sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A história dos restos mortais de Gaspar Silveira Martins

por: Munique Monteiro

[22H:25MIN] 04/08/2011 - RESGATE

Amanhã, é o aniversário do grande chefe da Revolução Federalista de 1893, Gaspar Silveira Martins, que morreu em 23 de julho de 1901, em Montevidéu.

FRANCISCO RODRIGUES


Seus restos mortais se encontram num mausoléu da família, localizado na Catedral de São Sebastião. O que muitos não sabem é que a história do translado dos restos mortais para Bagé, envolve uma série de curiosidades.
Segundo conta o historiador Cláudio de Leão Lemieszek, Silveira Martins morreu de complicações cardíacas em um hotel na capital uruguaia, quem cuidou dos preparativos do enterro foi o primo Luís Soares Martins, e ocorreu em Montevidéu. Em 1920, por pedido dos Federalistas que desejavam que os restos mortais viessem para o Rio Grande do Sul, houve o translado. Em navio, desembarcou no cais do Porto em Rio Grande, e o general Estácio Azambuja recepcionava com um programa festivo, o cortejo, que contava com a presença do filho José Júlio Silveira Martins e de familiares.
Os restos foram expostos em Pelotas, depois passaram por Porto Alegre, São Gabriel, Cacequi, até chegar a Bagé, tudo de trem. "Olha o cortejo que foi, demonstra a importância que tinha, era o verdadeiro Rede Vivo", destaca. Em Bagé foi recebido também com uma grande festa. No momento de cobrir o caixão, Lemieszek conta que aconteceu uma questão interessante. A bandeira do Brasil que foi colocada não tinha a frase "Ordem e Progresso", tudo porque era uma frase, um termo Positivista, e como Silveira Martins era Federalista, e assim, adversário dos Positivistas, este cuidado foi tomado.
O local escolhido para o repouso eterno foi a Catedral de São Sebastião, já que ali estava o mausoléu da família. O historiador lembra que quem ajudou com maior montante de dinheiro na construção da Catedral foi Carlos Silveira Martins, pai de Gaspar, e por isso teve um espaço concedido para ter o mausoléu da família. Além de Gaspar Silveira Martins, os pais e os de outros familiares estão ali depositados também. Em 2007, a cidade de Silveira Martins tentou levar os restos mortais para festividades, porém, não obteve sucesso. Somente membros da família têm acesso ao local, que é fechado à chave.
Em homenagem ao patrono, a Escola Silveira Martins realiza amanhã, às 10h, na Catedral, uma celebração ecumênica que não só comemora o aniversário de Gaspar, como também festeja o aniversário da instituição, que completa 102 anos.

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