segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A vinda do padroeiro


por: Cláudio Falcão

A data comemorativa ao padroeiro da cidade, São Sebastião, é o dia 20 de janeiro.


IMAGEM: pode ter origem jesuítica

Com a proximidade das celebrações vale lembrar como foi a vinda da imagem do santo mártir para a Bagé que apenas começava a existir. Segundo o historiador Tarcísio Taborda, quando Dom Diogo de Souza, em 17 de julho de 1811, deixou o acampamento militar que mandara erguer para seguir rumo a Montevidéu, à frente do Exército Pacificador, encarregou o tenente Pedro Fagundes de Oliveira de assumir a direção militar e civil “desse campo e seu distrito”. Oliveira havia sido comandante da Guarda de São Sebastião (hoje Torquato Severo) e cumpriu com zelo a missão que lhe foi atribuída. A guarda velha foi suprimida e os residentes do local vieram, progressivamente, morar no acampamento que já era um vilarejo. As determinações de Dom Diogo deixaram claras as intenções que o lugar prosperasse como núcleo de povoamento. A religiosidade fez com que a imagem que havia na Coxilha de São Sebastião fosse requisitada para Bagé e as providências para trazê-la foram tomadas. A aprovação pelo bispo do Rio de Janeiro em 18 de maio de 1812 para a remoção da imagem e as adaptações do antigo rancho que servira como residência do coronel Eloy Portelli. Em 20 de janeiro do ano seguinte, uma grande e concorrida procissão trasladou a figura do santo mártir da Guarda de São Sebastião para a nova povoação. O primeiro sacerdote que foi trazido para dar assistência espiritual aos moradores de Bagé foi o padre José Loureiro.Em 1815 foi iniciada a construção de uma nova igreja, no local onde hoje está edificada a Matriz de São Sebastião, que foi dada como pronta em 1820, para onde foi novamente transferida a imagem de São Sebastião. Na verdade, dada a falta de recursos o novo templo eram mais um galpão coberto de palha que uma igreja. Entretanto, os quatro sinos que vieram para adornar a nova edificação foram trazidos das Missões. Em 1827, com a presença do exército invasor chefiado por Alvear, os saques e as depredações atingiram não só o rancherio como a capela, de onde foram roubados vários objetos sacros e quase a totalidade dos registros documentais.Vultos de grande importância histórica pisaram o chão da igreja que hoje é a catedral. Osório, patrono da Arma da Cavalaria, casou-se lá, em 15 de novembro de 1835. Da mesma forma Emílio Mallet, patrono da Arma da Artilharia, contraiu matrimônio na capela de São Sebastião, em 1828. De acordo com o historiador Cláudio Boucinha, a imagem original de São Sebastião teria sido feita nas Missões. A escolha do santo para ser o padroeiro da cidade pode ser atribuída ao fato de ser, também, o padroeiro dos militares.Biografia *******São Sebastião nasceu no final do século III, em Narvonne, na França. Seus pais mudaram-se para Milão quando era pequeno, e lá ele cresceu e foi educado. A exemplo da mãe, desde garoto mostrou-se forte e piedoso na fé. Quando adulto, alistou-se como militar, nas legiões do imperador Diocleciano, que até então ignorava o fato de Sebastião ser um cristão. O imperador o nomeou comandante de sua guarda pessoal. Nessa posição de destaque, Sebastião tornou-se um grande benfeitor dos cristãos encarcerados em Roma na época. Visitava com frequência as vítimas do ódio pagão e consolava e animava os candidatos ao martírio. Enquanto o imperador empreendia a expulsão de todos os cristãos do seu exército, Sebastião foi denunciado por um soldado. Diocleciano sentiu-se traído, e ficou perplexo ao ouvir do próprio Sebastião que era cristão. Tentou, em vão, fazer com que ele renunciasse ao cristianismo, mas Sebastião defendeu-se com firmeza. O imperador deu ordem aos seus soldados para que o matassem a flechadas. Estes abandonaram o corpo para que sangrasse até a morte. À noite, a esposa do mártir Castulo, Irene, foi com algumas amigas ao lugar da execução, para dar-lhe sepultura. Assustadas, comprovaram que Sebastião ainda estava vivo. Irene o escondeu em sua casa, cuidando de suas feridas. Já recuperado, São Sebastião quis continuar seu processo de evangelização e, em vez de se esconder, apresentou-se de novo ao imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas. Diocleciano ordenou que ele fosse espancado até a morte, com pauladas e golpes de bolas de chumbo. E, para impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos, jogaram-no no esgoto público de Roma. Uma piedosa mulher, Santa Luciana, sepultou-o nas catacumbas. Esses fatos aconteceram no ano de 287. Mais tarde, em 680, suas relíquias foram solenemente transportadas para uma basílica construída pelo imperador Constantino, onde se encontram até hoje. São Sebastião igualmente é tido como padroeiro contra a peste, a fome e a guerra.

O Mercado Público era...

Gente & Cultura
por: Cláudio Falcão

14/01/2011 - CULTURA
Páginas da história

O Mercado Público era localizado onde, hoje, está situado o Obinotel, o edifício Silveira Martins e os prédios do Conjunto Consórcio.
Na esquina do hotel ficava a Casa São João, na face Sul ficavam os armazéns e restaurantes populares, onde se reuniam os caixeiros viajantes. Na face Norte situavam-se as lojas de armarinhos, algumas com apenas uma porta. Aí começaram os comerciantes Salim Kalil e Felipe Kalil. Nos fundos do mercado, que se abria ao largo da bandeira, localizavam-se os açougues. No chamado Torreão Norte estava a “Agência Lotérica”. No interior do conjunto estavam as diversas bancas, que vendiam de hortigranjeiros aos peixes. No centro do mercado havia um quiosque de madeira, lugar onde eram servidos aperitivos aos frequentadores. Tendo marcado época na cidade, o Mercado Público foi concluído em 1922 e demolido em 1953.


FONTE: JORNAL MINUANO