A Prefeitura de Bagé executa serviço de preparação do pavimento em pedra irregular em determinados pontos da avenida Tupy Silveira.
O objetivo da ação é dar início à pavimentação asfáltica sobre pedra irregular, obra que tem previsão de início na próxima quarta-feira. A avenida será asfaltada no sentido sul/norte, a partir da rua Fernando Machado até a rua Tenente Pedro Fagundes, somente na pista de rolamento, a parte de estacionamento não será pavimentada para facilitar a drenagem das água pluviais.
Segundo explica o secretário de Atividades Urbanas, Eduardo Mendes, essa ação vai acontecer em caráter experimental. “Esse é um teste que faremos nessa avenida para depois ampliarmos essa ação a outras ruas e bairros, de forma que possamos melhorar cada vez mais a pavimentação da nossa cidade”, detalhou. O serviço será executado pelas equipes da Secretaria de Atividades Urbanas (Smau), utilizando o maquinário recentemente adquirido pela prefeitura e que foi viabilizado pelo Programa Pró-asfaltamento através de financiamento do Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
FONTE: JM
30/04/11
Bem Vindos a Bagé !!! Porta de entrada para o pampa gaúcho,seus campos preservam o bioma natural da região e seu povo não se cansa de mencionar a sua rica arquitetura urbana e rural.Como o gaúcho de fronteira jamais viveu sem um cavalo,só poderia ser por aqui que se encontra o que há de melhor na produção eqüina nacional,principalmente dos puros-sangues ingleses e dos crioulos.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
BAGÉ AO DR. PENNA
Ginásio Presidente Médici-Militão
Popularmente chamado de Militão, tem o nome de Ginásio Presidente Médici em homenagem ao ex-presidente da República, nascido em Bagé.
Inaugurado no governo Médici, pertence à Prefeitura. É palco de competições esportivas e eventos artísticos e culturais. É também sede da Secretaria de Esportes e Turismo de Bagé (SETUR).
O Complexo possui ginásio poliesportivo (onde são disputados jogos de futsal, vôlei, basquete e handebol), 7 campos de futebol (o oitavo está em fase de construção), campo de futebol sete, quadras de vôlei de areia (uma com medidas oficiais, construída em 2003), palco para atividades artísticas e shows, pista de jeep cross, lugar para camping e área de lazer arborizada com churrasqueiras. Dentro do ginásio há ainda sala para reuniões, sala de artes marciais, sala de ginástica olímpica e rítmica, sala do Corba (Corredores de Rua de Bagé) e sala de fisioterapia, com um profissional da Secretaria de Esportes e Turismo do município para atender gratuitamente os atletas amadores que participam das atividades no Complexo.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
segunda-feira, 18 de abril de 2011
LENDAS DE BAGÉ
A LENDA DE IBAGÉ E NOMAÍHICI - Bagé - (Colab. Sarita Barros)
In ANTOLOGIA FESTILENDA, lenda contada por Sheila Corrêa
Existe nas plagas do sul uma cidade encantada. Envolta em verde imensidão de planícies e serranias, a desdobrar-se em hospitalidade, graça e sedução.
Dizem que nessa cidade, há muitos e muitos anos, foi lançado um sortilégio, de modo que nenhum forasteiro possa esquecer-se jamais de que um dia a tivesse visitado. E que por isso leve consigo para sempre uma lembrança tão grata e inesquecível, que se transforme, por magia, num desejo incontrolável de regressar para revê-la o quanto antes.
Esta história começou com uma festa de noivado. O guerreiro Ibagé acabara de pedir em casamento uma bela índia tuxaua, chamada Nomaíhici.
A tarde de primavera parecia regozijar-se com aquela cerimônia. Os anciãos ofereciam a primeira cuia de vinho aos noivos, e todos dançavam e cantavam, quando, de repente, chegou um mensageiro esbaforido.
Guenoas e Guaranis estavam próximos. O ataque traiçoeiro seria inevitável. Não havia tempo a perder.
O destino se atravessava cruel nos planos de felicidade do jovem par.
Ibagé queria que Nomaíhici fosse se esconder na mata com as outras mulheres e as crianças. Mas ela, apaixonada, preferia morrer à simples possibilidade de nunca mais tornar a vê-lo. E foi junto. Montados a cavalo, à frente da tribo, partiram Ibagé e Nomaíhici para a guerra.
Uma légua depois, foram atacados pelos ferozes inimigos. Nessa luta desigual, Nomaíhici foi a primeira a tombar.
Quando o combate findou, desbaratado o adversário à custa de muito sangue e heroísmo, Ibagé encontrou a noiva caída. Nos olhos semi-abertos, a imagem da festa de noivado, os guerreiros dançando alegremente, nos lábios ainda um sabor de vinho e de beijos. O peito onde brincara o amor, atravessado por uma flecha mortal.
Ibagé chorou muito, tomou-a entre os braços, chamou-a pelo nome, mas depois guardou-se em silêncio profundo ante vontade suprema do Criador do Universo. Até a natureza parecia comovida com a dor do valente guerreiro. Nenhum estalido de folha seca se ouvia. Nenhum chilreio de pássaro. Nada. Até os animais ferozes se calaram, enquanto ele carregava por entra a floresta o corpo de Nomaíhici para devolvê-lo aos pais.
Ibagé sofreu muito de amor e saudade, por anos a fio, até que também viajou à terra do Sem Mal, onde vivia sua amada.
Foi então que Tupã, compadecido, quis prestar-lhe uma última homenagem, erguendo em seu nome um grandioso mento, a cidade de Bagé. Escolheu um local privilegiado, ali onde termina o Rio Grande e começa o Uruguai, lançando sobre ela o sortilégio da benquerença, de modo que até os dias hoje, quem conhece Bagé não poderá esquecê-la jamais.
Estará fadado irremediavelmente a voltar; e sempre e sempre voltar.
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A LENDA DO RIO DAS LÁGRIMAS - Bagé - (Colab. Sarita Barros)
In MITOS E LENDAS DO RIO GRANDE DO SUL – Antônio Augusto Fagundes
Não é um grande rio - antes, quase um arroio. Bonito, cristalino, nasce no município de Bagé, na fronteira sul do Estado, em pleno pampa, como afluente do rio São Sepé.
E não nasceu por acaso.
Durante a Guerra das Missões (1750/1756) os índios guaranis, animados pelos padres e comandados por Nicolau Nhenguirú, o cacique Alexandre e pelo próprio José Tiarayu, o Sepé, tentaram impedir que os Sete Povos das Missões caíssem nas mãos dos portugueses. Para isso, as tropas européias não poderiam passar de Santa Tecla, nas terras de Bagé. Se passassem, nada poderia impedir que entrassem nas Missões, de cujos campos dizia Sepé Tiarayu: "Esta terra é nossa! Nós a recebemos de Deus e de São Miguel".
Pois os exércitos unidos de Espanha e Portugal, vencen¬do a heróica resistência dos missioneiros, passaram. Nesse dia, derrotado, Sepé sentiu que tudo estava perdido. Perdidos os Sete Povos, as casas e as igrejas, as lavouras e as estân¬cias. Perdidos os índios, seus lares e suas famiias. Perdida, enfim, a terra que tanto amavam. Co ivy fiandê retã! Esta terra é nossa!
E Sepé chorou.
De suas lágrimas, as próprias lágrimas da terra vencida nasceu um rio. E ele disse: Chereçá y apacuí. Chereçá y. Rio das lágrimas que eu chorei. Rio das minhas lágrimas.
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O MONSTRO DE PANELA DO CANDAL - Bagé - (Colab. Sarita Barros)
In LAGOA DA MÚSICA, (excertos), Pedro Wayne
É um bicho de imensidão de metros, todo ele cobra de um olho só. Não é bicho do mundo, afirmam gaúchos experimentados e vividos que têm se largado a caminhar e até pelo Paraguai já andaram.
Tranqüilo vivia sem ser molestado, porque não havia garras ou dentes, por aguçados que fossem capazes de se atreverem a enfrentar sua força disforme. As feras o respeitavam e os bugres convencidos estavam de suas flechas resvalarem na grossura invulnerável daquele couro rijo e escorregadio, sem sequer arranhá-lo. Pouco se afastava de perto dos rios, procurando as funduras maiores onde seu corpo coubesse e pudesse ficar só com a cabeça de fora. Ao entrar nas águas estas marulhavam como se estivessem gemendo, esparramando-se pelas margens, sacudindo-se de ondas.
Tão pacato que não agredia nem matava, até mesmo que fosse para comer. Não sabia o que era gosto de carne, alimentando-se de raízes e frutos silvestres, de folhas e talos, do mel no oco dos troncos.
Quando nos dias de inverno o sol descia em calor apetecido e procurado, estendia-se inerte e sonolento, gozando o doirado banho de luz e mormaço. Ocasião em que, confiantes vinham os bugrezinhos montá-lo e sobre seu dorso brincar, ou então os filhotes de sorro o rodeavam latindo e pulando, fazendo-lhe agrados.
Mas um aldeamento começou a se formar.
As armas de alcance deixaram de se compor apenas de arcos cujas flechas se lhe tocassem, mesmo de perto disparadas, lhes eram inofensivas. Os homens do Tenente-General Dom Diogo de Souza, haviam-lhe feito sofrer as conseqüências do chumbo.
Retirou-se das proximidades dos cerros, para livrar-se dos que ali se instalavam, refugiando-se na parte íngreme da Panela do Candal.
Metido nas tocas escuras dos rios, encurralado em acanhadas aberturas de erosões das águas, começou a curtir fome.
O aldeamento passara a freguesia. Multiplicava-se a população. E a poucos metros da Panela do Candal, haviam levantado capelinha tosca, de torrão e palha, onde se aglomeravam os fiéis em torno da imagem de São Sebastião. Crescia para ele o risco, desapareciam de todo as possibilidades de ainda poder sair para um pouco que fosse de liberdade. Vezes vinham que o Rio Bagé não agüentava mais em seu leito o peso demasiado das chuvas que caíam e então se escarrapachava invadindo tudo, represado se intrometia pelas tocas das barrancas, afogando os animais que nelas se achavam.
Por várias ocasiões esteve a ponto de ser asfixiado, debatendo-se com a violência das torrentes que jorravam corredor a dentro submergindo o corpo, deixando a cabeça de fora, oculto entre as ramas dos sarandizais das margens. Mesmo assim acontecera ser identificado e punham-se a caçá-lo. Para escapar de ser trucidado, via-se obrigado a longos mergulhos, neles permanecendo até que agoniado, estrangulando-lhe a falta do que respirar, não podendo mais suportar a aflição que o acometia, sôfrego, em rápidas escapulas, bastando apenas para absorver um pouco de oxigênio, voltava à tona e novamente imergia, para a repetição do tormento.
Como fugia sempre, seus perseguidores foram dispensando a prudência de atacá-lo de longe. Chegavam-lhe em cima para feri-lo.
Chagas que não mais cicatrizavam espalhavam-se em suas carnes doridas, enquanto outras iam sendo abertas nas agressões contínuas com que o maltratavam.
Deixando indícios por onde passava, marcando seu trajeto com o sinal vermelho do sangue que perdia e do qual vivia lambuzado.
As águas em que mergulhava manchavam-se de nódoas coloradas.
Matilhas de cachorros atiravam-se a nado, contra ele investindo, procurando mordê-lo e, embora não o conseguissem, seriam para aviso aos homens que, assim guiados, vinham descobri-lo e mantê-lo nessa inquietação sem trégua.
Quando baixavam as enchentes, a guarida da barranca em que se encobria, não mais o salvaguardava da sanha perseguidora desencadeada contra sua existência.
Haviam-no localizado e como não se animassem a penetrar na escuridão assustadora do buraco, neste encostavam as canoas e em sua entrada faziam fogo com bosta de vaca e bastante ramas verdes, desprendendo rolos de fumaça que o iam afligir e envenenar, enquanto os canoeiros de armas prontas o esperavam que saísse. E, um pouco a necessidade e outro pouco a revolta lhe foram modificando a mansidão.
Até que um dia, com as entranhas roídas pelo jejum, cansado de se ver preso em baixa e estreita cova semi-enxarcada, quando lá fora o campo e o sol que tanto amava continuavam amplos e generosos, cabendo a todos, mortificado pelas lancinantes úlceras que se infestavam de insetos a picá-las e nelas desovarem, corroendo-as com as larvas em efervescência evolutiva, endoideceu de vez e, num bote rápido, colheu em seus colossais anéis compressores a carroça com dois cavalos e o rapaz que a guiava, fazendo-os desaparecer nas águas da Panela do Candal, esmagando-os e arrastando-os para o subterrâneo.
Escuro, feio, repelente, escancarando a goela vasta como um abismo traiçoeiro, pondo à mostra as ameaçadoras presas pontiagudas e maiores que punhais, se pôs a fazer frente a quantos o surpreendiam.
E, se travou a luta corajosa entre o homem decidido e destemeroso e o bicho cujo furor o arrojava a se bater com denodo.
Teve mesmo um período de desatino tão grande que deixou de cuidar que não o vissem, expondo-se a percorrer os lugares mais freqüentados pela população.
Chegando sua audácia ao ponto de uma feita ir perturbar o ofício fúnebre que o Padre José Loureiro realizava na capelinha de torrão e palha.
Surgiu despedaçando as portas do templo e reduzindo as velas a uma massa desfeita.
E, naquele mesmo local, onde muitos anos mais tarde, o cerco federalista faria se travar homéricos combates, desenrolou-se encarniçado encontro entre o enfurecido monstrengo e os povoadores da nascente cidade, em que ficou bem manifestado não ser aquele, cobra desse mundo. E sim, prodígio, mostrando como se enroscava em volta dos que sentenciasse sem ser preciso escorar-se em árvore.
Lanças e espadas entortavam-se e quebravam-se nas mãos raivosas que as brandiam, deflagravam as garruchas e os mosquetes e o bicho, em meio corpo levantado atendia a todos, numa atividade de raio enlaçava o cristão pelas paletas, quebrava-lhe a espinha, jogando-o longe e já também estava com outro seguro.
Até que, ao se baixar para envolver um rapazote, este numa gingada brusca esquivou-se de ser apanhado e, com o coto de lança que trazia firme no punho, varou-lhe a pupila, arrancando-lhe um olho.
Com a visão desacomodada pela inopinada falta de um de seus órgãos, errava os golpes, desferindo-os a esmo, pressentindo-se sem defesa, inutilizado para prosseguir na aferrada peleja, abandonou-a.
Escolhera-se para munir-se de toda a sua elasticidade e, num ímpeto instantâneo, aquela imensidão de peso e tamanho transportou-se pelos ares, jogando-se na Panela do Candal.
As águas do Bagé em violento ribombo espadanaram, molhando longe, como se uma chuvarada, em que se misturavam peixes de todos os tamanhos, houvesse se desencadeado.
Mas as tremendas conseqüências desses atos, moderaram-lhe a intrepidez, fazendo recolher-se ao abrigo e despertando-lhe o desejo de uma evasão.
Assim, a precisão de poder espichar-se para descansar e a ânsia de locomover-se, de atingir uma outra saída o ensinaram a derruir as paredes de terra frouxa de sua toca e, num trabalho paciente e constante, escavando sempre, foi aumentando aquele túnel que por fim atravessando a cidade pela parte sul, desembocou muito longe dela, em campanha deserta, na beira da majestosa Lagoa do Umbu que vai pouco adiante formar o traiçoeiro Passo do Espantoso, num leito de laje, escorregadio e logrero.
Trinta anos de agonia levou na obra insana de cavar a passagem que, por baixo do chão hoje liga estes dois pontos do município.
Também, no dia em que com seu único olho viu a claridade surgir no rombo final da lenta escavação, sentiu o que só a ressurreição poderá fazer alguém sentir.
Ao tombar a última camada de terra e, tão logo a brecha se fendeu, jogou-se no mais rápido e impulsionado pulo que até então havia dado, ganhando ao campo no alívio de encontrar-se solto.
Deslumbrava-lhe a festa agreste a que retornava. E, um penetrante embevecimento o acometia de maravilhosa estupefação, sensibilizando-o tão atordoantemente que se lhe paralisava a faculdade coordenadora da ação.
Mas durou poucos instantes o desfalecimento que o prostrara. Despertou ainda confuso, refazendo-se em seguida. Já com nítida e perfeita certeza adquirira em suas reflexões o domínio do panorama, distinguindo-o normalmente.
Começou a sentir um vazio de fome a inquietá-lo. O cheiro de erva fresca que a aragem espalhava, a atmosfera sadia, oxigenada, que havia recuperado depois de tantos anos de reclusão sufocante, ativava-lhe o apetite.
Estava, porém escrito que seu comodato de liberdade fora inexoravelmente cassado pelos designos que regem os fados das criaturas.
Homens saíam da Freguesia e iam construir ranchos pelo interior da região..
Periclitava sua segurança. Recomeçava seu desassossego. Certa tarde, de trás de uma reboleira, sem que ele pressentisse, arrebentaram tiros e gritarias, ferindo-lhe a bala que, tendo-lhe penetrado sem sair, ficou formando calombo duro e ardente.
Voltou a se embrenhar no subterrâneo que pensara poder abandonar de um todo.
E até hoje, anda a percorrê-lo, ora se detendo por algum tempo na Panela do Candal, ora fazendo ponto na Lagoa do Umbu. E, a parelha de cavalos de raça, luzidia, amestrada, valendo uma fortuna ao circo que estacionara em Bagé, a lavadeira, a criança, os dois militares, o pescador, os tropeiros, uma infinidade de novilhos, os bois mansos, vacas e terneiros, tantas e tantas vidas, embarcações, carretas, carroças, sumidas em inexplicável sorvedouro sem que dos cadáveres e dos veículos que os conduziam nem rastro ficasse.
Bem há pouco, durante uma quinzena em que se desaveio com seu natural, deu pinotes e se torceu tanto no que passa embaixo da Matriz, que rachou paredes, fez cair rebocos, alteou piso, descascou pinturas e se não calçassem às pressas a igreja ela desabaria.
Daí começou a criar fama.
A ser citado pelas calamidades cometidas. Porque, enquanto foi submisso, sofrendo nos encontros fortuitos com seus algozes as mais duras penas, sem reagir, sujeitando-se com resignação a espingardeamentos que quase o matam, não se propalou a estóica brandura de que era dotado.
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LAGOA DA MÚSICA (Lenda de Bagé) - Sarita Vicencio Barros)
Lagoa da Música em que há um instante em que cessa a barulhada do mato e a própria correnteza das águas se modera até silenciar por completo. Em que, repentinamente, um atento e religioso respeito se apossa de tudo o que estava em rebuliço e algazarra. E quando chegando às dezesseis horas, vai se realizar o antigo rito do encantamento daquelas águas.
Então, lá do fundo de certo trecho da Lagoa, vem um som harmonioso que pouco a pouco vai aumentando de intensidade até que aflorando à tona, estruge forte e enérgico, deixando atônitos os que não estão acostumados com ele.
Mas os dali, sabem que é o encantamento produzido pelo sangue de trezentos e muitos gaúchos degolados, com seus corpos atirados na Lagoa, que está se realizando. Sabem que numa tarde inteira e numa noite letra jota. O que em vez de jota pronunciava rota era castelhano e recebia incontinenti o aço afiado que lhe abria o talho de orelha a orelha. Negro Adão, de poncho largo atirado por cima dos ombros para as costas, firmava a ponta da faca bem chairada embaixo do nariz da vítima e quando
esta instintivamente levava a cabeça para trás com perícia de bom conhecedor do ofício lhe era desfechado o rápido e profundo talho no pescoço. Esguichando sangue, o ferido irremediável, ainda caminhava alguns passos antes de cair. Mas não só os castelhanos foram imolados. Muitos brasileiros estavam na lista das vinganças e passaram a fazer parte dos trezentos e muitos daquela tarde suja de sangue e noite de lodo vermelho sobre a relva. Negro Adão, bronco como era, trazia no peito ferida braba recém-aberta que não lhe dava trégua ao sofrimento, é que não fazia muito, gente daquela força que ali estava rendida degolara um filho seu. Se até os bichos se enraivecem e investem em desatino se lhes ferem as crias, quanto mais um homem guerreiro ao encontrar o cadáver mutilado de um filho!
O último a ser sacrificado, foi o rapazinho adversário que na hora da rendição tocara o clarim mandando "cessar fogo!" Foi destemido e macho de verdade na hora da morte como o tinha sido nos momentos de bala e pólvora e nas ocasiões tilintantes de espadas se chocando em lanças. Cabeça erguida, voz firme e insultante, ordenou ao preto carrasco: - Degola, negro malévolo que um gaúcho não se achica! Na fita branca de seu chapéu de abas largas, tinha a legenda atrevida: "Não peço nem dou vantagens!". Seu corpo deformado afundou nas águas da Lagoa, encerrando aquele trágico episódio. Desde aquele dia, sabem os moradores do Rio Negro que, na mesma hora em que, no combate feroz e prolongado, foi dada a ordem de rendição, a alma do jovem combatente vem do fundo da Lagoa, subindo lentamente, enquanto seu clarim repete as mesmas notas do toque de "cessar fogo!" Os incrédulos dizem que os sons harmoniosos ali ouvidos, nada mais são do que fenômenos de acústica. Os incrédulos, homens que lêem livros complicados e enredadores, ignoram por certo que a água das lagoas e dos rios, na campanha, guarda consigo o espírito dos gaúchos valentes que sinceros são pela liberdade de seu povo...
In LAGOA DA MÚSIDA, (excertos), Pedro Wayne DEGOLA - (Bagé - Rio Grande do Sul - 1893)
Palco, cenário, platéia : Sangue-Morte-Tropel. DE GOOLAAAA!
Guerra-entrevero
irmão contra irmão.
Federalistas?
Republicanos?
Maragatopicapau!
Intransigência
Barbárie ou civilização?
Cultura importada
varrendo o pago
em arrastão?
Verdes pastos coloreados...
Assassinos, afiados facões.
Jugulares abertas
maculam lagoa
Cristalinas águas
em sangueira só!
- DE GOOLAAAA!
GOOLAAAA!
LAAAAAAA!
DEGOLA II - Revolução de noventa e três - "Maldita epopéia"> - Homens feito feras.-
Abrem-se os infernos
Demônios se espalham
tomando conta das gentes!
Diabo Negro gargalha
Galopando planuras
cumprindo ordem dalgum
Chacina insana comanda.
Vento sopra melenas
confundindo
seus lamentos
aos uivos de Latorre
- DEEEEGOOOLA!
Ouvem-se gemidos
suspiros, relinchos.
Homens, demônios, cavalos
agitam-se em meio à noite
sentindo presença da morte
em orgásmico galope!
DEGOLA III
Mares d'esquecimento
Densas brumas envolvem
Bagé cidade fronteira
difusos mundos reúne.
Lendas Mito Crendices
História por resgatar
Causos d'assombramento
atravessam gerações
sussurrados pelo vento
unindo céu+inferno
em nossos corações.
- Lagoa da Música
teu plangente murmúrio...
é choro de donzela
soluço de marmanjo?
- É chamada de clarim...
de corneteiro mirim!
DEGOLA IV
- E o Baú da Esperança?
- Foi degolado também
Brancas peças murchando
Co'a mão que as bordara
Em noites de solidão.
- E a paz que não volta?
- Foi degolada também
Junto a bela lagoa
Quando fúria ensandecida
Varreu nosso RIO GRANDE
Em vendaval de paixões!
- E o teu canto Bagé?
- Foi degolado também
Junto a gargantas cortadas
Em tempos de triste história
fechada a sete chaves
pelo guardião das idades!
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DEGOLA V - (Bagé 1993)
Cem anos de degredo
De si própria exilada
Em si mesma encurralada
pensamento tenta ocultar
memória volta lembrar
coração quer esquecer
Vida sacrificada
Ao poder-ódio-ambição!
As almas dos degolados
Voando pela cidade
Agarram pelas esquinas
Cabeças dos descuidados
Deixando-os tresloucados...
O burgo nisso pressente
Justiça-vingança-resgate.
Cumpre-se tácito trato...
De remorso, as cinco vintenas
foram, também catarse.
Cabeças decapitadas
derramam suas idéias
em nossos ares agora.
FONTE: PORTAL CÁ ESTAMOS NÓS
In ANTOLOGIA FESTILENDA, lenda contada por Sheila Corrêa
Existe nas plagas do sul uma cidade encantada. Envolta em verde imensidão de planícies e serranias, a desdobrar-se em hospitalidade, graça e sedução.
Dizem que nessa cidade, há muitos e muitos anos, foi lançado um sortilégio, de modo que nenhum forasteiro possa esquecer-se jamais de que um dia a tivesse visitado. E que por isso leve consigo para sempre uma lembrança tão grata e inesquecível, que se transforme, por magia, num desejo incontrolável de regressar para revê-la o quanto antes.
Esta história começou com uma festa de noivado. O guerreiro Ibagé acabara de pedir em casamento uma bela índia tuxaua, chamada Nomaíhici.
A tarde de primavera parecia regozijar-se com aquela cerimônia. Os anciãos ofereciam a primeira cuia de vinho aos noivos, e todos dançavam e cantavam, quando, de repente, chegou um mensageiro esbaforido.
Guenoas e Guaranis estavam próximos. O ataque traiçoeiro seria inevitável. Não havia tempo a perder.
O destino se atravessava cruel nos planos de felicidade do jovem par.
Ibagé queria que Nomaíhici fosse se esconder na mata com as outras mulheres e as crianças. Mas ela, apaixonada, preferia morrer à simples possibilidade de nunca mais tornar a vê-lo. E foi junto. Montados a cavalo, à frente da tribo, partiram Ibagé e Nomaíhici para a guerra.
Uma légua depois, foram atacados pelos ferozes inimigos. Nessa luta desigual, Nomaíhici foi a primeira a tombar.
Quando o combate findou, desbaratado o adversário à custa de muito sangue e heroísmo, Ibagé encontrou a noiva caída. Nos olhos semi-abertos, a imagem da festa de noivado, os guerreiros dançando alegremente, nos lábios ainda um sabor de vinho e de beijos. O peito onde brincara o amor, atravessado por uma flecha mortal.
Ibagé chorou muito, tomou-a entre os braços, chamou-a pelo nome, mas depois guardou-se em silêncio profundo ante vontade suprema do Criador do Universo. Até a natureza parecia comovida com a dor do valente guerreiro. Nenhum estalido de folha seca se ouvia. Nenhum chilreio de pássaro. Nada. Até os animais ferozes se calaram, enquanto ele carregava por entra a floresta o corpo de Nomaíhici para devolvê-lo aos pais.
Ibagé sofreu muito de amor e saudade, por anos a fio, até que também viajou à terra do Sem Mal, onde vivia sua amada.
Foi então que Tupã, compadecido, quis prestar-lhe uma última homenagem, erguendo em seu nome um grandioso mento, a cidade de Bagé. Escolheu um local privilegiado, ali onde termina o Rio Grande e começa o Uruguai, lançando sobre ela o sortilégio da benquerença, de modo que até os dias hoje, quem conhece Bagé não poderá esquecê-la jamais.
Estará fadado irremediavelmente a voltar; e sempre e sempre voltar.
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A LENDA DO RIO DAS LÁGRIMAS - Bagé - (Colab. Sarita Barros)
In MITOS E LENDAS DO RIO GRANDE DO SUL – Antônio Augusto Fagundes
Não é um grande rio - antes, quase um arroio. Bonito, cristalino, nasce no município de Bagé, na fronteira sul do Estado, em pleno pampa, como afluente do rio São Sepé.
E não nasceu por acaso.
Durante a Guerra das Missões (1750/1756) os índios guaranis, animados pelos padres e comandados por Nicolau Nhenguirú, o cacique Alexandre e pelo próprio José Tiarayu, o Sepé, tentaram impedir que os Sete Povos das Missões caíssem nas mãos dos portugueses. Para isso, as tropas européias não poderiam passar de Santa Tecla, nas terras de Bagé. Se passassem, nada poderia impedir que entrassem nas Missões, de cujos campos dizia Sepé Tiarayu: "Esta terra é nossa! Nós a recebemos de Deus e de São Miguel".
Pois os exércitos unidos de Espanha e Portugal, vencen¬do a heróica resistência dos missioneiros, passaram. Nesse dia, derrotado, Sepé sentiu que tudo estava perdido. Perdidos os Sete Povos, as casas e as igrejas, as lavouras e as estân¬cias. Perdidos os índios, seus lares e suas famiias. Perdida, enfim, a terra que tanto amavam. Co ivy fiandê retã! Esta terra é nossa!
E Sepé chorou.
De suas lágrimas, as próprias lágrimas da terra vencida nasceu um rio. E ele disse: Chereçá y apacuí. Chereçá y. Rio das lágrimas que eu chorei. Rio das minhas lágrimas.
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O MONSTRO DE PANELA DO CANDAL - Bagé - (Colab. Sarita Barros)
In LAGOA DA MÚSICA, (excertos), Pedro Wayne
É um bicho de imensidão de metros, todo ele cobra de um olho só. Não é bicho do mundo, afirmam gaúchos experimentados e vividos que têm se largado a caminhar e até pelo Paraguai já andaram.
Tranqüilo vivia sem ser molestado, porque não havia garras ou dentes, por aguçados que fossem capazes de se atreverem a enfrentar sua força disforme. As feras o respeitavam e os bugres convencidos estavam de suas flechas resvalarem na grossura invulnerável daquele couro rijo e escorregadio, sem sequer arranhá-lo. Pouco se afastava de perto dos rios, procurando as funduras maiores onde seu corpo coubesse e pudesse ficar só com a cabeça de fora. Ao entrar nas águas estas marulhavam como se estivessem gemendo, esparramando-se pelas margens, sacudindo-se de ondas.
Tão pacato que não agredia nem matava, até mesmo que fosse para comer. Não sabia o que era gosto de carne, alimentando-se de raízes e frutos silvestres, de folhas e talos, do mel no oco dos troncos.
Quando nos dias de inverno o sol descia em calor apetecido e procurado, estendia-se inerte e sonolento, gozando o doirado banho de luz e mormaço. Ocasião em que, confiantes vinham os bugrezinhos montá-lo e sobre seu dorso brincar, ou então os filhotes de sorro o rodeavam latindo e pulando, fazendo-lhe agrados.
Mas um aldeamento começou a se formar.
As armas de alcance deixaram de se compor apenas de arcos cujas flechas se lhe tocassem, mesmo de perto disparadas, lhes eram inofensivas. Os homens do Tenente-General Dom Diogo de Souza, haviam-lhe feito sofrer as conseqüências do chumbo.
Retirou-se das proximidades dos cerros, para livrar-se dos que ali se instalavam, refugiando-se na parte íngreme da Panela do Candal.
Metido nas tocas escuras dos rios, encurralado em acanhadas aberturas de erosões das águas, começou a curtir fome.
O aldeamento passara a freguesia. Multiplicava-se a população. E a poucos metros da Panela do Candal, haviam levantado capelinha tosca, de torrão e palha, onde se aglomeravam os fiéis em torno da imagem de São Sebastião. Crescia para ele o risco, desapareciam de todo as possibilidades de ainda poder sair para um pouco que fosse de liberdade. Vezes vinham que o Rio Bagé não agüentava mais em seu leito o peso demasiado das chuvas que caíam e então se escarrapachava invadindo tudo, represado se intrometia pelas tocas das barrancas, afogando os animais que nelas se achavam.
Por várias ocasiões esteve a ponto de ser asfixiado, debatendo-se com a violência das torrentes que jorravam corredor a dentro submergindo o corpo, deixando a cabeça de fora, oculto entre as ramas dos sarandizais das margens. Mesmo assim acontecera ser identificado e punham-se a caçá-lo. Para escapar de ser trucidado, via-se obrigado a longos mergulhos, neles permanecendo até que agoniado, estrangulando-lhe a falta do que respirar, não podendo mais suportar a aflição que o acometia, sôfrego, em rápidas escapulas, bastando apenas para absorver um pouco de oxigênio, voltava à tona e novamente imergia, para a repetição do tormento.
Como fugia sempre, seus perseguidores foram dispensando a prudência de atacá-lo de longe. Chegavam-lhe em cima para feri-lo.
Chagas que não mais cicatrizavam espalhavam-se em suas carnes doridas, enquanto outras iam sendo abertas nas agressões contínuas com que o maltratavam.
Deixando indícios por onde passava, marcando seu trajeto com o sinal vermelho do sangue que perdia e do qual vivia lambuzado.
As águas em que mergulhava manchavam-se de nódoas coloradas.
Matilhas de cachorros atiravam-se a nado, contra ele investindo, procurando mordê-lo e, embora não o conseguissem, seriam para aviso aos homens que, assim guiados, vinham descobri-lo e mantê-lo nessa inquietação sem trégua.
Quando baixavam as enchentes, a guarida da barranca em que se encobria, não mais o salvaguardava da sanha perseguidora desencadeada contra sua existência.
Haviam-no localizado e como não se animassem a penetrar na escuridão assustadora do buraco, neste encostavam as canoas e em sua entrada faziam fogo com bosta de vaca e bastante ramas verdes, desprendendo rolos de fumaça que o iam afligir e envenenar, enquanto os canoeiros de armas prontas o esperavam que saísse. E, um pouco a necessidade e outro pouco a revolta lhe foram modificando a mansidão.
Até que um dia, com as entranhas roídas pelo jejum, cansado de se ver preso em baixa e estreita cova semi-enxarcada, quando lá fora o campo e o sol que tanto amava continuavam amplos e generosos, cabendo a todos, mortificado pelas lancinantes úlceras que se infestavam de insetos a picá-las e nelas desovarem, corroendo-as com as larvas em efervescência evolutiva, endoideceu de vez e, num bote rápido, colheu em seus colossais anéis compressores a carroça com dois cavalos e o rapaz que a guiava, fazendo-os desaparecer nas águas da Panela do Candal, esmagando-os e arrastando-os para o subterrâneo.
Escuro, feio, repelente, escancarando a goela vasta como um abismo traiçoeiro, pondo à mostra as ameaçadoras presas pontiagudas e maiores que punhais, se pôs a fazer frente a quantos o surpreendiam.
E, se travou a luta corajosa entre o homem decidido e destemeroso e o bicho cujo furor o arrojava a se bater com denodo.
Teve mesmo um período de desatino tão grande que deixou de cuidar que não o vissem, expondo-se a percorrer os lugares mais freqüentados pela população.
Chegando sua audácia ao ponto de uma feita ir perturbar o ofício fúnebre que o Padre José Loureiro realizava na capelinha de torrão e palha.
Surgiu despedaçando as portas do templo e reduzindo as velas a uma massa desfeita.
E, naquele mesmo local, onde muitos anos mais tarde, o cerco federalista faria se travar homéricos combates, desenrolou-se encarniçado encontro entre o enfurecido monstrengo e os povoadores da nascente cidade, em que ficou bem manifestado não ser aquele, cobra desse mundo. E sim, prodígio, mostrando como se enroscava em volta dos que sentenciasse sem ser preciso escorar-se em árvore.
Lanças e espadas entortavam-se e quebravam-se nas mãos raivosas que as brandiam, deflagravam as garruchas e os mosquetes e o bicho, em meio corpo levantado atendia a todos, numa atividade de raio enlaçava o cristão pelas paletas, quebrava-lhe a espinha, jogando-o longe e já também estava com outro seguro.
Até que, ao se baixar para envolver um rapazote, este numa gingada brusca esquivou-se de ser apanhado e, com o coto de lança que trazia firme no punho, varou-lhe a pupila, arrancando-lhe um olho.
Com a visão desacomodada pela inopinada falta de um de seus órgãos, errava os golpes, desferindo-os a esmo, pressentindo-se sem defesa, inutilizado para prosseguir na aferrada peleja, abandonou-a.
Escolhera-se para munir-se de toda a sua elasticidade e, num ímpeto instantâneo, aquela imensidão de peso e tamanho transportou-se pelos ares, jogando-se na Panela do Candal.
As águas do Bagé em violento ribombo espadanaram, molhando longe, como se uma chuvarada, em que se misturavam peixes de todos os tamanhos, houvesse se desencadeado.
Mas as tremendas conseqüências desses atos, moderaram-lhe a intrepidez, fazendo recolher-se ao abrigo e despertando-lhe o desejo de uma evasão.
Assim, a precisão de poder espichar-se para descansar e a ânsia de locomover-se, de atingir uma outra saída o ensinaram a derruir as paredes de terra frouxa de sua toca e, num trabalho paciente e constante, escavando sempre, foi aumentando aquele túnel que por fim atravessando a cidade pela parte sul, desembocou muito longe dela, em campanha deserta, na beira da majestosa Lagoa do Umbu que vai pouco adiante formar o traiçoeiro Passo do Espantoso, num leito de laje, escorregadio e logrero.
Trinta anos de agonia levou na obra insana de cavar a passagem que, por baixo do chão hoje liga estes dois pontos do município.
Também, no dia em que com seu único olho viu a claridade surgir no rombo final da lenta escavação, sentiu o que só a ressurreição poderá fazer alguém sentir.
Ao tombar a última camada de terra e, tão logo a brecha se fendeu, jogou-se no mais rápido e impulsionado pulo que até então havia dado, ganhando ao campo no alívio de encontrar-se solto.
Deslumbrava-lhe a festa agreste a que retornava. E, um penetrante embevecimento o acometia de maravilhosa estupefação, sensibilizando-o tão atordoantemente que se lhe paralisava a faculdade coordenadora da ação.
Mas durou poucos instantes o desfalecimento que o prostrara. Despertou ainda confuso, refazendo-se em seguida. Já com nítida e perfeita certeza adquirira em suas reflexões o domínio do panorama, distinguindo-o normalmente.
Começou a sentir um vazio de fome a inquietá-lo. O cheiro de erva fresca que a aragem espalhava, a atmosfera sadia, oxigenada, que havia recuperado depois de tantos anos de reclusão sufocante, ativava-lhe o apetite.
Estava, porém escrito que seu comodato de liberdade fora inexoravelmente cassado pelos designos que regem os fados das criaturas.
Homens saíam da Freguesia e iam construir ranchos pelo interior da região..
Periclitava sua segurança. Recomeçava seu desassossego. Certa tarde, de trás de uma reboleira, sem que ele pressentisse, arrebentaram tiros e gritarias, ferindo-lhe a bala que, tendo-lhe penetrado sem sair, ficou formando calombo duro e ardente.
Voltou a se embrenhar no subterrâneo que pensara poder abandonar de um todo.
E até hoje, anda a percorrê-lo, ora se detendo por algum tempo na Panela do Candal, ora fazendo ponto na Lagoa do Umbu. E, a parelha de cavalos de raça, luzidia, amestrada, valendo uma fortuna ao circo que estacionara em Bagé, a lavadeira, a criança, os dois militares, o pescador, os tropeiros, uma infinidade de novilhos, os bois mansos, vacas e terneiros, tantas e tantas vidas, embarcações, carretas, carroças, sumidas em inexplicável sorvedouro sem que dos cadáveres e dos veículos que os conduziam nem rastro ficasse.
Bem há pouco, durante uma quinzena em que se desaveio com seu natural, deu pinotes e se torceu tanto no que passa embaixo da Matriz, que rachou paredes, fez cair rebocos, alteou piso, descascou pinturas e se não calçassem às pressas a igreja ela desabaria.
Daí começou a criar fama.
A ser citado pelas calamidades cometidas. Porque, enquanto foi submisso, sofrendo nos encontros fortuitos com seus algozes as mais duras penas, sem reagir, sujeitando-se com resignação a espingardeamentos que quase o matam, não se propalou a estóica brandura de que era dotado.
________________________________________
LAGOA DA MÚSICA (Lenda de Bagé) - Sarita Vicencio Barros)
Lagoa da Música em que há um instante em que cessa a barulhada do mato e a própria correnteza das águas se modera até silenciar por completo. Em que, repentinamente, um atento e religioso respeito se apossa de tudo o que estava em rebuliço e algazarra. E quando chegando às dezesseis horas, vai se realizar o antigo rito do encantamento daquelas águas.
Então, lá do fundo de certo trecho da Lagoa, vem um som harmonioso que pouco a pouco vai aumentando de intensidade até que aflorando à tona, estruge forte e enérgico, deixando atônitos os que não estão acostumados com ele.
Mas os dali, sabem que é o encantamento produzido pelo sangue de trezentos e muitos gaúchos degolados, com seus corpos atirados na Lagoa, que está se realizando. Sabem que numa tarde inteira e numa noite
esta instintivamente levava a cabeça para trás com perícia de bom conhecedor do ofício lhe era desfechado o rápido e profundo talho no pescoço. Esguichando sangue, o ferido irremediável, ainda caminhava alguns passos antes de cair. Mas não só os castelhanos foram imolados. Muitos brasileiros estavam na lista das vinganças e passaram a fazer parte dos trezentos e muitos daquela tarde suja de sangue e noite de lodo vermelho sobre a relva. Negro Adão, bronco como era, trazia no peito ferida braba recém-aberta que não lhe dava trégua ao sofrimento, é que não fazia muito, gente daquela força que ali estava rendida degolara um filho seu. Se até os bichos se enraivecem e investem em desatino se lhes ferem as crias, quanto mais um homem guerreiro ao encontrar o cadáver mutilado de um filho!
O último a ser sacrificado, foi o rapazinho adversário que na hora da rendição tocara o clarim mandando "cessar fogo!" Foi destemido e macho de verdade na hora da morte como o tinha sido nos momentos de bala e pólvora e nas ocasiões tilintantes de espadas se chocando em lanças. Cabeça erguida, voz firme e insultante, ordenou ao preto carrasco: - Degola, negro malévolo que um gaúcho não se achica! Na fita branca de seu chapéu de abas largas, tinha a legenda atrevida: "Não peço nem dou vantagens!". Seu corpo deformado afundou nas águas da Lagoa, encerrando aquele trágico episódio. Desde aquele dia, sabem os moradores do Rio Negro que, na mesma hora em que, no combate feroz e prolongado, foi dada a ordem de rendição, a alma do jovem combatente vem do fundo da Lagoa, subindo lentamente, enquanto seu clarim repete as mesmas notas do toque de "cessar fogo!" Os incrédulos dizem que os sons harmoniosos ali ouvidos, nada mais são do que fenômenos de acústica. Os incrédulos, homens que lêem livros complicados e enredadores, ignoram por certo que a água das lagoas e dos rios, na campanha, guarda consigo o espírito dos gaúchos valentes que sinceros são pela liberdade de seu povo...
In LAGOA DA MÚSIDA, (excertos), Pedro Wayne DEGOLA - (Bagé - Rio Grande do Sul - 1893)
Palco, cenário, platéia : Sangue-Morte-Tropel. DE GOOLAAAA!
Guerra-entrevero
irmão contra irmão.
Federalistas?
Republicanos?
Maragatopicapau!
Intransigência
Barbárie ou civilização?
Cultura importada
varrendo o pago
em arrastão?
Verdes pastos coloreados...
Assassinos, afiados facões.
Jugulares abertas
maculam lagoa
Cristalinas águas
em sangueira só!
- DE GOOLAAAA!
GOOLAAAA!
LAAAAAAA!
DEGOLA II - Revolução de noventa e três - "Maldita epopéia"> - Homens feito feras.-
Abrem-se os infernos
Demônios se espalham
tomando conta das gentes!
Diabo Negro gargalha
Galopando planuras
cumprindo ordem dalgum
Chacina insana comanda.
Vento sopra melenas
confundindo
seus lamentos
aos uivos de Latorre
- DEEEEGOOOLA!
Ouvem-se gemidos
suspiros, relinchos.
Homens, demônios, cavalos
agitam-se em meio à noite
sentindo presença da morte
em orgásmico galope!
DEGOLA III
Mares d'esquecimento
Densas brumas envolvem
Bagé cidade fronteira
difusos mundos reúne.
Lendas Mito Crendices
História por resgatar
Causos d'assombramento
atravessam gerações
sussurrados pelo vento
unindo céu+inferno
em nossos corações.
- Lagoa da Música
teu plangente murmúrio...
é choro de donzela
soluço de marmanjo?
- É chamada de clarim...
de corneteiro mirim!
DEGOLA IV
- E o Baú da Esperança?
- Foi degolado também
Brancas peças murchando
Co'a mão que as bordara
Em noites de solidão.
- E a paz que não volta?
- Foi degolada também
Junto a bela lagoa
Quando fúria ensandecida
Varreu nosso RIO GRANDE
Em vendaval de paixões!
- E o teu canto Bagé?
- Foi degolado também
Junto a gargantas cortadas
Em tempos de triste história
fechada a sete chaves
pelo guardião das idades!
««
DEGOLA V - (Bagé 1993)
Cem anos de degredo
De si própria exilada
Em si mesma encurralada
pensamento tenta ocultar
memória volta lembrar
coração quer esquecer
Vida sacrificada
Ao poder-ódio-ambição!
As almas dos degolados
Voando pela cidade
Agarram pelas esquinas
Cabeças dos descuidados
Deixando-os tresloucados...
O burgo nisso pressente
Justiça-vingança-resgate.
Cumpre-se tácito trato...
De remorso, as cinco vintenas
foram, também catarse.
Cabeças decapitadas
derramam suas idéias
em nossos ares agora.
FONTE: PORTAL CÁ ESTAMOS NÓS
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Exemplo de preservação
Uma peça arquitetônica que é exemplo de conservação por parte dos proprietários é a casa pertencente à família Nicoloso.
Localizada na avenida Marechal Floriano, entre as ruas Marechal Deodoro e Ismael Soares, o projeto do arquiteto Lourenço Lahorgue impressiona pelo requinte. Construída na década de 20, a casa traz detalhes na arquitetura da fachada, com riqueza nos detalhes.
A proprietária, Carla Nicoloso Lucas, 49 anos, lembra que reside no local há 39 anos. Ela revela que preserva o local por que este era um desejo do pai, que adquiriu o imóvel junto à família Cantera. “A gente faz o impossível para preservar. Houve muito reforma logo que a família adquiriu a casa, e eu me interessei porque meu pai gostava muito dela. Mas não é fácil manter”, explica.
Ela entende que é necessário que o município ofereça benefícios para os proprietários que preservam prédios históricos. A opinião é compartilhada pelo marido, Mário Emir Mansur Lucas, 52 anos. “Os patrimônios históricos são mais valorizados em outros municípios. É preciso um incentivo. Quando um proprietário tem um imóvel em más condições, as propostas de venda são tentadoras, mas entendemos que é imprescindível conservar”, explica Lucas.
Carla destaca que poucos cômodos da casa foram adequados para tornar o ambiente mais agradável, no entanto, a parte externa é mantida intacta. “Eu tenho um valor sentimental, por causa da família. Mas essa casa tem história, é centenária e tem um valor arquitetônico significativo”, entende. A propriedade ainda não foi tombada como patrimônio histórico, mas é inegável o valor neste aspecto.
A historiadora Elisabeth Fagundes lembra que o engenheiro Dilermando de Assis chegou a residir no local. Assis estava envolvido com o assassinato do escritor Euclides da Cunha, do clássico “Os Sertões”, e além desta casa da Marechal Floriano, chegou a realizar e projetar outros trabalhos em Bagé. Elisabeth entende que uma construção não é apenas material, e que também é memória e ensina os habitantes a terem amor pela cidade.
No entanto, a historiadora afirma que as negociações são complicadas. “Particularmente gosto muito de história, e acho importante a preservação, mas entendo o lado dos proprietários, que também ficam amarrados”, explica. Assim como a família Nicoloso, ela entende que é necessário maior incentivo para a conservação por parte do poder público.
Elisabeth lamenta que a verdadeira casa que foi projetada e era propriedade de Dilermando de Assis, localizada nas proximidades da Escola Estadual Justino Quintana, foi demolida recentemente.
Dilermando de Assis
****************
O militar, engenheiro e escritor gaúcho Dilermando de Assis entrou para os anais da história brasileira a partir de uma tragédia. Ele mantinha relações extraconjugais com Ana da Cunha, esposa do escritor Euclides da Cunha, imortal da Academia Brasileira de Letras. Cunha descobre o envolvimento da esposa com Assis, e em um acerto de contas, acaba morto. Mais tarde, um dos filhos de Euclides tenta vingar o pai e promove um atentado contra Assis, que, mesmo ferido, mata o jovem herdeiro dos Cunha. O romance com Ana rende um casamento de 14 anos, mesmo após o desenrolar dos fatos.
FONTE JM
por: Calvin Furtado 06/04/2011
Inventário arquitetônico enfrenta impasse
No ano passado, durante a Semana do Patrimônio Histórico, foi reforçada a possibilidade de o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) produzir um inventário dos bens materiais e imateriais de Bagé, através da Universidade Federal de Pelotas. A expectativa era de que o trabalho tivesse a duração de um ano, com o custo de cerca de R$ 200 mil, porém, nenhum prazo chegou a ser dado para o início do trabalho.
Em contato com a secretária municipal de Cultura, Roséli Safons, a reportagem apurou que já foi assinado um convênio com a Universidade de Pelotas no ano passado. Mas os recursos ainda não foram liberados pelo Instituto, já que o repasse de verbas foi suspenso temporariamente em função de troca de coordenações. Roséli afirmou, inclusive, que a Secretaria tem cobrado agilidade nos trabalhos, já que o inventário do patrimônio imaterial é de total interesse do município.
Já no caso do patrimônio material também há impasse, mas gerado por outro detalhe, uma visita de coordenação de Brasília, também ainda sem data agendada. Portanto, os trabalhos são complementares, mas independentes e ambos estão temporariamente parados, sem prazo de início efetivo.
Um levantamento chegou a ser desenvolvido pelo curso de Arquitetura da Universidade da Região da Campanha e apontou 20 imóveis de interesse arquitetônico e cultural, entre eles a Catedral de São Sebastião, a sede da Sociedade Espanhola, o solar da Sociedade Espanhola, Hospital da Beneficência Portuguesa, Clube Comercial, Clube Caixeiral, Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, Capelas São José e da Santa Casa de Caridade de Bagé, Pórtico, sede da Associação Rural de Bagé, prédio da antiga Usina Elétrica de Bagé, Capela de Santa Thereza, Vila Vicentina, Sociedade Protetora dos Artistas, prédio dos Correios e Telégrafos, Escola Estadual Silveira Martins, Escola Mélanie Granier, Capela do Colégio Espírito Santo, Teatro do Colégio Auxiliadora e Quartel do 3º Batalhão Logístico.
FONTE JM
por: Maritza Costa Coitinho 06/04/2011
Em contato com a secretária municipal de Cultura, Roséli Safons, a reportagem apurou que já foi assinado um convênio com a Universidade de Pelotas no ano passado. Mas os recursos ainda não foram liberados pelo Instituto, já que o repasse de verbas foi suspenso temporariamente em função de troca de coordenações. Roséli afirmou, inclusive, que a Secretaria tem cobrado agilidade nos trabalhos, já que o inventário do patrimônio imaterial é de total interesse do município.
Já no caso do patrimônio material também há impasse, mas gerado por outro detalhe, uma visita de coordenação de Brasília, também ainda sem data agendada. Portanto, os trabalhos são complementares, mas independentes e ambos estão temporariamente parados, sem prazo de início efetivo.
Um levantamento chegou a ser desenvolvido pelo curso de Arquitetura da Universidade da Região da Campanha e apontou 20 imóveis de interesse arquitetônico e cultural, entre eles a Catedral de São Sebastião, a sede da Sociedade Espanhola, o solar da Sociedade Espanhola, Hospital da Beneficência Portuguesa, Clube Comercial, Clube Caixeiral, Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, Capelas São José e da Santa Casa de Caridade de Bagé, Pórtico, sede da Associação Rural de Bagé, prédio da antiga Usina Elétrica de Bagé, Capela de Santa Thereza, Vila Vicentina, Sociedade Protetora dos Artistas, prédio dos Correios e Telégrafos, Escola Estadual Silveira Martins, Escola Mélanie Granier, Capela do Colégio Espírito Santo, Teatro do Colégio Auxiliadora e Quartel do 3º Batalhão Logístico.
FONTE JM
por: Maritza Costa Coitinho 06/04/2011
terça-feira, 5 de abril de 2011
Prédios históricos restaurados precisam de reparos
por: Maritza Costa Coitinho
[23h:56min] 05/04/2011 - PAUTA DO LEITOR
Prédios históricos restaurados precisam de reparos
Desde 2005, o poder público vem trabalhando em um projeto de restauração dos prédios históricos.
Centro Administrativo: outro local com aspecto de mal acabado
A maior parte deles foi entregue à comunidade em 2008. Porém, pouco tempo depois do término das obras, já podiam ser verificados problemas na pintura e no acabamento dos prédios. Desde então, a questão só fica ainda mais visível, gerando protestos da comunidade.
Em uma recorrida na manhã de ontem em alguns dos principais prédios restaurados, como o Palacete Pedro Osório, o Centro Administrativo e o Museu Dom Diogo de Souza, a reportagem do Jornal MINUANO registrou o problema, principalmente, na pintura dos locais, que aparenta ter mais tempo do que realmente tem, como observou uma leitora por meio do serviço de fale conosco do jornal. “Observo com preocupação que alguns destes prédios estão há pouco tempo restaurados, mas o aspecto é de que nada aconteceu”, disse a leitora.
A secretária de Cultura, Roséle Safons, explicou que o problema já foi detectado e que, por determinação legal, existe um prazo de cinco anos para que consertos sejam feitos por parte das empresas que executaram as obras. “Nos serviços em que a Secretaria de Coordenação e Planejamento fez a fiscalização, estas empresas já foram notificadas”, diz ela, garantindo que os reparos serão feitos.
[23h:56min] 05/04/2011 - PAUTA DO LEITOR
Prédios históricos restaurados precisam de reparos
Desde 2005, o poder público vem trabalhando em um projeto de restauração dos prédios históricos.
Centro Administrativo: outro local com aspecto de mal acabado
A maior parte deles foi entregue à comunidade em 2008. Porém, pouco tempo depois do término das obras, já podiam ser verificados problemas na pintura e no acabamento dos prédios. Desde então, a questão só fica ainda mais visível, gerando protestos da comunidade.
Em uma recorrida na manhã de ontem em alguns dos principais prédios restaurados, como o Palacete Pedro Osório, o Centro Administrativo e o Museu Dom Diogo de Souza, a reportagem do Jornal MINUANO registrou o problema, principalmente, na pintura dos locais, que aparenta ter mais tempo do que realmente tem, como observou uma leitora por meio do serviço de fale conosco do jornal. “Observo com preocupação que alguns destes prédios estão há pouco tempo restaurados, mas o aspecto é de que nada aconteceu”, disse a leitora.
A secretária de Cultura, Roséle Safons, explicou que o problema já foi detectado e que, por determinação legal, existe um prazo de cinco anos para que consertos sejam feitos por parte das empresas que executaram as obras. “Nos serviços em que a Secretaria de Coordenação e Planejamento fez a fiscalização, estas empresas já foram notificadas”, diz ela, garantindo que os reparos serão feitos.
Bagé poderá receber jatos e aviões particulares durante Copa do Mundo 2014
por: Munique Monteiro
[00h:45min] 05/04/2011 - Cidade
Bagé poderá receber jatos e aviões particulares durante Copa do Mundo 2014
O Brasil sediará em 2014 a Copa do Mundo, entre as 12 cidades que receberão os jogos, está Porto Alegre.
COMANDANTE KRAEMER: uma das opções dos proprietários de aeronaves
A capital gaúcha receberá um grande fluxo de turistas, a maioria se deslocará até a cidade por meio de avião, o que poderá lotar a capacidade do hangar do aeroporto Salgado Filho. Por este motivo, Bagé poderá receber jatos e aviões particulares durante o evento.
Segundo o superintendente do aeroporto Comandante Kraemer, Francisco Camejo, se não houver espaço em Porto Alegre, Bagé poderá receber sim estas aeronaves, mesmo afirmando que não há uma posição oficial da Infraero sobre o tema. Para Camejo, mesmo que o fluxo do aeroporto de Bagé aumente, hoje recebe em média de um a dois voos por dia, não alterará a rotina já existente, mas para a cidade, acredita que pode movimentar a economia local. Com a vinda dos aviões, seriam arrecadadas mais taxas aeroportuárias, e os hotéis, restaurantes e o comércio lucraria com os turistas que passariam pelo município. “Toda a cadeia econômica ia acabar se beneficiando”, observa.
FONTE JM
[00h:45min] 05/04/2011 - Cidade
Bagé poderá receber jatos e aviões particulares durante Copa do Mundo 2014
O Brasil sediará em 2014 a Copa do Mundo, entre as 12 cidades que receberão os jogos, está Porto Alegre.
COMANDANTE KRAEMER: uma das opções dos proprietários de aeronaves
A capital gaúcha receberá um grande fluxo de turistas, a maioria se deslocará até a cidade por meio de avião, o que poderá lotar a capacidade do hangar do aeroporto Salgado Filho. Por este motivo, Bagé poderá receber jatos e aviões particulares durante o evento.
Segundo o superintendente do aeroporto Comandante Kraemer, Francisco Camejo, se não houver espaço em Porto Alegre, Bagé poderá receber sim estas aeronaves, mesmo afirmando que não há uma posição oficial da Infraero sobre o tema. Para Camejo, mesmo que o fluxo do aeroporto de Bagé aumente, hoje recebe em média de um a dois voos por dia, não alterará a rotina já existente, mas para a cidade, acredita que pode movimentar a economia local. Com a vinda dos aviões, seriam arrecadadas mais taxas aeroportuárias, e os hotéis, restaurantes e o comércio lucraria com os turistas que passariam pelo município. “Toda a cadeia econômica ia acabar se beneficiando”, observa.
FONTE JM
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Semana Crioula está chegando...
• Semana Crioula está chegando, e com ela vem renovado o espírito do gaúcho, com suas tradições, suas lides, seus costumes. Entre os dias 7 e 10 de abril de 2011 o Parque de Exposições Visconde de Ribeiro Magalhães transforma-se em ponto de encontro para quem vive e quem aprecia essa cultura.
• Entre as atividades programadas acontece o desfile, que tem o apoio da Associação de Cavaleiros e Cavaleiras Rainha da Fronteira ( ACRF), e passa pela Av. Tupy Silveira / Sete de Setembro, no sentido norte – sul, derivando a esquerda na rua Oscar Salis rumo ao Passo do Onze de onde seguirá até a Av. Portugal, através desta até o acesso ao Parque Visconde Ribeiro Magalhães.
• O desfile está programado para às 10h, do dia 9 de abril, e parte da esquina entre as ruas Artur Lopes e Tupy Silveira. A concentração ocorrerá a partir das 9h. O horário de chegada no Parque está previsto para às 11h.
• O desfile será julgado sendo avaliados os seguintes itens: posicionamento dos participantes (tanto do conjunto como do posicionamento na concentração e chegada no parque), comportamento, montarias, encilhas, e indumentária. Este julgamento selecionará os Primeiro e Segundo Melhor Desfile da 32ª Semana Crioula Internacional de Bagé, e será premiado com troféu entregue as duas Entidades vencedoras na cerimônia de premiação da gineteada no dia 10 (domingo) na pista principal do Parque.
FONTE SITE DIFUSORA
• Entre as atividades programadas acontece o desfile, que tem o apoio da Associação de Cavaleiros e Cavaleiras Rainha da Fronteira ( ACRF), e passa pela Av. Tupy Silveira / Sete de Setembro, no sentido norte – sul, derivando a esquerda na rua Oscar Salis rumo ao Passo do Onze de onde seguirá até a Av. Portugal, através desta até o acesso ao Parque Visconde Ribeiro Magalhães.
• O desfile está programado para às 10h, do dia 9 de abril, e parte da esquina entre as ruas Artur Lopes e Tupy Silveira. A concentração ocorrerá a partir das 9h. O horário de chegada no Parque está previsto para às 11h.
• O desfile será julgado sendo avaliados os seguintes itens: posicionamento dos participantes (tanto do conjunto como do posicionamento na concentração e chegada no parque), comportamento, montarias, encilhas, e indumentária. Este julgamento selecionará os Primeiro e Segundo Melhor Desfile da 32ª Semana Crioula Internacional de Bagé, e será premiado com troféu entregue as duas Entidades vencedoras na cerimônia de premiação da gineteada no dia 10 (domingo) na pista principal do Parque.
FONTE SITE DIFUSORA
Bagé receberá sinalização turística
por: Munique Monteiro
[21H:13MIN] 01/04/2011 - TURISMO
Bagé receberá sinalização turística
Dentro da Rota do Pampa, o município de Bagé oferece quatro caminhos turísticos: Farroupilha, Histórico-Arquitetônico, Ecológico e Rural.
Para melhor identificar esses pontos, um projeto de sinalização turística entrará em fase de licitação daqui a duas semanas, e deve ser executado em até 90 dias. O projeto está dentro da proposta da criação da identidade turística da cidade, um dos principais trabalhos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo.
Segundo a secretária Magda Flores, mais de 100 pontos receberam placas de sinalização turística, que direcionam e orientam para os principais pontos da cidade. Os recursos para a instalação são do Ministério do Turismo, conquistados através de emenda parlamentar do ex-deputado federal Luiz Carlos Busato, atual secretário de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano do Estado. O valor é de R$235 mil, com contrapartida da prefeitura. Magda acredita que com a sinalização não só o turista será o beneficiado, mas toda a população: “tem gente que mora em Bagé e não sabe divulgar as coisas daqui” observa, dizendo que para quem vem de outras cidades haverá o despertar da curiosidade, além de indicar os pontos turísticos. Outra proposta da secretaria é criar painéis em frente aos pontos turísticos, com informações e mapa do local.
Para uma boa divulgação dos atrativos da cidade, a prefeitura elabora um projeto para criar o primeiro guia turístico de Bagé. O principal objetivo é facilitar a localização por meio de mapas, que mostrarão rotas e roteiros, assim como um guia de serviços. Conforme Magda, a secretaria está tentando viabilizar o projeto, cujo maior problema enfrentado diz respeito à cartografia. Para o coordenador de turismo do município, o guia oportunizará mais informação aos visitantes e agências do setor. Munhoz afirma que o Museu Dom Diogo de Souza é um dos principais atrativos da cidade, assim como o Centro Histórico de Santa Thereza.
[21H:13MIN] 01/04/2011 - TURISMO
Bagé receberá sinalização turística
Dentro da Rota do Pampa, o município de Bagé oferece quatro caminhos turísticos: Farroupilha, Histórico-Arquitetônico, Ecológico e Rural.
Para melhor identificar esses pontos, um projeto de sinalização turística entrará em fase de licitação daqui a duas semanas, e deve ser executado em até 90 dias. O projeto está dentro da proposta da criação da identidade turística da cidade, um dos principais trabalhos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo.
Segundo a secretária Magda Flores, mais de 100 pontos receberam placas de sinalização turística, que direcionam e orientam para os principais pontos da cidade. Os recursos para a instalação são do Ministério do Turismo, conquistados através de emenda parlamentar do ex-deputado federal Luiz Carlos Busato, atual secretário de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano do Estado. O valor é de R$235 mil, com contrapartida da prefeitura. Magda acredita que com a sinalização não só o turista será o beneficiado, mas toda a população: “tem gente que mora em Bagé e não sabe divulgar as coisas daqui” observa, dizendo que para quem vem de outras cidades haverá o despertar da curiosidade, além de indicar os pontos turísticos. Outra proposta da secretaria é criar painéis em frente aos pontos turísticos, com informações e mapa do local.
Para uma boa divulgação dos atrativos da cidade, a prefeitura elabora um projeto para criar o primeiro guia turístico de Bagé. O principal objetivo é facilitar a localização por meio de mapas, que mostrarão rotas e roteiros, assim como um guia de serviços. Conforme Magda, a secretaria está tentando viabilizar o projeto, cujo maior problema enfrentado diz respeito à cartografia. Para o coordenador de turismo do município, o guia oportunizará mais informação aos visitantes e agências do setor. Munhoz afirma que o Museu Dom Diogo de Souza é um dos principais atrativos da cidade, assim como o Centro Histórico de Santa Thereza.
Suástica em poste de iluminação causa curiosidade
por: Cláudio Falcão
[23H:54MIN] 01/04/2011 - CURIOSIDADE
Suástica em poste de iluminação causa curiosidade
Um leitor fez contato com a redação do Jornal MINUANO, através de e-mail, e manifestou curiosidade a respeito de símbolos gravados em um luminária.
O fato se refere a um poste de uma residência que apresenta, em suas extremidades, bem onde são fixadas as lâmpadas, as tristemente famosas suásticas. O leitor, curioso, queria saber o que era aquilo. A reportagem fez contato com o proprietário que explicou: “é uma luminária que foi comprada num ferro-velho. É composta de três partes distintas e a de cima já veio com os símbolos. Mas nunca tive a intenção de relacionar com o símbolo usado pelos alemães”. Tem razão o proprietário. Na verdade, a suástica é um antigo símbolo oriental, do qual os nazistas se apropriaram. A diferença entre as duas utilidades está na maneira como os nazistas inverteram o símbolo e fizeram uma pequena rotação à esquerda de seu eixo vertical. Da forma como aparece no poste é exatamente igual à sua representação de cunho religioso no peito de muitas estátuas de Buda.
Bagé pode ficar tranquila, os “nazis” não estão por aqui.
FONTE JM
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