Bem Vindos a Bagé !!! Porta de entrada para o pampa gaúcho,seus campos preservam o bioma natural da região e seu povo não se cansa de mencionar a sua rica arquitetura urbana e rural.Como o gaúcho de fronteira jamais viveu sem um cavalo,só poderia ser por aqui que se encontra o que há de melhor na produção eqüina nacional,principalmente dos puros-sangues ingleses e dos crioulos.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Nossa Senhora Auxiliadora 24 de maio
Padroeira
Nossa Senhora Auxiliadora é padroeira de Bagé, cidade do sudoeste gaúcho.
Velas votivas em Bagé
Em 1943, por iniciativa do padre Edgar Aquino Rocha, a população de Bagé foi convidada a ornamentar as fachadas das casas para produzir um espetáculo luminoso a fim de homenagear Maria. A população vivia um clima de instabilidade devido ao envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial, com militares bageenses lutando no front europeu. A atitude do padre deu início a esta tradição que faz votos de paz. Os anos passaram, as velas continuaram a ser acesas como forma de devoção à Nossa Senhora Auxiliadora. Até os dias de hoje, em Bagé, no dia 24 de maio, as janelas das residências são iluminadas com velas em homenagem à Padroeira.
O caso das velas da devoção
Um acidente automobilístico ocorreu no dia 12 de maio de 2011. Em torno das 5h da manhã, o motorista Daniel Dias Pereira saiu de Caçapava do Sul, na região central do Rio Grande do Sul, com mil velas divididas em dez caixas. Alguns quilômetros após deixar a cidade, na BR 153, ele perdeu o controle do carro numa curva e colidiu com um furgão, contra uma parede de pedras, que fica ao lado da estrada. O automóvel que ele conduzia teve perda total, mas o motorista nada sofreu, e nenhuma vela quebrou.
“Tem algo estranho em toda a história. As caixas vinham bem acondicionadas, mas se bateram, poderiam ter quebrado”, diz Daniel. “Tantas coisas acontecem, que não duvido de nada”, reflete.
Proprietária de uma loja em Bagé, a comerciante Adriana Caminha foi quem encomendou o carregamento de velas para revender à Paróquia de Nossa Senhora Auxiliadora, que realizaria a procissão em homenagem à Nossa Senhora Auxiliadora no dia 24 de maio. “Quando fiquei sabendo que o carro tinha dado perda total, falei que só por um milagre as velas se salvariam”, contou.
O fato correu a cidade e, segundo a comerciante, aumentou a procura pelas velas.
“A procura foi bem maior. Hoje em dia é tão raro um milagre. Essas velas já vieram bentas”, crê a comerciante.
Janelas de Maio
A prefeitura de Bagé lançou, em 2011, salientar o hábito da colocação de velas nas janelas no dia 24 de maio através do concurso “Janelas de Maio”. A comissão julgadora percorre as principais ruas e bairros da cidade observando as decorações mais criativas alusivas à Santa. Enfeitar janelas com velas acesas e vitrais coloridos são tradições que existem desde a década de 40 [3] em Bagé, assim como carregar velas acesas durante a procissão.
Procissão luminosa
Também em Bagé, nas noites de 24 de maio, após missa realizada na Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, ocorre uma procissão em homenagem à Santa. Os milhares de fiéis percorrem as ruas do centro da cidade, com a maioria carregando velas.
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A data de 24 de maio de 1943 marca, segundo vários historiadores, o início da tradição das velas votivas na procissão de Nossa Senhora Auxiliadora, em Bagé. A iniciativa foi do padre Edegar Aquino Rocha, segundo as mesmas fontes. A data coincide com outras efemérides mas não tem ligação com elas. Esse fato ocorreu no auge da segunda guerra mundial. O presidente Getúlio Vargas já havia sido convencido pelo colega norte-americano Franklin Roosevelt a passar para o lado dos “aliados”. Um tour de force do presidente americano já trouxera ao Brasil, além do magnata Nelson Rockfeller, os cineastas Walt Disney e Orson Welles. Éramos os melhores amigos deles “desde criancinhas”. Roosevelt aprovou lei comercial no Congresso americano que colocava o Brasil em condições de ir à guerra. “Em três de março de 1942 o Brasil – através de um acordo de Empréstimo e Arrendamento, fixou em 200 milhões de dólares as importações de armamentos pelo Brasil, com uma redução de 65% nos preços”. Não dava para perder essa barbadinha... Getúlio, como já declarara antes, não queria ser apenas um fornecedor de materiais e gêneros alimentícios no conflito mundial. Ele queria os soldados brasileiros lutando na guerra, afinal nós éramos “do lado deles”. Mães, esposas, filhos e filhas dos soldados brasileiros sabiam o que isso poderia significar. A disposição de Getúlio era clara: os militares brasileiros deveriam lutar na guerra, morrer – se preciso fosse - na guerra, ou sobreviver, e só aí poder voltar para o Brasil, voltar para casa, voltar para suas famílias. Esse fato – da possibilidade do Brasil entrar na guerra (a FEB só foi criada em 9 de agosto de 1943) talvez tenha sido levado em consideração pelo padre Edegar.
As velas votivas começaram naquele ano a ser acendidas nas janelas das casas por onde passava a procissão, mas, depois, a tradição acabou se estendendo para as outras janelas de Bagé. Nesse ano de 1943 , começou a acender as velas pois temia que se o Brasil entrasse mesmo na guerra, como queria Getúlio, os seus filhos fossem combater no front europeu. Um deles, Dilermando Cândido, foi a um estúdio da rua Sete de Setembro e tratou de se “retratar” e presentear sua mãe com uma foto sobre a qual ela derramaria todas as suas lágrimas.
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