quarta-feira, 13 de julho de 2011

CADERNO ZH EM HOMENAGEM AOS 200 ANOS








13/07/2011

AS VÁRIAS DATAS DE BAGÉ


FONTE ZH

CAUSOS DE BAGÉ

Nos 200 anos de Bagé, luta é pela preservação do patrimônio

Vivian Virissimo
Nos 200 anos de emancipação política de Bagé, na região da Campanha do Rio Grande do Sul, uma das principais preocupações dos moradores diz respeito justamente à conservação da história da cidade. Após a destruição de alguns prédios históricos, um movimento se articula para preservar de forma definitiva o patrimônio histórico urbano e rural de Bagé.
Destruição de casarões históricos motivou moradores a organizarem movimento pela preservação do patrimônio em Bagé | Foto: Heloisa Beckman/Divulgação
O município de 116 mil habitantes possui aproximadamente 800 prédios considerados de importância histórica, cultural e social, mas apenas vinte são tombados. Depois da destruição de casarões históricos da cidade, a entidade Defesa Civil do Patrimônio Histórico (Defender) decidiu liderar um abaixo-assinado na internet e mobilizar apoiadores nas redes sociais.
As movimentações começaram com ações no Ministério Público que obtiveram sucesso para frear destruição dos antigos casarões. No abaixo-assinado, os organizadores pedem que os órgãos governamentais da área reconheçam e protejam “de forma definitiva” o patrimônio histórico de Bagé, que completa 200 anos neste domingo (17). O documento será encaminhado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Estadual (IPHAE) e ao Instituto Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) assim que colher 1000 assinaturas.

Inaugurado em 1884, prédio da Estação Ferroviária virou centro administrativo de Bagé em 1980 | Foto: Prefeitura de Bagé/Divulgação
“Queremos uma solução política definitiva para preservação do patrimônio histórico de Bagé. Se não conseguirmos o tombamento por meio do órgãos competentes, este legado extraordinário será destruído nos próximos anos, da mesma forma como vimos acontecer, nos últimos meses, a destruição de vários casarões antigos. E foi justamente a repetição destas cenas que acabou gerando uma reação nos bageenses”, afirma o representante da Defender na cidade, José Francisco Botelho.
O movimento começou a se articular após a interiorização do governo estadual no início de julho, com a presença do governador Tarso Genro e do secretário da Cultura Luiz Antônio de Assis Brasil. Uma reunião na Câmara de Vereadores com a participação de diversos segmentos da sociedade de Bagé marcou o início da mobilização da Defender.
Mesmo com o número reduzido de tombamentos e a ameaça de novas destruições, Botelho considera que há aspectos a serem comemorados. “Nós temos que comemorar nestes 200 anos de Bagé que o patrimônio se manteve. Não está perfeitamente conservado, mas pode ser revitalizado, ao contrário de outras cidades que já o destruíram”, salienta. “No Brasil, infelizmente, desenvolvimento ainda é sinônimo de destruição dos centros históricos. Em Bagé, a preservação se deu por acaso, não pelo tombamento por parte dos órgãos competentes”, afirma.

Mesmo tombado, alvará para destruição da Torre do Castelinho foi concedido, mas MP barrou | Foto: Telmo Padilha/Divulgação
Para Botelho, Bagé ainda consegue conservar seu patrimônio histórico, o que é motivo de orgulho para seus moradores. “Andando por várias quadras de Bagé se tem a sensação de uma cultura autêntica. Os bageenses se acostumaram com a horizontalidade da cidade. Quando os patrimônios foram destruídos, o imaginário do povo de Bagé foi atacado a marretadas”, diz Botelho, acrescentando que o tombamento poderá servir como publicidade para o turismo da região, a exemplo de Jaguarão, na fronteira com o Uruguai.
Para o presidente da Defender, Telmo Padilha Cesar, os principais inimigos da preservação do patrimônio histórico são o desconhecimento da lei, seguidos pelo interesse econômico, além do falso sentimento de progresso.
“Nos patrimônios históricos se têm os indícios do desenvolvimento econômico, cultural e social das sociedades. Além disso, progresso e desenvolvimento não significam apenas a verticalização ou aglomeração de pessoas, pelo contrário, desenvolvimento também é a preservação das edificações históricas”, destaca.


http://sul21.com.br/jornal/2011/07/nos-200-anos-de-bage-luta-e-pela-preservacao-do-patrimonio/


Alguns pontos importantes de Bagé antes e depois



Nosso Coreto antes e depois



Mercado Público demolido e hoje, o prédio que ocupa seu lugar...



Coreto de Santa Thereza antes e depois....



Antes e depois da esquina que hoje abriga a nossa biblioteca pública