sexta-feira, 16 de abril de 2010

CHURRASCO DE CHÃO E TIRO DE LAÇO




TARDE TÍPICA DE INVERNO EM BAGÉ....











VINHEDOS DA SALTON EM BAGÉ



DADOS DA PRODUÇÃO
Enólogo(a):
Lucindo Copat e equipe
Variedades Tintas:
Teroldego, Malbec, Carmenere, Cabernet Franc
Telefone:
(54) 2105-1000

CAMINHO FARROUPLIHA- BAGÉ


Quer mergulhar na história gaúcha, seguindo o rastro de figuras como Bento Gonçalves, Gomes Jardim e Giuseppe Garibaldi? O Caminho Farroupilha é um roteiro turístico que permite tudo isso e muito mais.
Dividido em duas partes – Costa Doce e Fronteira Gaúcha (ou Pampa Gaúcho) – o roteiro envolve 12 municípios: Guaíba, Camaquã, São Lourenço do Sul, Pelotas, Rio Grande, São José do Norte e Piratini, integrando a Costa Doce, e Alegrete, Bagé, Santana do Livramento, Rosário do Sul e Caçapava do Sul, integrando a Fronteira Gaúcha.
A Costa Doce é a região ao longo da costa da Lagoa dos Patos e do Oceano Atlântico, na Região Sul do Rio Grande do Sul. Todas as cidades que integram essa parte do roteiro têm como ponto comum a ligação com a Revolução Farroupilha (1835-1845), o fato histórico mais importante da história do Estado.
Já a Fronteira Gaúcha é formada pelos municípios que estão mais afastados de Porto Alegre e que misturam as culturas do Brasil com a dos países da fronteira, em um cenário belíssimo e encantador.
Pontos turísticos
Entre os pontos visitados na Costa Doce estão a Fazenda do Sobrado, em São Lourenço do Sul, o Museu do Charque, em Pelotas (cenário da minissérie “A Casa das Sete Mulheres”, o centro histórico de Piratini, a Casa Gomes Jardim, onde morreu o herói Bento Gonçalves, além do Porto de Rio Grande, um dos pontos estratégicos mais importantes da Revolução Farroupilha.
Na Fronteira Gaúcha, um dos municípios que se destacam é Bagé. A cidade tem vocação para o turismo, e explora bem a paisagem do pampa, a figura típica do gaúcho, os costumes locais e a gastronomia farta campeira. Entre os destaques de Bagé estão a Igreja de São Sebastião, o Palacete Pedro Osório, o Museu da Gravura Brasileira (com acervo de mais de 800 obras), o Museu Dom Diogo de Souza (exibe a caneta que Médico assinou o livro dos presidentes do Brasil), entre outros.
No total, somando as duas partes do roteiro, são mais de 40 quilômetros percorridos e cerca de 13 horas de passeio, todos destacando a importância de fatos e figuras históricas do Rio Grande do Sul.
Uma época bem apropriada para fazer o roteiro é o mês de setembro, quando todos os municípios têm uma extensa programação cultural para celebrar a Semana Farroupilha, que acaba dia 20 de setembro, dia do aniversário da proclamação da República Rio-grandense.

TARDES DE OUTONO...


PRAÇA DO CORETO

AVENIDA SETE DE SETEMBRO A NOITE


PASSO DO ONZE


Campanha Gaúcha


A Campanha Gaúcha fica quase na fronteira com o Uruguai, bem próxima do início da faixa tradicionalmente considerada ideal para a vitivinicultura, entre os paralelos 30º e 50º. As condições climáticas são melhores que as da Serra Gaúcha e tem-se avançado na produção de uvas européias e vinhos de qualidade.
Com o bom clima local, o investimento em tecnologia e a vontade das empresas, a região hoje já produz vinhos de grande qualidade que vêm surpreendendo a vinicultura brasileira.

O clima da região é o subtropical úmido. O que isso significa? Bom, isso quer dizer que, nos campos sulinos, os verões são quentes, os invernos são frios e chove regularmente durante todo o ano. Quando falamos em invernos frios, estamos falando de temperaturas que podem registrar menos que 0º C, ou seja, que podem ser negativas. Quando falamos de verões quentes, estamos falando de temperaturas que podem chegar a 35º C.

É a região com a maior amplitude térmica do país, isto é, onde há maior variação de temperatura. ão existe estação seca. Nos tempos de frio podem ocorrer geadas. Na época fria chega mesmo a nevar em alguns locais do sul do país.

São chamados de pampas os campos mais planos que estão localizados ao sul do estado do Rio Grande do Sul. Neles existe uma vegetação campestre, que parece um imenso tapete verde. Nos pampas predominam espécies que medem até um metro de altura. São comuns as gramíneas, que às vezes transformam os campos em grandes capinzais.Nos pampas a vegetação pode, então, ser considerada rala e pobre em espécies. Ela vai se tornando mais rica nas proximidades de áreas mais altas. Nas encostas de planaltos, existem matas com grandes pinheiros e outras árvores, como a cabreúva, a grápia, a caroba, o angico-vermelho e o cedro.

Indumentárias

A indumentária do gaúcho é dividida em três grupos: o Traje atual, usado no dia a dia; o Traje de época, que é considerado histórico, e o Traje folclórico que é o traje típico de uma região. A mulher gaúcha nunca teve um traje folclórico, mas sim algumas peças herdadas de outras culturas, como os açorianos, portugueses, italianos e alemães.
Os quatro trajes fundamentais: 1 - Chiripá primitivo; 2 - Braga; 3 - Chiripá farroupilha; 4 - Bombacha.
Traje Indígena - 1620 a 1730
Os Missioneiros (Tapes, Gês-guaranizados) -
constituíam a matéria-prima trabalhada pelos padres jesuítas dos sete povos e se vestiam, conforme severa moral jesuítica e . usavam, ainda, uma peça de indumentária não européia - "el poncho" - o pala bichará. A mulher missioneira usava o "tipoy", que era um longo vestido formado por dois panos costurados entre si, deixando sem costurar apenas duas aberturas para os braços e uma para o pescoço. Na cintura, usavam uma espécie de cordão, chamado "chumbe". O "tipoy" era feito de algodão esbranquiçado, mas em seguida se tornava avermelhado com o pó das Missões. Em ocasiões festivas, a índia missioneira gostava de usar um alvo "tipoy" de linho sobre o de uso diário. Apenas nas vestes religiosas, sobretudo nas procissões, as índias usavam mantos de cores dramáticas, como o roxo e o negro. Os Índios cavaleiros (Maias: Charruas, Minuanos, Yarós, etc), eram assim chamados porque prontamente se abonaram do cavalo trazido pelo branco, desenvolvendo uma surpreendente técnica de amestramento e equitação. Usavam duas peças de indumentária absolutamente originais: o "chiripá" e o "cayapi". O chiripá era uma espécie de saia, constituída por um retângulo de pano enrolado na cintura, até os joelhos. O cayapi dos minuanos era um couro de boi, inteiro e bem sovado (que se usava às costas) com o pêlo para dentro e carnal para fora, pintado de listras verticais e horizontais, em cinza e ocre. À noite, servia de cama, estirado no chão. Os charruas o chamavam de "quillapi" e "toropi". A mulher, entre os índios cavaleiros, usava apenas o chiripá. No rosto, pintura ritual de passagem, assinalando a entrada na puberdade. No pescoço, colares de contas ou dentes de feras.
Traje Gaúcho - 1730 a 1820
Patrão das Vacarias e Estancieira Gaúcha
O primeiro caudilho rio-grandense tinha mais dinheiro e se vestia melhor. Foi o primeiro estancieiro. Trajava-se basicamente à européia, com a braga e as ceroulas de crivo, a bota de garrão de potro, o cinturão-guaiaca, o lenço de pescoço, o pala indígena, a tira de pano prendendo os cabelos, o chapéu de pança de burro, etc. A mulher desse rico estancieiro usava botinhas fechadas, meias brancas ou de cor, longos vestidos de seda ou veludo, botinhas fechadas, mantilha, chale ou sobrepeliz, grande travessa prendendo os cabelos enrolados e o infaltável leque.Peão das Vacarias e China das Vacarias O traje do peão das vacarias destinava-se a proteger o usuário e a não atrapalhar a sua atividade - caçar o gado e cavalgar. Este gaúcho só usava o chiripá primitivo (pano enrolado como saia, até os joelhos, meio aberto na frente, para facilitar a equitação e mesmo o caminhar do homem) e um pala enfiado na cabeça. O chiripá assumia uma cor indistinta de múgria - cor de esfregão. À cintura, faixa larga, negra, ou cinturão de bolsas, tipo guaiaca, adaptado para levar moedas, palhas e fumo e, mais tarde, cédulas, relógio e até pistola. Ainda à cintura, as armas desse homem: as boleadeiras, a faca flamenga ou a adaga e, mais raramente, o facão. À mão, a lança - de peleia ou de trabalho. Camisa de algodão branco ou riscado, sem botões, apenas com cadarços nos punhos, com gola imensa e mangas largas. Pala, comumente, o de lã - chamado "bichará" - em cores naturais, e mais raramente o de algodão e o de seda que aos poucos vão aparecendo. Logo, também surge o poncho redondo, de cor azul e forrado de baeta vermelha. Pala: tem origem indígena. Pode ser de lã ou algodão, quando protege contra o frio, ou de seda, quando protege contra o calor. É sempre retangular com franjas nos quatro lados. A gola do pala é um simples talho, por onde o homem enfia o pescoço. Poncho: Tem origem inteiramente gauchesca. É feito de lã grossa, quase sempre azul escuro, forrado de baeta vermelha. O poncho tem a forma circular ou ovulada. Só protege contra o frio e a chuva. A gola é alta, abotoada e há um peitilho na frente do poncho. Botas: As botas mais comuns eram as de garrão-de-potro retiradas de vacas, burros e éguas. Eram lonqueadas ou perdiam o pêlo com o uso. Normalmente, eram feitas com o couro das pernas traseiras do animal que dão botas maiores. As que eram tiradas das patas dianteiras, muitas vezes eram cortadas na ponta e no calcanhar, ficando o usuário com os dedos do pé e o calcanhar de fora. Acima da barriga da perna, era ajustada por meio de tranças ou tentos. Esporas: As esporas mais comuns nessa época eram as nazarenas (européias)- nome devido aos seus espinhos pontudos, que lembram os cravos que martirizaram Nosso Senhor-e as chilenas (americanas)- nome à semelhança com as esporas do "huaso", do Chile. Luxo: O peão das vacarias só usava ceroulas de crivo nas aglomerações urbanas. Ademais, andava de pernas nuas como os índios. À cabeça, usava a fita dos índios, prendendo os cabelos - que os platinos chamam "vincha" - e também o lenço, como touca, atado à nuca. Chapéu: quando usava, era de palha (mais comum), e de feltro, (mais raro), e talvez o de couro cru, chamado de "pança-de-burro", feito com um retalho circular da barriga do muar, moldado na cabeça de um palanque. O chapéu era preso com barbicacho sob o queixo ou nariz. Esse barbicacho era normalmente trançado em delicados tentos de couro cru, tirados de lonca, ou então, eram simples cordões de seda, torcidas, terminando em borlas que caía para o lado direito. Mais raramente era feito de sola e fivela. Tirador: Ainda nesta época, aparece o "cingidor", que é o nosso tirador. Mulher: A mulher vestia-se com uma saia comprida, rodada, de cor escura e blusa clara ou desbotada com o tempo. Pés e pernas descobertas, na maioria das vezes. Por baixo, apenas usava bombachinhas, que eram as calças femininas da época.
Traje Gaúcho - 1820 - 1865
Chiripá Farroupilha e Saia e Casaquinho
O chiripá substituiu o anterior, que não é adequado à equitação, mas para o homem que anda a pé. Em forma de grande fralda, passada por entre as pernas e se adapta bem ao ato de cavalgar. O Chiripá Farroupilha é inteiramente gaúcho. Esse é um traje muito funcional, nem muito curto, nem muito comprido, tendo o joelho por limite, ao cobri-lo. As esporas deste período são as chilenas, as nazarenas e os novos tipos inventados pelos ferreiros da campanha. As botas são, ainda, a bota forte, comum, a bota russilhona e a bota de garrão, inteira ou de meio pé. As ceroulas são enfiadas no cano da bota ou, quando por fora, mostram nas extremidades, crivos, rendas e franjas. À cintura, faixa preta e guaiaca, de uma ou duas fivelas. Camisa sem botões, de gola, e mangas largas. Usavam jaleco, de lã ou mesmo veludo, e às vezes, a jaqueta, com gola e manga de casaco, terminando na cintura, fechado à frente por grandes botões ou moedas. No pescoço, lenço de seda, nas cores mais populares, vermelho ou branco. Em caso de luto, usava-se o lenço preto. Com luto aliviado, preto com "petit-pois", carijó ou xadrez de preto e branco. Aos ombros, pala, bichará ou poncho. Na cabeça usavam a fita dos índios ou o lenço amarrado à pirata e, se for o caso, chapéu de feltro, com aba estreita e copa alta ou chapéu de palha, sempre preso com barbicacho. A mulher usava saia e casaquinho com discretas rendas e enfeites. Tinham as pernas cobertas com meias, salvo na intimidade do lar. Usavam cabelo solto ou trançado, para as solteiras e em coque para as senhoras. Os sapatos eram fechados e discretos. Como jóias apenas um camafeu ou broche. Ao pescoço vinha muitas vezes o fichú (triângulo de seda ou crochê, com as pontas fechados por um broche). Este foi o traje usado pelas ricas e pobres desta época.
Traje gaúcho - 1865 até nossos dias
Bombacha e Vestido de Prenda
A bombacha surgiu com os turcos e veio para o Brasil usada pelos pobres na Guerra do Paraguai. Até o começo do século, usar bombachas em um baile, seria um desrespeito. O gaúcho viajava a cavalo, trajando bombachas e trazia as calças "cola fina", dobradas em baixo dos pelegos, para frisar. As bombachas são largas na Fronteira, estreitas na Serra e médias no Planalto, abotoadas no tornozelo, e quase sempre com favos de mel. A correta bombacha é a de cós largo, sem alças para a cinta e com dois bolsos grandes nas laterais, de cores claras para ocasiões festivas, sóbrias e escuras para viagens ou trabalho. À cintura o fronteirista usa faixa; o serrano e planaltense dispensam a mesma e a guaiaca da Fronteira é diferente da serrana, por esta ser geralmente peluda e com coldre inteiriço. A camisa é de um pano só, no máximo de pano riscado. Em ambiente de maior respeito usa-se o colete, a blusa campeira ou o casaco. O lenço do pescoço é atado por um nó de oito maneiras diferentes e as cores branco e vermelho são as mais tradicionais. Usa-se mais freqüentemente o chapéu de copa baixa e abas largas, podendo variar com o gosto individual do usuário, evitando sempre enfeites indiscretos no barbicacho. Por convenção social o peão não usa chapéu em locais cobertos, como por exemplo, no interior de um galpão. As esporas mais utilizadas são as "chilenas", destacando-se ainda as "nazarenas". Botas, de sapataria preferencialmente pretas ou marrons. Para proteger-se da chuva e do frio usa-se o poncho ou a capa campeira e do calor o poncho-pala. Cita-se ainda o bichará como proteção contra o frio do inverno. O preto é somente usado em sinal de luto. O tirador deve ser simples, sem enfeites, curtos e com flecos compridos na Serra, de pontas arredondadas no Planalto, comprido com ou sem flecos na Campanha e de bordas retas com flecos de meio palmo na Fronteira. É vedado o uso de bombacha com túnica tipo militar, bem como chiripás por prendas por ser um traje masculino. O vestido de prenda é uma criação do Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG a partir de 1948, criando assim um traje que representasse a mulher de tal forma a combinar com o traje atual dos peões. Existe também o traje alternativo feminino que é utilizado para cavalgadas, festas campeiras, entre outros usa-se então o vestido de prenda sem saia de armação e com capa, a bombacha feminina utilizada de modelo diferenciado do masculino, sem favos, sem bragueta e abotoada dos lados, com blusa ou fraque, modelos esses aprovados e atualizados em Congressos Tradicionalistas realizados pelo MTG.O traje atual da prenda adulta consiste em saia e blusa ou bata; saia e casaquinho e o vestido. O modelo é livre, evitando decotes abusados, ou seja, mostrar ombros e seios; as mangas não devem ser usadas com “boca de sino” ou “morcego”, seu tamanho varia entre longas, três quartos ou até o cotovelo. A saia sempre deve ser com a barra no peito do pé; em panos, godê ou meio-godê. No caso da blusa ou bata pode ou não ter gola. Na combinação saia e casaquinho, não pode haver bordados na saia, o casaquinho deve ter gola pequena e abotoado na frente, e pode ter bordados discretos O vestido pode ser, inteiro e cortado na cintura, de cadeirão, ou em corte princesa.É facultativo o uso de lenço com pontas cruzadas sobre o peito, o uso do fichu de seda com franjas ou de crochê, preso com broche ou camafeu, ou ainda do chalé. A quantidade de passa-fitas, apliques, babados e rendas é livre.A saia de armação, peça utilizada embaixo do traje feminino deve ser leve e discreta, na cor branca, se tiver babados devem estar no rodado da saia, hoje em dia evita-se o abuso na armação, e o comprimento deve ser inferior ao do vestido.A bombachinha, traje intimo feminino, deve ser de cor branca, com tecido leve e enfeitado com rendas discretas abaixo do joelho, cujo comprimento é também menor que o vestido, geralmente logo abaixo dos joelhos. Meias longas brancas ou coloridas, não transparentes; sapato com salto 5 (cinco), ou meio salto, que abotoe do lado de fora, por uma tira que passa sobre o peito do pé.Cabelo solto ou em trança (única ou dupla), com flores ou fitas. Vedado o uso de colares; Permitido o uso discreto de maquiagem facial, sem batons roxos, sombras coloridas, delineadores em demasia. Vedado o uso de relógios de pulso e de luvas; É livre a criação dos vestidos, quanto a cores, padrões e silhuetas, dentro dos parâmetros acima enumerados.

Culinária

A culinária do Rio Grande do Sul tem como tradição a carne de charque, o churrasco, o arroz "carreteiro" e as influências sofridas pela Imigração italiana no Brasil e alemã ocorrida durante o século XIX. Da mistura entre a comida indígena, portuguesa e espanhola e do homem do campo surge a chamada cozinha da Campanha e, com características mais urbana, a cozinha da região missioneira. O arroz e o feijão preto representam a constante brasileira na vida pastoril e urbana do Rio Grande do Sul. A cuca (pão doce) também é típica da culinária gaúcha.
Para o estudo da cozinha gaúcha, devem-se considerar as particularidades regionais: a Praiana (à base de produtos do mar); a cozinha da Campanha e Missões (predominando as carnes vacum e ovina); a da região dos Campos de Cima da Serra (onde o pinhão tem presença e o café com graspa sobrepõem-se ao chimarrão).

Herança indígena: utilização da mandioca e de seus produtos (farinha, tapioca, beju, pirão, mingau); uso do milho assado, cozido e seus derivados (canjica, pamonha, pipoca, farinha). Aproveitamento de plantas nativas (abóbora, amendoin, cara, batata-doce, banana). Cozimento dos alimentos na tucuruva (trempe de pedras), no moquém (grelha de varas) para assar carne ou peixe. Preparo do peixe assado envolvido em folhas; moqueca e também paçoca de peixe ou de carne (feita no pilão). Uso de bebidas estimulantes: mate e guaraná.

Herança portuguesa - aproveitou as especiarias da Índia (cravo, canela, noz-moscada). Criou novos pratos, adaptou outros e conservou algumas receitas tradicionais (bacalhoada, caldo verde, acorda, pasteis, empadas, feijoada, cozido, fatias douradas, coscorões, pão-de-ló, papo-de-anjo, sonhos, pães, compotas, marmeladas, frutas cristalizadas e licores).
A culinária luso-brasileira- distribuída pelas regiões gaúchas: Litoral (com influência açoriana) – peixe assado, grelhados, fervido, desfiado, moqueca de peixe, siri na casca, marisco ensopado, arroz com camarão, camarão com pirão. Pirão de água fria, pirão cozido, farofa, beju, angu de milho, mingau de milho verde, paçoca de carne desfiada, lingüiça frita, feijão mexido, fervido de legumes, açorda, canja, galinhada, fervido de suquete (osso buco), mocotó, bolo de aipim, pães caseiros, “massas doces” (pão doce sovado) “farte” (pão com recheio de melado), melado com farinha de mandioca, roscas de polvilho, roscas de trigo (fritas), rosquetes, “negro deitado” (bolo de panela), bolo frito, sonhos, omelete de bananas, banana frita, pão-de-ló, sequilhos, rapaduras (com diferentes misturas), pé-de-moleque, “puxa-puxa”, balas diversas, pasteis doces e salgados, doce de panela (de frutas), doce de leite, amobrosia, fatias douradas, bolos, pudins, empadas.Bebidas – Concertada (vinho com água e açúcar), Queimadinha (queimar cachaça com açúcar), Licores diversos (de vinho, de ovos, de butiá, de abacaxi etc), Café, mate-doce.
Cozinha Depressão Central (influência açoriana e outras) – Canja de galinha, sopas diversas, feijoada, feijão branco, fervido (com legumes e carne), feijão mexido, quibebe, paçoca de favas, arroz de forno, carne de panela ou assada no forno, bife enrolado ou à milanesa, guizado de carne, bolo de arroz, pão recheado, empadas, pastéis, “rosinhas” de massa, ovos mexidos e escaldados, “roupa velha” (sobras), peixe recheado, escabeche e frito, bacalhoada, bolinho de bacalhau. Conservas de pepino e cebola. Galinha assada ou recheada, arroz com galinha. Pães de forno, pão de panela, “mãe-benta”, biscoitos, “calça-virada”, coscorões, fatias-do-céu, merengues, broas, pudim de laranja, ambrosia de laranja, “manjar celeste”, pudim de pão, “ovos moles”, “fios-de-ovo”, arroz-de-leite, “bom-bocado”, mandolate, balas de leite, de mel, tortas (doces), pé-de-moleque, “farinha de cachorro” (farinha de mandioca com açúcar).Bebidas: gemada com vinho, licor de vinho, licores com furtas, vinho de laranja.

Cozinha da Campanha – Carnes grelhada, no espeto, no forno. Arroz “carreteiro”, espinhaço de ovelha ensopado, pasteis, empadão, feijão, “cabo-de-relho” (sobras). Pães caseiros (ao forno), pão “catreiro” ou “de pedra” (aquecidos sobre pedra ou chapa quente), roscas de milho, “farinha de cachorro”, ambrosia de pão, doces de “panela” (marmelada, e em calda).Bebidas: chimarrão.

Cozinha “Serrana” – Carne assada, frita, mocotó, feijoada (de feijão preto e branco), charque com mandioca, paçoca de pinhão com carne assada, couve refogada, couve com farinha, galinha assada, arroz com galinha e quirela de milho, batata-doce, moranga, milho cozido, cuscuz, farinha de biju com leite. Doce de gila, “jaraquatia”, sagu com vinho, arigones, arroz doce, doce de frutas (pêssego, figo, pêra), ambrosia, doce de leite, “chico balanceado” (doce de aipim), doce de batata doce.Bebidas: “Camargo” (café com apojo), quentão de vinho, café com graspa.

Cozinha da região Missioneira - Carnes (vacum, ovino) assada no forno, no espeto, grelhada, frita na panela, sopa de lentilhas, sopa de cevadinha, feijoada, “puchero”, “gringa” (moranga) caramelada, pirão de farinha de milho, canja, couve com farofa, matambre com leite, fervido de espinhaço de ovelha com aipim. Canjica, guizado de milho, pasteis, empadão, revirado de galinha, revirado de sobras, lingüiça frita, paçoca de charque, galinha assada. Pão de forno, pão de borralho, bolo frito, biscoitos, pão-de-ló, geléia de mocotó, doce de jaraquatia, pêssego com arroz, arigones, tachadas (marmelo, pêssego, pêra), doce de laranja azeda cristalizada, doce de leite, rapadura de leite, gemada com leite, bolos.Bebidas: chimarrão, mate doce, mate com leite.

Colônia alemã – Carne de porco (assada e frita), wurst (lingüiça), chucrut (conserva de repolho), nudeln (massa), kles (bolinhos de farinha de trigo com batata cozida), conserva de rabanete, galinha assada, sopa com legumes e ovos, kas-schimier (ricota), kuchen (cuca), leb-kuchen (cuca de mel), mehldoss (doces de farinha de trigo), schimier (pasta de frutas), syrup (frutos cozidos com melado), weihmachts (bolachinhas), bolinhos de batata ralada, pão de milho, de centeio, de trigo, tortas doces. Café colonial (salgadinhos, salames, queijos, bolos).Bebidas: Das bier - cerveja, chop. Spritzbier (gengibirra). Assimilaram o chimarrão.

Colônia Italiana – Brodo (caldo de carne), carne Lessa (carne cozida n´agua), capeleti (massa com recheio de carne picada) o mesmo que Agnolini, menestra ou aminestra (sopa, canja), galeto a menarôsto ( frango no espeto), ravióli (massa com recheio), tortei (pastel cozido recheado com moranga ou abóbora), macarôn (massa), spagueti (massa cortada), fidelini (massa fina), polenta (angu de farinha de milho), risoto (arroz com galinha e queijo ralado), pizza (massa de pão com molho e queijo), pera cruz (bolo fervido em calda de frutas), pães de trigo e milho, panetone (pão com frutas cristalizadas), salames, queijos.Bebidas: vinho, graspa.

O Chimarrão

Sempre presente no dia-a-dia, o chimarrão constituiu-se na bebida típica do Rio Grande do Sul. Também conhecido como mate amargo, significa símbolo da hospitalidade e da amizade do gaúcho. É o mate cevado sem açúcar, preparado em uma cuia e servido através de uma bomba. É a bebida proveniente da infusão da erva-mate, planta nativa das matas sul-americanas, inclusive no Rio Grande do Sul. Atribuem-se ao chimarrão, propriedades desintoxicantes, particularmente eficazes numa alimentação rica em carnes, pois é diurético e digestivo.
Destaca-se principalmente que o mate é estimulante da atividade física e mental, atuando beneficamente sobre os nervos e músculos eliminando a fadiga.

Como preparar
1. Coloque a erva mate verde em 2/3 da cuia.
2. Tape com a mão ou com papel firme a boca da cuia, inclinando-a para ajeitar a erva, que deve ficar assentada de um lado só, deixando um espaço vazio.
3. Bata suavemente, com a ponta dos dedos, na superfície externa da cuia, no lado em que a erva mate está assentada, para que o pó mais fino se desloque para o fundo do porongo.
4. Coloque novamente a cuia na posição vertical, com suavidade, para que a erva mate não caia para o lado.
5. Despeje um pouco de água morna ou fria para umedecer e inchar a erva, e aguarde alguns instantes.
6. Coloque a água quente, tendo o cuidado de não deixá-la ferver. O melhor é respeitar o aviso da chaleira, que começa a chiar aos 80º.
7. Introduza a bomba no fundo da cuia, apoiada na erva, mantendo o bocal fechado com o dedo polegar, até assentá-la bem.
8. Quando a infusão acabar, deve-se acrescentar mais água. A operação pode ser repetida até que o chimarrão deixe de espumar, sinal de que a erva já enfraqueceu.

Os Dez Mandamentos do Chimarrão
Fonte: Pércio de Moraes Branco- Almanaque Tchê

1. NÃO PEÇAS AÇÚCAR NO MATE
O gaúcho aprende desde piazito que e por que o chimarrão se chama também mate amargo ou, mais intimamente, amargo apenas. Mas, se tu és dos que vêm de outros pagos, mesmo sabendo poderás achar que é amargo demais e cometer o maior sacrilégio que alguém pode imaginar neste pedaço do Brasil: pedir açúcar.

2. NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO É ANTI-HIGIÊNICO
Tu podes achar que é anti-higiênico pôr a boca onde todo mundo põe. Claro que é. Só que tu não tens o direito de proferir tamanha blasfêmia em se tratando do chimarrão.

3. NÃO DIGAS QUE O MATE ESTÁ QUENTE DEMAIS
Se todos estão chimarreando sem reclamar da temperatura da água, é porque ela é perfeitamente suportável por pessoas normais.

4. NÃO DEIXES UM MATE PELA METADE
Tu deves tomar toda a água servida, até ouvir o ronco de cuia vazia..

5. NÃO TE ENVERGONHES DO "RONCO" NO FIM DO MATE
Se, ao acabar o mate, sem querer fizeres a bomba "roncar", não te envergonhes. Está tudo bem, ninguém vai te julgar mal-educado.

6. NÃO MEXAS NA BOMBA
A bomba do chimarrão pode muito bem entupir, seja por culpa dela mesma, da erva ou de quem preparou o mate. Mas, por favor, não mexas na bomba. Fale com quem lhe ofereceu o mate ou com quem lhe passou a cuia.

7. NÃO ALTERES A ORDEM EM QUE O MATE É SERVIDO
Roda de chimarrão funciona como cavalo de leiteiro. A cuia passa de mão em mão, sempre na mesma ordem. Para entrar na roda, qualquer hora serve mas, depois de entrar, espera sempre tua vez e não queiras favorecer ninguém, mesmo que seja a mais prendada prenda do Estado.

8. NÃO "DURMAS" COM A CUIA NA MÃO
Numa roda de chimarrão, tu falas, discutes, ri, xingas, enfim, tu participas de uma comunidade em confraternização. Só que esta tua participaçâo não pode ser levada ao extremo de te fazer esquecer da cuia que está em tua mão.

9. NÃO CONDENES O DONO DA CASA POR TOMAR O 1º MATE
Se tu julgas o dono da casa um grosso por preparar o chimarrão e tomar ele próprio o primeiro, saibas que grosso é tu. O pior mate é o primeiro e quem o toma está te prestando um favor.

10. NÃO DIGAS QUE CHIMARRÃO DÁ CÂNCER NA GARGANTA
Pode até dar. Mas não vai ser tu, que pela primeira vez pegas na cuia, que irás dizer, com ar de entendido, que chimarrão é cancerígeno. Se aceitaste o mate que te ofereceram, toma e esquece o câncer.

A CUIA NOVA

Quando a cuia é nova, é necessário curti-la antes de começar a matear. Para tal, é necessário enchê-la de erva-mate pura ou ainda misturada com cinza vegetal e água quente, que deve permanecer de dois a três dias, mantendo a umidade, para que fique bem curtida, impregnando o gosto da erva em suas paredes. O uso da cinza é para dar maior resistência ao porongo. Após o tempo determinado, retira-se a erva da cuia e, com uma colher, raspa-se bem o porongo, para retirar alguns baraços que tenham ficado.

Expressões Gaudérias

Afiado como navalha de barbeiro caprichoso.•
Agarrado como carrapato em culhão de touro.•
Apertado como rato em guampa.•
Assanhada como solteirona em festa de casamento.•
Atirado como interesse de viúva.•
Aumentar como barriga de prenha.•
Bater mais que brigadiano na mulher.•
Brilhar como ouro de libra.•
Bueno como namoro no começo.•
Buliçoso que nem mico de viúva.•
Cair bem como chuva em roça de milho.•
Calmo que nem água de poço.•
Cara amarrada como pacote de despacho.•
Causar alvoroço que nem mata-mosquito em convento.•
Chiar como uma locomotiva no cio.•
Cobiçada como anca de viúva nova e bonita.•
Comer mais que remorso.•
Como tosa de porco: muito grito e pouca lã.•
Contente como cusco de cozinheira.•
Contrariado como gato a cabresto.•
Dá mais que pereba em moleque.•
De boca aberta que nem burro que comeu urtiga.•
Devagar como enterro de a pé.•
Dormir atirado que nem lagarto.•
Dormir que nem sapo morto estirado nos arreios.•
Encardido como peleia de caudilho.•
Encordoado como teta de porca.•
Enfeitado como bidê de china.•
Engraçado como gorda botando as calça.•
Esfarrapado que nem poncho de gaudério.•
Espalhar-se como pó de mangueira em pé de vento.•
Esparramado como dedo de pé que nunca entrou em bota.•
Esperto que nem gringo de venda.•
Extraviado que nem chinelo de bêbado.•
Faceiro como mosca em rolha de xarope.•
Feia como mulher de cego.•
Feliz que nem lambari de sanga.•
Fino e comprido como pio de pinto.•
Firme que nem prego em polenta.•
Frouxo como peido em bombacha.•
Furioso como gato embretado em cano de bota.•
Gordo e lustroso como gato de bolicheiro.•
Gosmento como cuspida de bêbado.•
Grosso como rolha pra poço.•
Grudado como bosta em tamanco.•
Judiado como filhote de passarinho em mão de piá.•
Louco como galinha agarrada pelo rabo.•
Mais à vontade que bugio em mato de boa fruta.•
Mais alto que cavalo de oficial.•
Mais amontoado que uva em cacho.•
Mais angustiado que barata de ponta-cabeça.•
Mais apertado que nó de soga em dia de chuva.•
Mais apressado que cavalo de carteiro.•
Mais arisca do que china que não quer dar.•
Mais assustado que véia em canoa.•
Mais atirado pra trás que pica-pau em tronqueira.•
Mais atirado que alpargata em cancha de bocha.•
Mais atrasado que bola de porco.•
Mais baixo que vôo de marreca choca.•
Mais bonita que laranja de amostra.•
Mais branco que perna de freira.•
Mais caro que argentina nova na zona.•
Mais ciumenta que mulher de tenente.•
Mais complicado que receita de creme Assis Brasil.•
Mais comprido que esperança de pobre.•
Mais comprido que suspiro em velório.•
Mais conhecido que a reza do padre-nosso.•
Mais conhecido que parteira de campanha.•
Mais curto que coice de porco.•
Mais delgado que cachaço emprestado.•
Mais demorado que enterro de rico.•
Mais desconfiado que cego que tem amante.•
Mais difícil que nadar de poncho.•
Mais duro que pau de preso.•
Mais eficiente que japonês na roça.•
Mais encolhido que tripa grossa na brasa.•
Mais enfeitado que burro de cigano em festa.•
Mais enfiado que cueca em bunda de gordo.•
Mais engraxado que telefone de açougueiro.•
Mais enrolado que lingüiça de venda.•
Mais entravado que carteira e
m bolso de sovina.•
Mais escandaloso que relincho de burro chorro.•
Mais faceiro que gordo de camiseta.•
Mais faceiro que guri de bombacha nova•
Mais fácil que fazer falar um rádio.•
Mais fechado que baú de solteirona.•
Mais fedorento que arroto de corvo.•
Mais feio que indigestão de torresmo.•
Mais fino que assobio de papudo.•
Mais firme que catarro em parede.•
Mais forte que peido de burro atolado.•
Mais gostoso que beijo de prima.•
Mais grosso que cintura de sapo.•
Mais importante que o irmão da rapariga do cabo.•
Mais inútil que buzina em avião.•
Mais inútil que mijar em incêndio.•
Mais ligado que rádio de preso.•
Mais ligeiro que tainha de açude.•
Mais linda que camisola de noiva.•
Mais magro que guri com solitária.•
Mais medroso que cascudo atravessando galinheiro.•
Mais metido que piolho em costura.•
Mais nervoso que anão em comício.•
Mais nojento que mocotó de ontem.•
Mais perdido que surdo em bingo.•
Mais perfumado que mão de barbeiro.•
Mais pesado que pastel de batata.•
Mais prestimosa que mãe de noiva.•
Mais quieto que guri cagado.•
Mais sério que guri mijado.•
Mais triste que último dia de rodeio.•
Mais usado que pronome oblíquo em conversa de professor.•
Mais vaidoso que guri em chineiro.•
Mais velho que mijar em arco.•
Pelado que nem sovaco de perneta.•
Pior que a filha casar com nordestino.•
Que nem carro de funebreiro: só leva.•
Que nem serra elétrica, não pode ver pau de pé.•
Quem revela a fonte é água mineral.•
Sofrer como joelho de freira na Semana Santa.•
Solito como galinha em gaiola de engorde.
Tranqüilo e sereno que nem baile de moreno.
Virar-se mais que minhoca na cinza.
Vivo como cavalo de contrabandista.



No início da noite de sábado um desfile inédito em Semanas Crioulas chamou a atenção do público que passeava pelo parque de exposições. Foi o desfile histórico, organizado pela Rural Jovem. O objetivo era contar a história do Rio Grande do Sul, citando os principais acontecimentos, lutas e batalhas, do estado, através das vestimentas e das armas. Montados em cavalos, homens e mulheres assumiram papéis de personagens importantes e passaram pela avenida principal do Parque. Enquanto o público acompanhava o desfile, Claudio Falcão leu um texto para ambientar quem assistia.