, Santa Fé", comemora. O momento é considerado ideal pelo prefeito, "é um grande presente para a cidade, até porque já vínhamos nessa conversação há meses", salienta. A próxima etapa é a captação de recursos para viabilizar toda a estrutura necessária à produção da película. "Nos próximos dias vamos realizar uma reunião com os deputados da região, Luís Augusto Lara, Luiz Fernando Mainardi e Afonso Hamm, além do deputado federal Ronaldo Zülke e o presidente da Câmara Federal, deputado Marco Maia. Também estará participando dessa articulação o presidente da Câmara de Vereadores, Sílvio Machado", ressalta. Colombo diz ser necessária uma grande preparação para a cidade receber este momento tão especial, para tanto, reunirá entidades de diferentes segmentos, para que possam estar organizadas para acolherem da melhor maneira possível os visitantes, que serão das mais variadas áreas, desde artistas e produtores, a grande mídia nacional, que gravará programas de TV, assim como produzirá materiais para revistas e sites.
Segundo o secretário de Cultura Sapiran Brito, Bagé nunca teve um evento deste porte, e dificilmente terá novamente, afirmando ser incalculável o retorno que esta gravação trará, "é a maior produção da Globo Filmes, seremos divulgados para o mundo", enfatiza. Sapiran conta que o diretor Jayme Monjardim afirmou que este é o filme da sua vida, e que a estrutura da cidade determinou que a Rainha da Fronteira fosse escolhida. Conforme a secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Magda Flores, ao mesmo tempo em que esta decisão é um presente aos bajeenses, também exige uma superação, "é um grande desafio", declarou. Magda destaca a necessidade do "bem receber", de realizar uma preparação intensa para viver este momento. "Vai mexer com toda a cidade", dando ênfase para a economia e dizendo que o cinema é a arte que dá mais projeção a um local.
O prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, também confirmou ontem que o município receberá gravações do filme. "Tínhamos muito interesse em possibilitar esta iniciativa e conseguimos. Tenho certeza que isto trará muitos benefícios para o nosso município", comemorou. Num breve encontro com o co-produtor Beto Rodrigues, na manhã de ontem, a equipe do Jornal MINUANO teve acesso aos desenhos da cidade cinematográfica de Santa Fé, que será construída no Parque do Gaúcho. Na foto em destaque nesta matéria é possível ter uma ideia do que a equipe produzirá no local.
FONTE JM
quarta-feira, 20 de julho de 2011
REVOLUÇÃO DE 1923
Vídeo elaborado com fotografias sobre a Revolução de 1923 em Bagé, RS, com base no livro do Prof. Cláudio de Leão Lemieszek, intitulado "Noticias da Revolução de 1923 em Bagé, a Capital da Paz", Praça da Matriz Editora, Bagé, 2008.
É também uma homenagem a esse competente e talentoso escritor portoalegrense radicado em Bagé, RS.
O hino do Rio Grande do Sul acompanha as imagens.
José Francisco Lacerda
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
José Francisco Lacerda, vulgo Chico Diabo, (Camaquã, 1848 — Cerro Largo, 1893) foi um militar (cabo) brasileiro que lutou na Guerra do Paraguai e ficou famoso por ter matado o ditador paraguaio Francisco Solano López, na batalha de Cerro Corá (1º de março de 1870).
Biografia
Chico nasceu numa família de poucos recursos e, ainda menino, empregou-se na carniçaria de propriedade de um italiano, em São Lourenço do Sul, município vizinho à Camaquã, sua terra natal. Nesta carniçaria fabricava produtos como charque, linguiça e salame.
Coronel Joca Tavares (terceiro sentado, da esquerda para a direita) e seus auxiliares imediatos, incluíndo Francisco Lacerda, mais conhecido como "Chico Diabo" (terceiro em pé, da esquerda para a direita).
Em 1863, quando contava apenas 15 anos, Chico descuidou-se da vigilância e um cão entrou no recinto onde estava guardada a carne, devorando alguns pedaços. Ao tomar conhecimento do ocorrido pelo próprio Chico, o italiano passou a agredi-lo. O menino tomou de uma faca usada no seu trabalho e matou seu patrão. De imediato, fugiu a pé para a casa de seus pais, onde chegou na manhã do dia seguinte, portanto caminhando um dia e uma noite sem parar para descanso.
Ao ver um vulto, ao longe, a mãe de Chico exclamou: “Garanto que é aquele diabinho que vem vindo”. Por causa desta frase, ganhou o apelido de Chico Diabo que o acompanharia pelo resto da vida.
Os pais, com medo de que o filho sofresse represálias, providenciaram sua mudança para a propriedade de seu tio Vicente Lacerda, em Bagé.
Em 1865, passou pelo local um destacamento dos Voluntários da Pátria, comandado pelo então Coronel Joca Tavares, que ia se juntar às forças brasileiras que combatiam no Paraguai. Convidado a integrar ao contingente, Chico aceitou.
Na Guerra do Paraguai, Chico, já então promovido a cabo, celebrizou-se por haver matado, na Batalha de Cerro Corá, o ditador Francisco Solano López, com um certeiro golpe de lança na virilha. O golpe foi aparentemente fatal, embora, na seqüência, o soldado gaúcho João Soares, tenha alvejado López com um tiro de revólver.
Ao matar o ditador, Chico teria descumprido ordens superiores, que determinavam que ele fosse capturado vivo. Mas não há consenso entre os historiadores quanto a este fato. Alguns autores inclusive afirmam que havia uma recompensa de cem libras de ouro para quem o matasse. Segundo fontes da época o Imperador Dom Pedro não autorizou que Lacerda recebesse a medalha por bravura em combate, porque temia que na Europa pensassem que Solano Lopez teria sido morto após ser preso. Outras fontes revelam que Joca Tavares fazia parte da Maçonaria, da qual Solano era membro e no combate este se recusou a enfrentá-lo.
No entanto, Chico recebeu como recompensa cem vaquilhonas (vacas que ainda não deram cria). Tomou ainda para si a faca de prata e ouro que López levava quando foi morto e na qual constavam, gravadas em ouro, as iniciais FL, coincidentemente as mesmas do nome de Chico. A lança usada pelo militar brasileiro no episódio encontra-se no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro.
O nome de Chico ficou consagrado popularmente em uma quadrinha muito em voga na época: "O Cabo Chico Diabo, do diabo Chico deu cabo".
Ao retornar do Paraguai, em 1871, Chico casou-se com uma prima, Isabel Vaz Lacerda, com quem teve quatro filhos, e trabalhou como capataz em várias estâncias.
Faleceu repentinamente, em 1893, quando se encontrava no Uruguai a serviço de Joca Tavares. Para receber os restos mortais do marido, anos depois, a viúva Isabel teve que contratar um uruguaio para roubá-los. Seu corpo foi sepultado novamente no Cemitério da Guarda, em Bagé. Em 2002, foi colocada uma lápide sobre o túmulo, por iniciativa do núcleo de pesquisas históricas daquela cidade gaúcha.
José Francisco Lacerda, vulgo Chico Diabo, (Camaquã, 1848 — Cerro Largo, 1893) foi um militar (cabo) brasileiro que lutou na Guerra do Paraguai e ficou famoso por ter matado o ditador paraguaio Francisco Solano López, na batalha de Cerro Corá (1º de março de 1870).
Biografia
Chico nasceu numa família de poucos recursos e, ainda menino, empregou-se na carniçaria de propriedade de um italiano, em São Lourenço do Sul, município vizinho à Camaquã, sua terra natal. Nesta carniçaria fabricava produtos como charque, linguiça e salame.
Coronel Joca Tavares (terceiro sentado, da esquerda para a direita) e seus auxiliares imediatos, incluíndo Francisco Lacerda, mais conhecido como "Chico Diabo" (terceiro em pé, da esquerda para a direita).
Em 1863, quando contava apenas 15 anos, Chico descuidou-se da vigilância e um cão entrou no recinto onde estava guardada a carne, devorando alguns pedaços. Ao tomar conhecimento do ocorrido pelo próprio Chico, o italiano passou a agredi-lo. O menino tomou de uma faca usada no seu trabalho e matou seu patrão. De imediato, fugiu a pé para a casa de seus pais, onde chegou na manhã do dia seguinte, portanto caminhando um dia e uma noite sem parar para descanso.
Ao ver um vulto, ao longe, a mãe de Chico exclamou: “Garanto que é aquele diabinho que vem vindo”. Por causa desta frase, ganhou o apelido de Chico Diabo que o acompanharia pelo resto da vida.
Os pais, com medo de que o filho sofresse represálias, providenciaram sua mudança para a propriedade de seu tio Vicente Lacerda, em Bagé.
Em 1865, passou pelo local um destacamento dos Voluntários da Pátria, comandado pelo então Coronel Joca Tavares, que ia se juntar às forças brasileiras que combatiam no Paraguai. Convidado a integrar ao contingente, Chico aceitou.
Na Guerra do Paraguai, Chico, já então promovido a cabo, celebrizou-se por haver matado, na Batalha de Cerro Corá, o ditador Francisco Solano López, com um certeiro golpe de lança na virilha. O golpe foi aparentemente fatal, embora, na seqüência, o soldado gaúcho João Soares, tenha alvejado López com um tiro de revólver.
Ao matar o ditador, Chico teria descumprido ordens superiores, que determinavam que ele fosse capturado vivo. Mas não há consenso entre os historiadores quanto a este fato. Alguns autores inclusive afirmam que havia uma recompensa de cem libras de ouro para quem o matasse. Segundo fontes da época o Imperador Dom Pedro não autorizou que Lacerda recebesse a medalha por bravura em combate, porque temia que na Europa pensassem que Solano Lopez teria sido morto após ser preso. Outras fontes revelam que Joca Tavares fazia parte da Maçonaria, da qual Solano era membro e no combate este se recusou a enfrentá-lo.
No entanto, Chico recebeu como recompensa cem vaquilhonas (vacas que ainda não deram cria). Tomou ainda para si a faca de prata e ouro que López levava quando foi morto e na qual constavam, gravadas em ouro, as iniciais FL, coincidentemente as mesmas do nome de Chico. A lança usada pelo militar brasileiro no episódio encontra-se no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro.
O nome de Chico ficou consagrado popularmente em uma quadrinha muito em voga na época: "O Cabo Chico Diabo, do diabo Chico deu cabo".
Ao retornar do Paraguai, em 1871, Chico casou-se com uma prima, Isabel Vaz Lacerda, com quem teve quatro filhos, e trabalhou como capataz em várias estâncias.
Faleceu repentinamente, em 1893, quando se encontrava no Uruguai a serviço de Joca Tavares. Para receber os restos mortais do marido, anos depois, a viúva Isabel teve que contratar um uruguaio para roubá-los. Seu corpo foi sepultado novamente no Cemitério da Guarda, em Bagé. Em 2002, foi colocada uma lápide sobre o túmulo, por iniciativa do núcleo de pesquisas históricas daquela cidade gaúcha.
Vida e morte de Adão Latorre
por: Luis Godinho
[13H:25MIN] 30/12/2005 - PARAPEITO
No ano de 1983 ao ler o livro A história de Bagé de Eurico Jacinto Sales, edição 1955, dei início a uma pesquisa sobre a vida de Adão Latorre, o que acabou em letra e música. Naquela época ainda não se dava muita importância à degola (combate do Rio Negro). Entendiam que o “Negro Adão” não passava de um covarde a mando do general Joca Tavares. Os anos se passaram e a música com letra de minha autoria e melodia de Luiz Carlos Camejo Cardoso (o Cardosinho de Bagé), interpretação de Wilson Paim, tornou mais popular e entendida a figura de Adão Latorre. Já no ano de 1993, Centenário da Revolução Federalista, a Urcamp Bagé, através do ilustre mestre, professor, pesquisador e historiador dr. Tarcísio Antônio da Costa Taborda, realiza um belo conclave em comemoração ao centenário da revolução, quando então anuncia que Adão Latorre era um tenente-coronel do Exército Uruguaio e que atuava como mercenário na dita revolução. Já no ano 2004, juntamente com o Núcleo de Pesquisa Históricas de Bagé, que tem o nome em homenagem ao dr. Tarcísio, visitamos o túmulo de Chico Diabo (na Guardinha) e logo a seguir o de Adão Latorre (cemitério de Santa Tecla) aproximadamente a oito quilômetros de Bagé. Mais adiante fomos informados por Eron Vaz Mattos do local onde moravam os pais de Adão Latorre (Rodeio Colorado) a partir da aí, então, é que entendemos o motivo da degola do Rio Negro, ou seja:
O coronel Pedroso depois de atear fogo na Estância do Limoeiro, cruza pelos “Olhos D’Água” e a poucos quilômetros, próximo a Encruzilhada, degola os pais de Adão Latorre e ateia fogo no seu rancho. Por esse motivo é que Adão Latorre se apresenta como voluntário aos revolucionários com o intuito de vingar o assassinato de seus pais por Manoel Pedroso, o que aconteceu com a sua degola e a seguinte narrativa, segundo o dr. João Maria Colares, em História de Bagé por Eurico Jacinto Sales, página 278:
MP - Adão, quanto vale a vida de um homem valente e de bem?
AL - De bem... não sei!!! A vida de um homem vale muito, a tua não vale nada porque está no fio de minha faca e não há dinheiro que pague.
MP - Pois então degola “negro filho da puta”. Dito isso segurou-se a um arbusto, levantando a cabeça para facilitar a tarefa ao inimigo.
Assistiu essa cena Pedro Luis Lacerda que dizia ainda haver ouvido o pedido de Pedroso a Adão para que entregasse um anel de seu uso a uma filha residente em Pelotas, segundo informações foi cumprido o feito por Adão Latorre. Passou anos e segundo as pessoas que conviveram com Adão diziam que era um cidadão de paz, amigo e servidor.
Na minha passagem pelo Exército Brasileiro por quase 30 anos, conheci o Pedro Antônio de Souza Neto (tio Pedro), ferreiro do antigo 12º RC, hoje 3º Batalhão Logístico (Batalhão Presidente Médici), o qual, ao conhecer a música Adão Latorre e seu autor, confessou, que no ano de 1923, com a patente de 3º sargento do Exército, foi designado a integrar um pelotão para fazerem o translado do corpo de Adão Latorre do Passo da Maria Chica (Ferraria, Dom Pedrito) para Bagé, onde foi sepultado no cemitério de Santa Tecla onde se encontra até hoje, conforme registro fotográfico, juntamente com seu irmão, o major João Latorre. Segundo informações, Adão Latorre foi fuzilado pelos capangas do major Antero Pedroso irmão de Manoel Pedroso em uma emboscada. Pedro Antonio de Souza Neto, desempenhou suas funções no 3º Batalhão Logístico, até os 90 anos de idade, vindo a falecer com toda a sua lucidez, aos 93 anos.
Letra música
Adão Latorre
Bombacha de pano bom
Cinto com as iniciais
Cabo de relho prateado
Com traços de ouro puro
Faca de prata e espada
Num pulso muito seguro.
“93” foi tua época
e nela foste um taura
temido em toda a pampa
por causa da degolada
da faca fio de navalha
E a gravata colorada.
Mais de trezentos foi teu número
Mais ou menos diz a história
Entre ganhas e perdidas
Tiveste mais foi vitória
Para uns tristeza e dor
Para outros, fortuna e glória.
Bom cavalo o teu tordilho
Os capangas eram dos bons
Com fletes do mesmo pêlo
Boas pilchas, bons aperos
Para uns era valente
Para outros covardão
Degolador de “93”
Coronel, negro Adão.
Corre a faca, corre o sangue
Tomba o homem na ladeira
Pois a morte é derradeira
Não dá mais pra atacar
Depois do pescoço solto
Não dá mais pra costurar.
Jota, jota, jota paisano
Cambalhota soldado clarim
Lagoa da música a bolapé
Negro Adão guarda a faca
“93” foi assim.
Arquivo/Luis Godinho
Adão Latorre
Tenente Coronel Adão Latorre foi um revolucionário Maragato (ou Gasparistas) que lutou na Revolução Federalista, refrega de bala e facão onde os Federalistas queriam apear do poder Júlio de Castilhos. Adão foi famoso, entre outras coisas, além da bravura mostrada em batalha, pela seu plantel de degolas, que era como na época se resolviam a questã dos indesejados e dispendiosos prisioneiros, pois balas e pólvora custavam caro é eram deixadas para as escaramuças "de verdade" e as cordas eram usadas para outros fins e aqui no sul, não é sempre que se acha uma adequada para enforcar (além de ser trabalhoso).
A história mais famosa do preto Adão foi a degola do Rio Negro, onde Adão degolou mais de 300 Chimangos (como eram chamados os governistas em 1923- Chimango - Milvago chimango Vieillot 1816 - é uma ave de rapina ocorrente no Rio Grande do Sul - antes eram chamados de Castilhistas ou Pica-paus) depois da Batalha do Rio Negro, no local chamado Potreiro das Almas, aqui pela volta de Bagé (aqui também Bagé) e Hulha Negra.
E sim, correm histórias aqui em Bagé, que a noite, no Potreiro das Almas, os corajosos que lá vão conseguem escutar os lamentos dos degolados.
O troço, a degola do Rio Negro, ocorreu em 23 de novembro de 1893. Sim, é um episódio controverso, tanto na autoria quanto nos números. Tarcísio Taborda, historiador bageense, conta trinta execuções e alguns pesquisadores, concluem que Adão por ser "pobre e preto" (sic.) levou a culpa. O que podemos ter certeza, era que as degolas ocorriam de ambos os lados. Contam histórias que algumas eram até precedidas de castração e existia até a modalidade de corrida de degolados. Criativos. Mas uma certeza é que Adão Latorre morreu metralhado aos 83 anos durante a revolução de 1923 (falarei mais outra hora), próximo a Dom Pedrito. Sim, você leu certo. Ele morreu lutando aos 83 anos. Sejam 30 ou trezentos degolados, o sujeito era macho. Só de metranca mesmo para parar o preto Adão.
Túmulos dos esquecidos
por: Cláudio Falcão
[19H:08MIN] 05/11/2010 - HSITÓRIA
O passar dos anos se encarrega de tornar mais fraca a memória da comunidade e de quase apagar a trajetória de vultos do passado.
Adão Latorre, o célebre bajeense que lutou nas revoluções de 1893 e de 1923 é um desses esquecidos. Seu túmulo, no Cemitério dos Anjos, recebe poucas visitas. No último Dia de Finados algumas velas foram colocadas em sua lápide por algum nostálgico. O cemitério se situa em propriedade particular e não está sob a responsabilidade da prefeitura. A pouca manutenção é feita pelos familiares dos mortos ou pelos proprietários da área que não podem se responsabilizar integralmente por esse tipo de cuidado. Mesmo assim, o cemitério pode ser visitado por qualquer um, desde que solicite permissão. Em dias especiais, como Finados, a entrada é livre. Adiante do Cemitério dos Anjos, na mesma estrada do Passo do Tigre, fica o Cemitério da Guarda, onde está sepultado outro personagem histórico: Chico Diabo. Em seu túmulo está a placa fixada pelo Núcleo de Pesquisas Históricas Tarcísio Taborda. A aparência da sepultura permite supor que é muito visitada. O local, sem dúvidas é de mais fácil acesso. O cemitério está sob responsabilidade do poder público municipal. O que se nota, entretanto, é que tanto um como outro, necessitam de mais cuidados. A biografia de Latorre até hoje divide opiniões e gera debates polêmicos. A História é escrita pelos vencedores para os compêndios oficiais, mas é contada, também, pelos vencidos.
Como breve relato para esclarecer o contexto da época, Fagundes Cunha explica: “Maragatos e Pica-Paus, os dois grupos que alimentaram a guerra civil de 1893/1894, encontravam-se apoiados em razões muito diversas. Os Maragatos, também chamados federalistas, afirmavam-se vítimas da ditadura de Júlio de Castilhos, o “bárbaro togado”, fiel seguidor de Auguste Comte e do Positivismo. Como presidente do Rio Grande do Sul, insistia que os adversários precisavam ser punidos, sem piedade, em seus bens e em suas próprias pessoas. Partidários da república parlamentarista e do fortalecimento do ente federativo, seus líderes principais eram Gaspar Silveira Martins, inflamado tribuno dos tempos do Império e ideólogo do novo sistema, mais José da Silva Tavares e Gumercindo Saraiva na condição de generais ou cabos-de-guerra”. Estabelecida a vitória dos legalistas (Pica-Paus), e de acordo com a cartilha positivista, todos os expoentes maragatos foram, de certa forma, apagados ou diminuídos no contexto histórico. Note-se o nome das ruas da cidade onde os líderes maragatos são em menor número. Nesse mosaico, que é a memória, Adão Latorre sobrevive. Sua biografia é escassa e pontuada de afirmações pouco elogiosas referentes à sua suposta crueldade. Aos olhos contemporâneos a “Revolução da Degola” (1893) foi página das mais cruéis. É evidente que o ato em si é cruento, mas é preciso levar em conta o contexto da época. Paupérrimas provisões de munição, desgaste físico gigantesco face ao clima inclemente, embrutecimento moral e psicológico fruto da violência da guerra levavam à prática da “colorada” entre as fileiras revolucionárias. Se do lado maragato era assim, que dizer dos Pica-paus que decapitaram Gumercindo Saraiva, irmão de Aparício?
O episódio é atribuído ao comando de Firmino de Paula, pica-pau de destaque.
O que fica claro é que os massacres eram de ambos os lados. A famosa degola do Rio Negro, aqui perto de Bagé, faz a figura de Latorre ser realçada pela frieza nas execuções. Relatos dão conta que seriam 300 prisioneiros legalistas degolados, cifra controvertida pela falta de comprovação. Tanto que o historiador bajeense, Tarcísio Taborda, em aprofundada pesquisa, concluiu serem 30 execuções. Nessa ocasião, Latorre teria 58 anos de idade. Os pica-paus, por sua vez, em Palmeira das Missões, venceram o combate do Boi Preto, no Capão da Mortandade. Sobre esse fato é relatado que os prisioneiros maragatos foram atados com tentos e postos em marcha com a coluna vencedora. No caminho eram degolados e os números indicam cerca de 250 execuções (artigo de Tupinambá Nascimento, desembargador aposentado do TJRS). Como se pode notar, a herança positivista se encarrega de “laurear” os maragatos vencidos com a pecha de bárbaros cruéis. E nesse panteão, desponta Adão Latorre, que morreu em combate, em Dom Pedrito, com pouco mais de 80 anos, na revolução de 1923. A tapera de sua casa se decompõe e desaparece, aos poucos, silenciosa, à beira da estrada. Poucos vão visitar sua tumba e aos poucos ele vai sendo esquecido.
[19H:08MIN] 05/11/2010 - HSITÓRIA
O passar dos anos se encarrega de tornar mais fraca a memória da comunidade e de quase apagar a trajetória de vultos do passado.
Adão Latorre, o célebre bajeense que lutou nas revoluções de 1893 e de 1923 é um desses esquecidos. Seu túmulo, no Cemitério dos Anjos, recebe poucas visitas. No último Dia de Finados algumas velas foram colocadas em sua lápide por algum nostálgico. O cemitério se situa em propriedade particular e não está sob a responsabilidade da prefeitura. A pouca manutenção é feita pelos familiares dos mortos ou pelos proprietários da área que não podem se responsabilizar integralmente por esse tipo de cuidado. Mesmo assim, o cemitério pode ser visitado por qualquer um, desde que solicite permissão. Em dias especiais, como Finados, a entrada é livre. Adiante do Cemitério dos Anjos, na mesma estrada do Passo do Tigre, fica o Cemitério da Guarda, onde está sepultado outro personagem histórico: Chico Diabo. Em seu túmulo está a placa fixada pelo Núcleo de Pesquisas Históricas Tarcísio Taborda. A aparência da sepultura permite supor que é muito visitada. O local, sem dúvidas é de mais fácil acesso. O cemitério está sob responsabilidade do poder público municipal. O que se nota, entretanto, é que tanto um como outro, necessitam de mais cuidados. A biografia de Latorre até hoje divide opiniões e gera debates polêmicos. A História é escrita pelos vencedores para os compêndios oficiais, mas é contada, também, pelos vencidos.
Como breve relato para esclarecer o contexto da época, Fagundes Cunha explica: “Maragatos e Pica-Paus, os dois grupos que alimentaram a guerra civil de 1893/1894, encontravam-se apoiados em razões muito diversas. Os Maragatos, também chamados federalistas, afirmavam-se vítimas da ditadura de Júlio de Castilhos, o “bárbaro togado”, fiel seguidor de Auguste Comte e do Positivismo. Como presidente do Rio Grande do Sul, insistia que os adversários precisavam ser punidos, sem piedade, em seus bens e em suas próprias pessoas. Partidários da república parlamentarista e do fortalecimento do ente federativo, seus líderes principais eram Gaspar Silveira Martins, inflamado tribuno dos tempos do Império e ideólogo do novo sistema, mais José da Silva Tavares e Gumercindo Saraiva na condição de generais ou cabos-de-guerra”. Estabelecida a vitória dos legalistas (Pica-Paus), e de acordo com a cartilha positivista, todos os expoentes maragatos foram, de certa forma, apagados ou diminuídos no contexto histórico. Note-se o nome das ruas da cidade onde os líderes maragatos são em menor número. Nesse mosaico, que é a memória, Adão Latorre sobrevive. Sua biografia é escassa e pontuada de afirmações pouco elogiosas referentes à sua suposta crueldade. Aos olhos contemporâneos a “Revolução da Degola” (1893) foi página das mais cruéis. É evidente que o ato em si é cruento, mas é preciso levar em conta o contexto da época. Paupérrimas provisões de munição, desgaste físico gigantesco face ao clima inclemente, embrutecimento moral e psicológico fruto da violência da guerra levavam à prática da “colorada” entre as fileiras revolucionárias. Se do lado maragato era assim, que dizer dos Pica-paus que decapitaram Gumercindo Saraiva, irmão de Aparício?
O episódio é atribuído ao comando de Firmino de Paula, pica-pau de destaque.
O que fica claro é que os massacres eram de ambos os lados. A famosa degola do Rio Negro, aqui perto de Bagé, faz a figura de Latorre ser realçada pela frieza nas execuções. Relatos dão conta que seriam 300 prisioneiros legalistas degolados, cifra controvertida pela falta de comprovação. Tanto que o historiador bajeense, Tarcísio Taborda, em aprofundada pesquisa, concluiu serem 30 execuções. Nessa ocasião, Latorre teria 58 anos de idade. Os pica-paus, por sua vez, em Palmeira das Missões, venceram o combate do Boi Preto, no Capão da Mortandade. Sobre esse fato é relatado que os prisioneiros maragatos foram atados com tentos e postos em marcha com a coluna vencedora. No caminho eram degolados e os números indicam cerca de 250 execuções (artigo de Tupinambá Nascimento, desembargador aposentado do TJRS). Como se pode notar, a herança positivista se encarrega de “laurear” os maragatos vencidos com a pecha de bárbaros cruéis. E nesse panteão, desponta Adão Latorre, que morreu em combate, em Dom Pedrito, com pouco mais de 80 anos, na revolução de 1923. A tapera de sua casa se decompõe e desaparece, aos poucos, silenciosa, à beira da estrada. Poucos vão visitar sua tumba e aos poucos ele vai sendo esquecido.
Fundação de Bagé
por: Cláudio Falcão
[21H:38MIN] 18/07/2011 - ESPECIAL
Do acaso à realidade
CATEDRAL: símbolo municipal acompanhou a evolução da cidade
Em 1811 irrompeu, no interior do Uruguai, um movimento generalizado e espontâneo, chefiado por Artigas, contra os espanhóis. Dona Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI, e que tinha relações de parentesco muito próximas à Coroa Espanhola, conseguiu de seu esposo a ordem para que as forças luso-brasileiras, concentradas ao longo das fronteiras do Rio Grande do Sul, penetrassem em terras castelhanas para cooperar com os exércitos monarquistas espanhóis sitiados em Montevidéu. Dessa forma, Dom Diogo de Souza inicia sua campanha à frente do denominado “Exército Pacificador da Banda Oriental”, que acampou por um tempo relativamente longo aos pés dos cerros de Bagé. O exército comandado por ele tinha três mil homens, uma parte pertencente à força que transmigrara para o Brasil, outra, os Dragões de Rio Pardo e uma terceira, o Regimento de Cavalaria Ligeira Sul Rio-grandense.
17 de julho de 1811 – Data oficial da fundação de Bagé, estabelecida pelo historiador Tarcisio Antonio Costa Taborda. O exército luso-brasileiro deixou o acampamento, em direção a Cerro Largo, levando 10 mil cavalos e dois mil bois. Ultrapassou o rio Jaguarão-Chico, acampou no passo de Aceguá e daí foi para a Fortaleza de Santa Teresa. Ao ir embora, o exército enfrentou uma série de dificuldades: era inverno, muita chuva, os rios estavam cheios e não davam passagem para as carretas carregadas. Foi então que Dom Diogo resolveu deixar em Bagé parte dos soldados, comerciantes e mulheres que haviam acompanhado o exército, alguns doentes, cirurgiões e mantimentos. Ao partir, Dom Diogo nomeou o tenente Pedro Fagundes de Oliveira comandante do acampamento de Bagé. Começou, então, a surgir um novo vilarejo que oferecia melhores recursos de água, lenha e proteção natural do que o aldeamento que já havia junto à antiga Guarda de São Sebastião. Nesta data, Dom Diogo de Souza, em ofício ao tenente Pedro Fagundes de Oliveira, o fez “deste campo e seu Destricto a cujo fim lhe dou toda a autoridade necessária”. Esse ato, que se pode chamar de declaração de nascimento de Bagé, contém três detalhes interessantes. O primeiro deles é a declaração expressa de existência do distrito de Bagé, até então nunca referida. O segundo é a recomendação para a conservação do campo, que era a designação do povoado surgido do acampamento. E por último, a nomeação de um comandante de distrito. Pela organização política e administrativa do Brasil, à época, os comandantes de distrito seriam nomeados para os lugares povoados com funções militares, administrativas e jurídicas. Sendo assim, estava confirmada a existência oficial de Bagé como núcleo habitacional.
[21H:38MIN] 18/07/2011 - ESPECIAL
Do acaso à realidade
CATEDRAL: símbolo municipal acompanhou a evolução da cidade
Em 1811 irrompeu, no interior do Uruguai, um movimento generalizado e espontâneo, chefiado por Artigas, contra os espanhóis. Dona Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI, e que tinha relações de parentesco muito próximas à Coroa Espanhola, conseguiu de seu esposo a ordem para que as forças luso-brasileiras, concentradas ao longo das fronteiras do Rio Grande do Sul, penetrassem em terras castelhanas para cooperar com os exércitos monarquistas espanhóis sitiados em Montevidéu. Dessa forma, Dom Diogo de Souza inicia sua campanha à frente do denominado “Exército Pacificador da Banda Oriental”, que acampou por um tempo relativamente longo aos pés dos cerros de Bagé. O exército comandado por ele tinha três mil homens, uma parte pertencente à força que transmigrara para o Brasil, outra, os Dragões de Rio Pardo e uma terceira, o Regimento de Cavalaria Ligeira Sul Rio-grandense.
17 de julho de 1811 – Data oficial da fundação de Bagé, estabelecida pelo historiador Tarcisio Antonio Costa Taborda. O exército luso-brasileiro deixou o acampamento, em direção a Cerro Largo, levando 10 mil cavalos e dois mil bois. Ultrapassou o rio Jaguarão-Chico, acampou no passo de Aceguá e daí foi para a Fortaleza de Santa Teresa. Ao ir embora, o exército enfrentou uma série de dificuldades: era inverno, muita chuva, os rios estavam cheios e não davam passagem para as carretas carregadas. Foi então que Dom Diogo resolveu deixar em Bagé parte dos soldados, comerciantes e mulheres que haviam acompanhado o exército, alguns doentes, cirurgiões e mantimentos. Ao partir, Dom Diogo nomeou o tenente Pedro Fagundes de Oliveira comandante do acampamento de Bagé. Começou, então, a surgir um novo vilarejo que oferecia melhores recursos de água, lenha e proteção natural do que o aldeamento que já havia junto à antiga Guarda de São Sebastião. Nesta data, Dom Diogo de Souza, em ofício ao tenente Pedro Fagundes de Oliveira, o fez “deste campo e seu Destricto a cujo fim lhe dou toda a autoridade necessária”. Esse ato, que se pode chamar de declaração de nascimento de Bagé, contém três detalhes interessantes. O primeiro deles é a declaração expressa de existência do distrito de Bagé, até então nunca referida. O segundo é a recomendação para a conservação do campo, que era a designação do povoado surgido do acampamento. E por último, a nomeação de um comandante de distrito. Pela organização política e administrativa do Brasil, à época, os comandantes de distrito seriam nomeados para os lugares povoados com funções militares, administrativas e jurídicas. Sendo assim, estava confirmada a existência oficial de Bagé como núcleo habitacional.
“Bagé 200 anos” será o tema do carnaval 2012 da Bambas da Orgia
por: Munique Monteiro
[22H:05MIN] 18/07/2011 - BICENTENÁRIO
A mais antiga escola de samba da capital gaúcha, a Sociedade Beneficente Bambas da Orgia, levará para a avenida, ano que vem, o tema Bagé 200 anos.
A agremiação que mais possui títulos em Porto Alegre anunciou, na sexta-feira, a escolha, quando integrantes da escola estiveram na cidade a fim de conhecer a homenageada. Estiveram presentes: a presidenta da entidade, Rosalina Conceição, o diretor de carnaval Carlos Alberto da Silva, popularmente conhecido como Fau, o membro do departamento de carnaval, Claudioberto Rodrigues Chagas, o primeiro secretário do conselho deliberativo, Hélio Fernando Santos Barreto, a presidenta do conselho deliberativo, Fátima Rosane Sampaio, e o diretor de marketing Cláudio Toralles.
De acordo com Fátima Rosane a busca pelo tema começou no final de março, e a articulação com a prefeitura e Secretaria de Cultura há uns 10 dias. Fátima diz que a escolha foi determinada pelo fato de ser um tema diferenciado: “compramos a ideia dos 200 anos”, declara. Além de buscar levar Bagé e os bajeenses para a avenida, também participarão do carnaval da cidade, fazendo a abertura do evento. Para decidir qual enfoque irão dar, já iniciaram uma fase de pesquisa, onde estudam a história do município, garantindo que não deixaram de expor a tradição e o que reserva o futuro. A presidenta Rosalina conta que foi a primeira vez que esteve em Bagé, e que já adorou a cidade, principalmente as pessoas, elogiando a receptividade e o carinho recebido: “nos deixaram à vontade, vimos uma grande motivação nos bajeenses”, comenta.
Segundo destaca o secretário de Cultura, Sapiran Brito, o carnaval de Porto Alegre cresceu tanto que é transmitido ao vivo para todo o país, e poder estar presente no evento levando a história de Bagé, trará uma grande mídia e repercussão para a cidade. “O melhor de tudo é que eles não pediram dinheiro, não há compromisso financeiro nenhum, só o apoio institucional”, revela. Agora, Sapiran diz que o objetivo é mobilizar todos os bajeenses, residentes aqui e em Porto Alegre para participarem do desfile. No final da tarde de sexta-feira, todos os integrantes da escola visitaram o Jornal MINUANO, a fim de conhecer o veículo de comunicação, assim como a equipe de jornalismo.
[22H:05MIN] 18/07/2011 - BICENTENÁRIO
A mais antiga escola de samba da capital gaúcha, a Sociedade Beneficente Bambas da Orgia, levará para a avenida, ano que vem, o tema Bagé 200 anos.
A agremiação que mais possui títulos em Porto Alegre anunciou, na sexta-feira, a escolha, quando integrantes da escola estiveram na cidade a fim de conhecer a homenageada. Estiveram presentes: a presidenta da entidade, Rosalina Conceição, o diretor de carnaval Carlos Alberto da Silva, popularmente conhecido como Fau, o membro do departamento de carnaval, Claudioberto Rodrigues Chagas, o primeiro secretário do conselho deliberativo, Hélio Fernando Santos Barreto, a presidenta do conselho deliberativo, Fátima Rosane Sampaio, e o diretor de marketing Cláudio Toralles.
De acordo com Fátima Rosane a busca pelo tema começou no final de março, e a articulação com a prefeitura e Secretaria de Cultura há uns 10 dias. Fátima diz que a escolha foi determinada pelo fato de ser um tema diferenciado: “compramos a ideia dos 200 anos”, declara. Além de buscar levar Bagé e os bajeenses para a avenida, também participarão do carnaval da cidade, fazendo a abertura do evento. Para decidir qual enfoque irão dar, já iniciaram uma fase de pesquisa, onde estudam a história do município, garantindo que não deixaram de expor a tradição e o que reserva o futuro. A presidenta Rosalina conta que foi a primeira vez que esteve em Bagé, e que já adorou a cidade, principalmente as pessoas, elogiando a receptividade e o carinho recebido: “nos deixaram à vontade, vimos uma grande motivação nos bajeenses”, comenta.
Segundo destaca o secretário de Cultura, Sapiran Brito, o carnaval de Porto Alegre cresceu tanto que é transmitido ao vivo para todo o país, e poder estar presente no evento levando a história de Bagé, trará uma grande mídia e repercussão para a cidade. “O melhor de tudo é que eles não pediram dinheiro, não há compromisso financeiro nenhum, só o apoio institucional”, revela. Agora, Sapiran diz que o objetivo é mobilizar todos os bajeenses, residentes aqui e em Porto Alegre para participarem do desfile. No final da tarde de sexta-feira, todos os integrantes da escola visitaram o Jornal MINUANO, a fim de conhecer o veículo de comunicação, assim como a equipe de jornalismo.
terça-feira, 19 de julho de 2011
domingo, 17 de julho de 2011
Bagé Bicentenária - O pôr do sol de Dom Diogo
ESTE AQUI TAMBEM COPIEI DO BLOG DA VELHA GUARDA DO CARLOS KLUWE, ALÉM DE UMA FOTO BELÍSSIMA, SEU TEXTO TAMBÉM MERECE NOSSOS ELOGIOS.
Há exatos duzentos anos Dom Diogo de Souza, do alto do que seria chamado Cerro de Bagé, viu um pôr do sol como este, fotografado hoje, dia 17 de julho de 2011. Não sei, mas me permito imaginar o que Diogo pensou naquele fim de dia... um local tão privilegiado não deveria ser apenas um acampamento provisório. Deixaria ali parte de seu grupo, um pouco mais abaixo do cerro, num local mais próximo de generosas e límpidas águas, para seguir mais à frente. Uma decisão difícil de tomar. Deixar parte de sua companhia acampada ali, onde havia mulheres e crianças, e ir um pouco mais adiante, apenas com parte de seus comandados. Quero crer que esta paisagem ímpar do Pampa tocou-lhe os sentimentos. O lugar era lindo demais. E essa sua decisão marcou todos nós, os que depois nasceram por estas plagas, um pouco por causa de um pôr do sol... Mas não era apenas mais um pôr do sol visto por Diogo. Era também o ar frio e seco daquele longínquo inverno de 1811, de um dia de inverno que mudaria a geografia da região. Um dia para fixar um acampamento, para ali ficar, para ali frutificar, para ali multiplicar. Hoje, passados 200 anos desse dia, estou no alto do Cerro de Bagé. Volto meus olhos para o horizonte e minha mente para o passado distante, e tento pensar como Diogo. Terá ele imaginado o futuro? Teria previsto as gentes que aqui nasceriam e nas que para cá viriam, algumas de muito longe? Terá ele pensado que este mesmo pôr do sol encantaria – como a ele encantou, certamente, os muitos olhos que o veriam, por tempos e tempos a fio, do alto destes cerros? A verdade é que Diogo acertou. Sua decisão hoje completa Dois Séculos. Dois Séculos de história, de cultura, de lutas, de vitórias, de dificuldades, mas, principalmente, de muita vontade de seguir em frente. Orgulha-te, Diogo! Estamos aqui no alto deste Cerro pensando em ti, rendendo-te as homenagens devidas e te dizendo: Valeu a pena ficar. Aqui nasceu uma cidade que se orgulha da decisão de seu fundador.
LC Vaz
“UMA VELHA RAINHA”
LI ESTE POEMA NO BLOG DA VELHA GUARDA DO CARLOS KLUWE, ACHEI MUITO LINDO E COPIEI.
VOU PUBLICÁ-LO PARA QUE VCS TB VEJAM A BELEZA EM SUAS LINHAS...
Dois séculos se passaram
e a vila desenvolveu,
demonstrando a todo o mundo
que no pampa aqui do fundo
um certo povo cresceu,
tal qual mostrando a figura,
a coragem e a bravura,
que o Patrão Velho lhe deu.
Pelearam valentemente
para demarcar o povoado
que ficou fortificado
com o nome de “Santa Tecla”
e é certo que ninguém peca
quando o tem elogiado,
povo nobre e despojado
das malícias de sapeca.
Certificou Dom Diogo,
lá naquele mês de junho,
que os gaúchos tinham punho
para a vila construírem,
e que os outros admirem
tamanha tenacidade.
força bruta, hombridade,
sem jamais se diminuírem.
Pedro Farias da Cunha
VOU PUBLICÁ-LO PARA QUE VCS TB VEJAM A BELEZA EM SUAS LINHAS...
Dois séculos se passaram
e a vila desenvolveu,
demonstrando a todo o mundo
que no pampa aqui do fundo
um certo povo cresceu,
tal qual mostrando a figura,
a coragem e a bravura,
que o Patrão Velho lhe deu.
Pelearam valentemente
para demarcar o povoado
que ficou fortificado
com o nome de “Santa Tecla”
e é certo que ninguém peca
quando o tem elogiado,
povo nobre e despojado
das malícias de sapeca.
Certificou Dom Diogo,
lá naquele mês de junho,
que os gaúchos tinham punho
para a vila construírem,
e que os outros admirem
tamanha tenacidade.
força bruta, hombridade,
sem jamais se diminuírem.
Pedro Farias da Cunha
A Rainha
por: Greice Martins
[02H:10MIN] 16/07/2011 - ESPECIAL BICENTENÁRIO
Estou velha.
Duzentas primaveras, e que primaveras... ou seria melhor dizer outonos? Se fosse europeia seria jovem, mas sou americana.
O importante, porém, é que estes dois séculos estão sendo bem vividos.
Nem todas as cidades têm esta sorte. Lembram-se de Pompeia, ou de Bagdá mais recentemente?
A natureza foi benévola comigo. Pradarias a se perder de vista, povoadas de gado, ovelhas, cavalos.
Não fui planejada.
Nasci de uma noite de amor à beira de um arroio, ao sopé de cerros, na taba de meu pai. Sou índia pampeana, filha do feiticeiro, homem que veio do céu, o Cacique Ibagé. Morena, pele acobreada, estatura média, boca grande e lábios carnudos.
Quando jovem montava a cavalo, com os cabelos ao sabor do vento. Isto já faz muito tempo, mas adoro recordar. Sinto o perfume das madressilvas e a melodia dos bem-te-vis.
Fui disputada por portugueses e espanhóis, mas, seguindo meu pai, preferi os primeiros.
Comecei minha trajetória num acampamento. Lembro-me especialmente daquele inverno, tão frio e chuvoso. Dos soldados, dos doentes, das mulheres e dos comerciantes que Dom Diogo me deixou. Casas de torrão, cobertas de palha.
Logo passei à vila e com a força e coragem dos pioneiros tornei-me cidade.
Da beira do arroio Paço do Príncipe, fui cada vez mais longe, criando veias com nomes como: da Castanheira, do Portão, Alegre, da Condessa, da Aurora, das Flores, do Pinheiro.
Na coxilha, ergueu-se a catedral. Juntas de bois tiveram espaço para manobrar. Plátanos me deram sombra. A “Bica”, com sua “água encantada”, atraía a todos. Mulheres da vida e homens corajosos a celebrizaram...
Possuía uma praiazinha junto ao Moinho, ponto de encontro das famílias fugindo do calor do verão. No Passo do Onze, à noite, havia uma banheira natural, onde as donzelas se banhavam, sempre acompanhadas de matronas.
A olaria do sogro do Marechal Mallet, tornou-se o lugar de descanso do herói. A Panela do Candal, onde o arroio Bagé se espraia e a lenda do seu fantasma.
As muitas trincheiras, sangue e balas...
Do alcanfor, azougue vivo, calomelanos levigados, jalapa em pó, ipecacuanha da Pharmácia de Dom Diogo, até o moderno Diprivan do Michael Jackson, foi uma longa caminhada.
O Capitão Dilermando, que serviu em um dos meus destacamentos militares, foi matar Euclides bem longe. Osório e Mallet aqui se casaram, com Francisca e Joaquina.
Mas a visita mais importante que recebi, até hoje, foi de princesa Isabel, a Redentora. A cidade engalanou-se para recebê-la. Te-Deum na Catedral.
As recordações já vão distantes, mas não esqueço da Tia Maria Treme-Treme, velhinha, nossa historiadora ambulante, mas não menos digna de crédito; da abnegada enfermeira Mãe Luciana e depois, muito tempo depois, de Dona Odite Moglia, dama da sociedade, vida dedicada à assistência social; da plêiade de educadores: Mélanie Granier, Alexandrina (Noca) Souza, Pery Coronel, Waldemar Machado e Eduardo Contreiras Rodrigues, mestre dos mestres.
João José Oliveira, o “João Turco”, dono de um ponto no Mercado Municipal, construiu uma capela em homenagem a São João, e no dia consagrado ao santo fazia quermesses em sua homenagem.
Cresci, me tornei nobre, sou a Rainha da Fronteira.
Tive filhos, hoje emancipados, graças a São Sebastião e a Nossa Senhora Auxiliadora, meus protetores. Assim, posso cuidar melhor de mim. Olho-os com carinho: a minha menina loira, Candiota, o gauchinho valente, Aceguá, e a minha primogênita, Hulha Negra.
Procuro me cultivar em todos os sentidos. Sou culta, tenho universidades, museus, bibliotecas, educandários.
Conservo meus prédios históricos. Possuo hospitais, dou assistência aos necessitados.
Cultivo as riquíssimas tradições que trago de berço e, sobretudo, honro meu brasão: a origem portuguesa, a fortaleza de Santa Tecla, os cerros verdes de nossos campos, as torres de minha cidade fortificada e grande. O azul da lealdade, a prata, do caráter nobre e altivo, o verde da fertilidade e riqueza da terra, o ouro do ardor e da força, o vermelho da coragem e da generosidade, sempre em defesa de nossa pátria.
Os índios, meus ancestrais, acreditavam que todos têm um espírito guia. As cidades também.
O meu é Sepé Tiaraju, que se opôs ao prosseguimento das tropas inimigas em Santa Tecla, dizendo: “esta terra me pertence, me foi dada por ‘Deus e São Miguel’”.
E eles recuaram.
FONTE JM
[02H:10MIN] 16/07/2011 - ESPECIAL BICENTENÁRIO
Estou velha.
Duzentas primaveras, e que primaveras... ou seria melhor dizer outonos? Se fosse europeia seria jovem, mas sou americana.
O importante, porém, é que estes dois séculos estão sendo bem vividos.
Nem todas as cidades têm esta sorte. Lembram-se de Pompeia, ou de Bagdá mais recentemente?
A natureza foi benévola comigo. Pradarias a se perder de vista, povoadas de gado, ovelhas, cavalos.
Não fui planejada.
Nasci de uma noite de amor à beira de um arroio, ao sopé de cerros, na taba de meu pai. Sou índia pampeana, filha do feiticeiro, homem que veio do céu, o Cacique Ibagé. Morena, pele acobreada, estatura média, boca grande e lábios carnudos.
Quando jovem montava a cavalo, com os cabelos ao sabor do vento. Isto já faz muito tempo, mas adoro recordar. Sinto o perfume das madressilvas e a melodia dos bem-te-vis.
Fui disputada por portugueses e espanhóis, mas, seguindo meu pai, preferi os primeiros.
Comecei minha trajetória num acampamento. Lembro-me especialmente daquele inverno, tão frio e chuvoso. Dos soldados, dos doentes, das mulheres e dos comerciantes que Dom Diogo me deixou. Casas de torrão, cobertas de palha.
Logo passei à vila e com a força e coragem dos pioneiros tornei-me cidade.
Da beira do arroio Paço do Príncipe, fui cada vez mais longe, criando veias com nomes como: da Castanheira, do Portão, Alegre, da Condessa, da Aurora, das Flores, do Pinheiro.
Na coxilha, ergueu-se a catedral. Juntas de bois tiveram espaço para manobrar. Plátanos me deram sombra. A “Bica”, com sua “água encantada”, atraía a todos. Mulheres da vida e homens corajosos a celebrizaram...
Possuía uma praiazinha junto ao Moinho, ponto de encontro das famílias fugindo do calor do verão. No Passo do Onze, à noite, havia uma banheira natural, onde as donzelas se banhavam, sempre acompanhadas de matronas.
A olaria do sogro do Marechal Mallet, tornou-se o lugar de descanso do herói. A Panela do Candal, onde o arroio Bagé se espraia e a lenda do seu fantasma.
As muitas trincheiras, sangue e balas...
Do alcanfor, azougue vivo, calomelanos levigados, jalapa em pó, ipecacuanha da Pharmácia de Dom Diogo, até o moderno Diprivan do Michael Jackson, foi uma longa caminhada.
O Capitão Dilermando, que serviu em um dos meus destacamentos militares, foi matar Euclides bem longe. Osório e Mallet aqui se casaram, com Francisca e Joaquina.
Mas a visita mais importante que recebi, até hoje, foi de princesa Isabel, a Redentora. A cidade engalanou-se para recebê-la. Te-Deum na Catedral.
As recordações já vão distantes, mas não esqueço da Tia Maria Treme-Treme, velhinha, nossa historiadora ambulante, mas não menos digna de crédito; da abnegada enfermeira Mãe Luciana e depois, muito tempo depois, de Dona Odite Moglia, dama da sociedade, vida dedicada à assistência social; da plêiade de educadores: Mélanie Granier, Alexandrina (Noca) Souza, Pery Coronel, Waldemar Machado e Eduardo Contreiras Rodrigues, mestre dos mestres.
João José Oliveira, o “João Turco”, dono de um ponto no Mercado Municipal, construiu uma capela em homenagem a São João, e no dia consagrado ao santo fazia quermesses em sua homenagem.
Cresci, me tornei nobre, sou a Rainha da Fronteira.
Tive filhos, hoje emancipados, graças a São Sebastião e a Nossa Senhora Auxiliadora, meus protetores. Assim, posso cuidar melhor de mim. Olho-os com carinho: a minha menina loira, Candiota, o gauchinho valente, Aceguá, e a minha primogênita, Hulha Negra.
Procuro me cultivar em todos os sentidos. Sou culta, tenho universidades, museus, bibliotecas, educandários.
Conservo meus prédios históricos. Possuo hospitais, dou assistência aos necessitados.
Cultivo as riquíssimas tradições que trago de berço e, sobretudo, honro meu brasão: a origem portuguesa, a fortaleza de Santa Tecla, os cerros verdes de nossos campos, as torres de minha cidade fortificada e grande. O azul da lealdade, a prata, do caráter nobre e altivo, o verde da fertilidade e riqueza da terra, o ouro do ardor e da força, o vermelho da coragem e da generosidade, sempre em defesa de nossa pátria.
Os índios, meus ancestrais, acreditavam que todos têm um espírito guia. As cidades também.
O meu é Sepé Tiaraju, que se opôs ao prosseguimento das tropas inimigas em Santa Tecla, dizendo: “esta terra me pertence, me foi dada por ‘Deus e São Miguel’”.
E eles recuaram.
FONTE JM
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Tarcisio Taborda: uma ausência no bicentenário
por: Cláudio Falcão
[10h:33min] 15/07/2011 - CULTURA
Tarcisio Taborda: uma ausência no bicentenário
Na última quarta-feira foi assinalada a data de nascimento de Tarcísio Antônio Costa Taborda. Uma missa celebrada pelo bispo diocesano, Dom Gílio Felício, rendeu homenagens ao historiador maior da cidade.
De maneira singular Tarcísio levou o nome de Bagé aos louros da História do Rio Grande do Sul. A cidade que ele tanto amou e ajudou a organizar no acervo histórico completa 200 anos sem que seu nome conste em alguma solenidade. Esquecimento? Tarcísio sabia, como poucos, que os erros também passam para a História.
O mestre da nossa história
*********************
A memória de Tarcísio Taborda foi devidamente reverenciada nesta semana com a celebração de uma missa na capela do Museu Dom Diogo de Souza. Estranhamente, na antevéspera da celebração do bicentenário de Bagé e em tempos de homenagens do Legislativo local a cidadãos ilustres que levaram o nome da cidade aos mais inesperados rincões, não foi notada uma linha sequer ao mestre historiador que, com seu trabalho quase apostolar, reuniu o maior acervo histórico regional. Com suas iniciativas, movidas pela paixão pessoal e sem reservas à história local, surgiram as obras que o conduziram à cadeira de número 18 na Academia Riograndense de Letras e os museus de que a cidade se orgulha. O Jornal MINUANO, com o seu caderno Gente & Cultura, rende homenagens ao historiador maior de Bagé, na semana em que foi celebrada a data de seu nascimento, dia 13 de julho. A fatalidade o levou num mesmo dia 13, porém num amargo mês de março, aos 66 anos. Sua trajetória, por demais conhecida e prestigiada ensejou a permanente pesquisa histórica realizada pelos seus amigos e discípulos, que batizaram o grupo com seu nome. Publicamos, aqui, um texto de Elvira Nascimento que homenageia Tarcísio, para que o bicentenário de Bagé seja uma festa completa.
“Tarcísio Antônio Costa Taborda
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Caminhará, para sempre, dentro do Rio Grande do Sul um HOMEM arrastando uma cidade para o céu. Quem o conheceu tangerá de saudade. Sua extrema delicadeza, seu peculiar jeito de falar roçando “rr” e, luminosamente, narrar Bagé como a mais mágica cidade do continente, ressoam em silêncio vasto. Quem não o conheceu perguntará seu nome. Tarcísio Antônio Costa Taborda. Nascido em Bagé a 13 de julho de 1928. Filho de Júlia e Attila Taborda. Um dos grandes historiadores dessa ponta de Brasil e que, submeteu a um inquebrantável humanismo, as mais diversificadas funções que exerceu: professor de História e Direito, magistrado, diretor das Faculdades Unidas de Bagé, vice-reitor da Urcamp, vereador, escritor, jornalista, diretor de Cultura de Bagé e do Estado quando tornou real o sonho da Casa de Cultura Mário Quintana e pré-inaugurou-a. Mas, foi como criador e organizador de um dos mais belos Museus do Brasil — O Museu Dom Diogo de Souza — reconhecido pelo seu primoroso trabalho em todo o país, que Tarsício se converteu, junto com seus tesouros, no tesouro de Bagé. E o poeta Ernesto Wayne lembra: “Bageenseia Tarcísio desde pequeno, o mapa de sua cidade o fez do tamanho do Rio Grande e, ao fazê-lo, levou com ele, Bagé para dentro da Academia Rio-Grandense de Letras, ali fazendo desfilar os vultos daqui”. Narrador apaixonado da guerra e da paz fronteiriças, guardião de suas feridas e belezas, senhor absoluto das memórias históricas e seus mitos, enrolando em nuvem o rigor científico, Tarcísio é o forte de Santa Tecla, o Cerro de Bagé e seu arroio histórico. Tarcísio é a cidade e sua pulsação. Com seu modo tribal e doce de armar rodas comunitárias Tarcísio se fez poeta da palavra exata, escoando claridade com aquele íntimo e universal sabor que o fazia irmão de tantos. O Brasil inteiro o foi descobrindo e o abraçando. Membro de quase todos os Institutos Históricos Geográficos do país. E integrante da Academia Rio-Grandense de História e Letras. E, é dentro desse caudaloso espaço da palavra que se quer eterna, que Tarcísio não será substituído mas se fará densa presença sobre os que o sucederão. A arte do Teatro que o fez captar a atraente dramaticidade da história gaúcha, a da palavra narradora acendendo, um a um, os lampiões da memória sulina, se farão luminoso círculo de energia e criação dentro da amorosa pátria do coração daqueles que revelarão a história. Em seu nome”.
Elvira de Macedo Nascimento
FONTE JM
Hino de Bagé é pouco lembrado nesses 200 anos de história
por: Maritza Costa Coitinho
[01h:09min] 16/07/2011 - BICENTENÁRIO
Hino de Bagé é pouco lembrado nesses 200 anos de história
Um poema composto durante as comemorações do centenário da elevação de Bagé à comarca e cidade, por Hipólito Lucena,...
musicado pelo maestro Vítor Neves, tornou-se o hino da cidade, como o nome já anunciava: “Hino à Cidade se Bagé”. Foi oficializado por decreto de 22 de dezembro de 1958. O documento trazia diversas considerações, entre elas que o hino retratou o passado e os anseios da cidade, que é de alta significação na vida de um povo, além de que o município não tinha hino ainda.
Mas, tantos anos depois, o hino ainda é quase desconhecido. É o que comprova enquete feita com a comunidade. Como o final de semana será de homenagens à cidade, é uma boa oportunidade de valorizar o hino e aprender para homenagear o bicentenário.
Hino à cidade de Bagé
****************
Dos teus campos a linda verdura
Mostra a força, a grandeza, a pujança,
E na guerra, demonstra bravura
O teu filho, empunhando uma lança!
Ribombou no teu seio o canhão
Dos combates gravados na História!...
Revivemos, da glória, a canção.
Sons de sinos dobrando vitória
II
Estribilho
Em teu seio nasceram heróis
Que souberam honrar ao Brasil!
A grandeza da Pátria constróis,
Minha terra, Bagé varonil.
III
Junto ao cerro das bandas do Sul,
Tu te estendes alegre, garrida,
Minha terra, de céu tão azul,
Sentinela da Pátria querida!...
És rainha, sustentas a palma
De que tanto me orgulho e me ufano!
Retempero meu corpo e minh’alma
Ante o sopro feroz do minuano!...
IV
Estribilho
Em teu seio nasceram heróis,
Que souberam honrar ao Brasil!
A grandeza da Pátria constróis
Minha terra, Bagé varonil
[01h:09min] 16/07/2011 - BICENTENÁRIO
Hino de Bagé é pouco lembrado nesses 200 anos de história
Um poema composto durante as comemorações do centenário da elevação de Bagé à comarca e cidade, por Hipólito Lucena,...
musicado pelo maestro Vítor Neves, tornou-se o hino da cidade, como o nome já anunciava: “Hino à Cidade se Bagé”. Foi oficializado por decreto de 22 de dezembro de 1958. O documento trazia diversas considerações, entre elas que o hino retratou o passado e os anseios da cidade, que é de alta significação na vida de um povo, além de que o município não tinha hino ainda.
Mas, tantos anos depois, o hino ainda é quase desconhecido. É o que comprova enquete feita com a comunidade. Como o final de semana será de homenagens à cidade, é uma boa oportunidade de valorizar o hino e aprender para homenagear o bicentenário.
Hino à cidade de Bagé
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Dos teus campos a linda verdura
Mostra a força, a grandeza, a pujança,
E na guerra, demonstra bravura
O teu filho, empunhando uma lança!
Ribombou no teu seio o canhão
Dos combates gravados na História!...
Revivemos, da glória, a canção.
Sons de sinos dobrando vitória
II
Estribilho
Em teu seio nasceram heróis
Que souberam honrar ao Brasil!
A grandeza da Pátria constróis,
Minha terra, Bagé varonil.
III
Junto ao cerro das bandas do Sul,
Tu te estendes alegre, garrida,
Minha terra, de céu tão azul,
Sentinela da Pátria querida!...
És rainha, sustentas a palma
De que tanto me orgulho e me ufano!
Retempero meu corpo e minh’alma
Ante o sopro feroz do minuano!...
IV
Estribilho
Em teu seio nasceram heróis,
Que souberam honrar ao Brasil!
A grandeza da Pátria constróis
Minha terra, Bagé varonil
Autor dos murais da rodoviária é descoberto
por: Cláudio Falcão
[01h:20min] 16/07/2011 - ARTE
Autor dos murais da rodoviária é descoberto
Com a publicação da matéria sobre os murais pintados na rodoviária de Bagé, o autor das obras apareceu.
CLÁUDIO FALCÃO/ESPECIAL JM
COSIO: “é possível restaurar o trabalho”
O repórter havia buscado várias fontes para saber quem era o pintor, mas ninguém soube informar. Com a reportagem, vários leitores fizeram contato com o Jornal MINUANO, inclusive o próprio autor: Ubaldo Cosio, cidadão uruguaio, natural do pago de Centurión, departamento de Cerro Largo. Há cerca de 35 anos em terras bajeenses, Cosio veio para o Brasil para trabalhar como confeiteiro. Nesse ofício esteve por mais ou menos 10 anos. Mas seu talento ultrapassava as decorações de glacê nos bolos e ele quis mudar. Nos últimos 25 anos dedica-se exclusivamente ao artesanato, com pinturas sobre vários materiais. Já fez algumas exposições na Casa de Cultura, mas, esclarece, só trabalha por encomenda. Com isso, não dispõe de várias obras para expor ao público. Sua produção é comercial. Tudo o que pinta vende na banca n° 4 do Centro de Integração Comercial da rua Flores da Cunha.
Seu trabalho é diversificado. Pinta murais, quadros a óleo, cenas gaúchas em azulejos ou sobre peças de couro. Suas obras correm o mundo em países como Japão, Alemanha, Austrália, Espanha, Portugal e Estados Unidos. Desde cedo, Cosio manifestou interesse e habilidade para as artes plásticas. Autodidata, depois de uma certa experiência profissional é que partiu para aperfeiçoamentos, tanto em Bagé como no Uruguai. A par disso, o pintor revelou que sempre leu muito e estudou a história da arte. O mau estado de conservação dos murais que pintou na rodoviária o entristece. Ele informou que, após a inauguração do prédio, Tarcísio Taborda teria inscrito os murais no patrimônio artístico da cidade. No entanto, afirmou que, se for procurado, está disposto a fazer a recuperação das pinturas: “basta a gente conversar para acertar o serviço”, concluiu entusiasmado.
FONTE JM
Nós que viemos de longe
por: Sapiran Brito
[23H:32MIN] 15/07/2011 - OPINIÃO
Chovia naqueles dias, quando Dom Diogo andava por aqui. O nobre fidalgo português, homem de inteira confiança de Dom João VI vinha com a missão de assegurar para o império a província Cisplatina.
Desde a aventura portuguesa da Colônia de Sacramento, os espanhóis de Buenos Aires disputavam este território, o que fez que fundassem Montevidéu. Estas terras viviam, naqueles dias, em permanente conflagração com a movimentação dos exércitos e o nosso povo de então, gaúchos sem pátria ou família, descendentes de índias desamparadas e euroupeus abusados, pagavam a conta com o sacrifícios de suas vidas. Sob esse signo nascemos, o que nos faz, historicamente, frutos da guerra.
Há 10 mil anos que estávamos aqui, abrigados nas etnias de pampas, charruas e minuanos que guerreavam entre si pequenas guerras, que, com a chegada dos europeus, transformaram-se em guerras monumentais, verdadeiros genocídios como o que aconteceu com Sepé Tiaraju e sua gente guarani.
Isolados do resto do Brasil, vivíamos nós, suportando temperaturas de 40 graus no verão e abaixo de zero no inverno. Isolados pela distância das metrópoles Rio de janeiro, Montevidéu e Buenos Aires. Nos dias da passagem do Exército Pacificador, que se deslocava por aqui para garantir o território brasileiro, chovia, tanto ou mais, quanto chove hoje, nesta época. Não tínhamos asfalto e nem paralelepípedo, e as vias eram verdadeiros mar de lama e só a superação tornava possível a existência de seres humanos nesta paragem. Saúde e condições sanitárias, nem pensar; alimento, só a caça, algumas frutas silvestres e o gado chimarrão, herança da vacaria do mar. Os jornais e cartas chegavam aqui dois ou três meses depois e outras formas de comunicação não existiam. Só gente muito atrevida e guapa conseguia sobreviver nestas plagas. Essa é a nossa grande herança. Sobreviventes apesar de tudo. Quando Dom Diogo, no dia 17 de julho de 1811, decidiu prosseguir sua marcha com destino a Maldonado, teve que deixar por aqui parte do seu exército de cinco mil homens. Ficaram as mulheres, as crianças, os inválidos e os doentes, desses que foram cruzando com a indiada formaram o povo de Bagé.
De lá pra cá, passado 200 anos, ou se quiserem, 10 mil e 200 anos, as coisas não mudaram muito, porque se nós, comparando-nos a outras cidades, somos campeões em termos de condições desfavoráveis. Contrariando essa realidade, nos constituímos enquanto povo, e fomos nós que asseguramos a ocupação do território fazendo, com isso, que o Brasil fosse maior. Sim, essa conta a nação nunca nos pagou e, hoje, somos a capital da Metade Sul, uma das zonas mais pobres do país. Mesmo assim, resistimos e resistiremos, ninguém há de nos tirar daqui e, sim, muito outros virão juntar-se a nós e todos serão bem-vindos, porque os que aqui chegaram e chegarão são tão brasileiros e bajeenses quanto nós. Jamais falharemos ao Brasil e este país tem que entender, um dia, que, além de assegurar fronteiras, nós, de Bagé, moldamos o modelo cultural do gaúcho rio-grandense, este estado emblemático e geopoliticamente decisivo na formatação do estado nacional.
Estivemos presente nos principais acontecimentos históricos desta nação. Desde a Guerra do Paraguai até a Guerra de Canudos. Somos, enfim, os desvalidos, os sobreviventes, e, com muito orgulho, colocamos no peito esta medalha. Como se tudo isso não bastasse, é grandiosa a nossa colaboração à arte e à cultural nacional. Lá fora nos chamam de grosso, mais dificilmente se encontrará no Brasil uma cidade tão refinada e tão culturalmente evoluída como a nossa. Que nos abandonem, pouco importa. Continuaremos aqui, fiéis, leais e altaneiros e, parafraseando o poeta Jaime Caetano Braum, vamos dizer aos demais: “sou bajeense e me basta”.
FONTE JM
[23H:32MIN] 15/07/2011 - OPINIÃO
Chovia naqueles dias, quando Dom Diogo andava por aqui. O nobre fidalgo português, homem de inteira confiança de Dom João VI vinha com a missão de assegurar para o império a província Cisplatina.
Desde a aventura portuguesa da Colônia de Sacramento, os espanhóis de Buenos Aires disputavam este território, o que fez que fundassem Montevidéu. Estas terras viviam, naqueles dias, em permanente conflagração com a movimentação dos exércitos e o nosso povo de então, gaúchos sem pátria ou família, descendentes de índias desamparadas e euroupeus abusados, pagavam a conta com o sacrifícios de suas vidas. Sob esse signo nascemos, o que nos faz, historicamente, frutos da guerra.
Há 10 mil anos que estávamos aqui, abrigados nas etnias de pampas, charruas e minuanos que guerreavam entre si pequenas guerras, que, com a chegada dos europeus, transformaram-se em guerras monumentais, verdadeiros genocídios como o que aconteceu com Sepé Tiaraju e sua gente guarani.
Isolados do resto do Brasil, vivíamos nós, suportando temperaturas de 40 graus no verão e abaixo de zero no inverno. Isolados pela distância das metrópoles Rio de janeiro, Montevidéu e Buenos Aires. Nos dias da passagem do Exército Pacificador, que se deslocava por aqui para garantir o território brasileiro, chovia, tanto ou mais, quanto chove hoje, nesta época. Não tínhamos asfalto e nem paralelepípedo, e as vias eram verdadeiros mar de lama e só a superação tornava possível a existência de seres humanos nesta paragem. Saúde e condições sanitárias, nem pensar; alimento, só a caça, algumas frutas silvestres e o gado chimarrão, herança da vacaria do mar. Os jornais e cartas chegavam aqui dois ou três meses depois e outras formas de comunicação não existiam. Só gente muito atrevida e guapa conseguia sobreviver nestas plagas. Essa é a nossa grande herança. Sobreviventes apesar de tudo. Quando Dom Diogo, no dia 17 de julho de 1811, decidiu prosseguir sua marcha com destino a Maldonado, teve que deixar por aqui parte do seu exército de cinco mil homens. Ficaram as mulheres, as crianças, os inválidos e os doentes, desses que foram cruzando com a indiada formaram o povo de Bagé.
De lá pra cá, passado 200 anos, ou se quiserem, 10 mil e 200 anos, as coisas não mudaram muito, porque se nós, comparando-nos a outras cidades, somos campeões em termos de condições desfavoráveis. Contrariando essa realidade, nos constituímos enquanto povo, e fomos nós que asseguramos a ocupação do território fazendo, com isso, que o Brasil fosse maior. Sim, essa conta a nação nunca nos pagou e, hoje, somos a capital da Metade Sul, uma das zonas mais pobres do país. Mesmo assim, resistimos e resistiremos, ninguém há de nos tirar daqui e, sim, muito outros virão juntar-se a nós e todos serão bem-vindos, porque os que aqui chegaram e chegarão são tão brasileiros e bajeenses quanto nós. Jamais falharemos ao Brasil e este país tem que entender, um dia, que, além de assegurar fronteiras, nós, de Bagé, moldamos o modelo cultural do gaúcho rio-grandense, este estado emblemático e geopoliticamente decisivo na formatação do estado nacional.
Estivemos presente nos principais acontecimentos históricos desta nação. Desde a Guerra do Paraguai até a Guerra de Canudos. Somos, enfim, os desvalidos, os sobreviventes, e, com muito orgulho, colocamos no peito esta medalha. Como se tudo isso não bastasse, é grandiosa a nossa colaboração à arte e à cultural nacional. Lá fora nos chamam de grosso, mais dificilmente se encontrará no Brasil uma cidade tão refinada e tão culturalmente evoluída como a nossa. Que nos abandonem, pouco importa. Continuaremos aqui, fiéis, leais e altaneiros e, parafraseando o poeta Jaime Caetano Braum, vamos dizer aos demais: “sou bajeense e me basta”.
FONTE JM
Pinturas da rodoviária precisam de reparos
por: Calvin Furtado
Um importante registro histórico está condenado à ação do tempo. Os três painéis que datam da inauguração da Estação Rodoviária de Bagé, em 1978, nunca foram restaurados.
FRANCISCO RODRIGUES
OBRAS: inauguradas em 1978, a figura melhor conservada está na rampa interna
A assinatura localizada nos cantos superiores de cada tela, V. Cosio, é um mistério para os bajeenses.
A reportagem do Jornal MINUANO procurou representantes da prefeitura, da empresa que tem a concessão para operar na rodoviária e personalidades ligadas às artes plásticas. Por enquanto, não existem registros que comprovem a autoria nem o paradeiro do autor dos quadros.
A mais conservada das obras está localizada na rampa de acesso até o saguão da estação rodoviária. Os quadros fazem menção aos gaúchos habitantes da região, suas práticas e manejo com animais. As outras duas pinturas, localizadas no lado de fora, estão bastante deterioradas e é possível identificar poucos traços.
Para o taxista José Fernando Marimon Nogueira, 60 anos, as obras deveriam ser revitalizadas. Ele conta que trabalha na rodoviária desde 1984, e que nunca houve nenhuma espécie de restauro. “A pintura existe desde a fundação, é uma obra belíssima que nunca recebeu restauração. Isso merece atenção do poder público”, entende.
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