domingo, 16 de setembro de 2012

O mistério dos cães

por: Cláudio Falcão [20H:35MIN] 17/09/2012 - ESPECIAL No início do século 20 foi que o palacete Pedrinho Osório foi construído. De acordo com informações contidas no “Inventário Cultural de Bagé”, da pesquisadora Elizabeth Macedo de Fagundes, não se sabe quem foi o autor do projeto do prédio.
fotos: Francisco de Assis PERDIGUEIROS: transformaram-se em lenda urbana da cidade Alguns mistérios cercam a bela edificação. Não se sabe, até hoje, se foi inspirada em um prédio em Bolonha (Itália) ou se seria uma réplica de uma construção em Paris. A segunda hipótese é mais atraente. O livro cita que a tal casa ficaria próxima ao “Magazine Printemps”, ao saltar da estação do metrô Pte. Maillot. O curioso é que haveria, também, duas estátuas de cachorros como detalhe. São duas estátuas de ferro fundido de um realismo impressionante. Não se sabe como seriam as peças francesas, mas as daqui são fantásticas. Assim como se fala à boca miúda do monstro da Panela do Candal, fala-se também do profundo mistério que cerca aqueles cães de ferro. Há quem diga que, em noites muito escuras, com pouco ou nenhum movimento, eles desciam de seus pedestais e ficavam troteando pelo muro do casarão. Inquietos e farejando, como bons perdigueiros, faziam o maior esforço para irem ao bosque plantado pelo proprietário original. Quando conseguiam entrar era uma festa silenciosa. Urinavam com desespero e faziam cada sorete pesado! Puro ferro fundido! Escavações no bosque poderão render bons achados. Ao romperem as barras do dia eles voltavam ao portão e reassumiam suas posturas imóveis. Muito tempo depois de construído o palacete o mistério foi aumentado. No outro lado da rua o requinte arquitetônico de algum construtor provocou a tragédia. Os dois cães de ferro, que eram irmãos inseparáveis brigaram numa noite de temporal e nunca mais desceram dali. O motivo da desavença foi uma cadela de cimento colocada sobre a pratibanda de uma outra casa, quase em frente ao palacete. Antes de optarem pela imobilidade definitiva, o mais apaixonado deles ainda dirigiu um último olhar à cachorrinha. Amor impossível se sabe. Ferro e cimento são incompatíveis no amor. Mesmo assim, ele imobilizou-se admirando sua amada. E de tão leviana e indiferente a um amor tão puro, a tal cachorra parece sorrir até os dias de hoje. A lenda, antes de ser lenda, foi motivo de muita tristeza e revolta. Razão pela qual a boneca da “Casa A Boneca”, virou as costas para a triste cena. Hoje, para esquecer, passa seus dias olhando para os carros no trânsito da cidade. Francisco de Assis
AMOR: cachorro observa sua amada, a cadelinha do outro lado da rua