quarta-feira, 20 de julho de 2011

Fundação de Bagé

por: Cláudio Falcão

[21H:38MIN] 18/07/2011 - ESPECIAL

Do acaso à realidade

CATEDRAL: símbolo municipal acompanhou a evolução da cidade

Em 1811 irrompeu, no interior do Uruguai, um movimento generalizado e espontâneo, chefiado por Artigas, contra os espanhóis. Dona Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI, e que tinha relações de parentesco muito próximas à Coroa Espanhola, conseguiu de seu esposo a ordem para que as forças luso-brasileiras, concentradas ao longo das fronteiras do Rio Grande do Sul, penetrassem em terras castelhanas para cooperar com os exércitos monarquistas espanhóis sitiados em Montevidéu. Dessa forma, Dom Diogo de Souza inicia sua campanha à frente do denominado “Exército Pacificador da Banda Oriental”, que acampou por um tempo relativamente longo aos pés dos cerros de Bagé. O exército comandado por ele tinha três mil homens, uma parte pertencente à força que transmigrara para o Brasil, outra, os Dragões de Rio Pardo e uma terceira, o Regimento de Cavalaria Ligeira Sul Rio-grandense.
17 de julho de 1811 – Data oficial da fundação de Bagé, estabelecida pelo historiador Tarcisio Antonio Costa Taborda. O exército luso-brasileiro deixou o acampamento, em direção a Cerro Largo, levando 10 mil cavalos e dois mil bois. Ultrapassou o rio Jaguarão-Chico, acampou no passo de Aceguá e daí foi para a Fortaleza de Santa Teresa. Ao ir embora, o exército enfrentou uma série de dificuldades: era inverno, muita chuva, os rios estavam cheios e não davam passagem para as carretas carregadas. Foi então que Dom Diogo resolveu deixar em Bagé parte dos soldados, comerciantes e mulheres que haviam acompanhado o exército, alguns doentes, cirurgiões e mantimentos. Ao partir, Dom Diogo nomeou o tenente Pedro Fagundes de Oliveira comandante do acampamento de Bagé. Começou, então, a surgir um novo vilarejo que oferecia melhores recursos de água, lenha e proteção natural do que o aldeamento que já havia junto à antiga Guarda de São Sebastião. Nesta data, Dom Diogo de Souza, em ofício ao tenente Pedro Fagundes de Oliveira, o fez “deste campo e seu Destricto a cujo fim lhe dou toda a autoridade necessária”. Esse ato, que se pode chamar de declaração de nascimento de Bagé, contém três detalhes interessantes. O primeiro deles é a declaração expressa de existência do distrito de Bagé, até então nunca referida. O segundo é a recomendação para a conservação do campo, que era a designação do povoado surgido do acampamento. E por último, a nomeação de um comandante de distrito. Pela organização política e administrativa do Brasil, à época, os comandantes de distrito seriam nomeados para os lugares povoados com funções militares, administrativas e jurídicas. Sendo assim, estava confirmada a existência oficial de Bagé como núcleo habitacional.

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