Bugio
Tem sua origem reclamada por dois municípios, que tratam de divulgá-lo através de seus festivais: São Francisco de Assis (fronteira oeste) e São Francisco de Paula (região serrana). O processo de criação do Bugio foi inspirado no "ronco" do bugio, macaco que habita nossas matas. Da imitação desse ronco reproduzido pelo acordeon foi criado um novo ritmo que teria em São Chico de Assis, São Chico de Paula e de toda a região serrana um solo fértil para seu desenvolvimento. A maneira de dançar o Bugio também é inspirada nos movimentos desse macaco.
Chamamé
Chegou no Brasil pelo Rio Uruguai, sendo difundida pelas rádios argentinas no interior do Rio Grande do Sul, dando a conhecer valores como Ernesto Montiel e Tarragó Ros (pai) e muitas outras "legendas do Chamamé". A interpretação do chamamé pode ser a solo ou em duo, sendo essa modalidade vocal mais apreciada. Podendo ser dançado aos pares ou sapateado em sua origem, o chamamé no Rio Grande do Sul se diferenciou na maneira que os bailadores daqui deram a este ritmo. Vai desde um calmo chamamé- canção em tom maior ou menor, a um chamamé bem bagual em andamento bastante rápido quase uma polca. Vinculado ao chamamé está a manifestação denominada "Sapukay" que nada mais é que o grito dado espontaneamente pelos chamameceros no momento em que lhes dá gana ou no final de cada tema.
Chamarrita
É um ritmo de origem açoriana e madeirense (arquipélagos portugueses no Atlântico). É executado em tom maior, com raras exceções em tom menor. A Chamarrita está entre o ritmos comuns as três pátrias gaúchas: Argentina, Uruguai e Brasil. No Rio Grande do Sul, a Chamarrita está bastante identificada com costumes e temáticas campeiros. Além da Chamarrita mais galponeira, temos as versões mais executadas pelos conjuntos de baile, adaptadas a um ritmo mais bailável. A Chamarrita também é conhecida como Chamarra ou Chimarrita.
Milonga Arrabalera
Como o próprio nome diz: Milonga del "Arrabal" (urbana). Esta é a Milonga que mudou-se do campo para cidade, transformando-se em baile, muito apreciada nos bailes riograndenses. Por ser uma milonga de origem urbana, a temática estende-se desde o campo até a cidade, falando de temas de amor e cotidiano. A execução ao violão, já não é arpejada como a Milonga mas rasgueada como no Tango dando assim um ar mais bailável. A palavra Milonga é de origem Bantú (povo que se localiza entre o Congo, parte da Angola e Zaire). A apresentação da Milonga em versos é feita de várias maneiras, sendo elas em quartetos, sextilhas, oitavas e décimas. Voltando à origem do ritmo da milonga nos deparamos com a célula rítmica encontrada em Cuba na "Contradanza Francesa", na "Danza Cubana" e na "Habanera". A mesma célula rítmica também chamada "Ritmo de Tango" ou "Tango Congo".
Rancheira
Este ritmo bem crioulo (autêntico) em compasso 3/4 encontra paralelo em vários outros gêneros Latino Americanos deste estilo, tais como o "Pericón" uruguaio ou o "Joropo" venezuelano. Outra característica que o aproxima da América Hispânica é o "Sapateado" que é uma das maneiras de se dançar a Rancheira. A maneira mais comum de se dançar a Rancheira é a marcação dos pares do ritmo como pequenos pulinhos ou "puladinho". Outra modalidade bastante apreciada pelos bailadores á a Rancheira de Carrerinha em que os pares alinhados executam várias coreografias em momento de grande descontração. Como em outros gêneros bailáveis do RGS a gaita (acordeon, cordeona) tem papel de destaque, sendo a solista principal e contando coma participação do violão ou gaita a meio do tema.
Rasguido Doble
O Rasguido Doble, originário do litoral argentino - entre os rios Uruguai e Paraná abrangendo províncias como Corrientes, Missiones e Santa Fé- é um gênero bem diversificado. Pode ser executado de maneira bem cadenciada deixando a melodia fluir lentamente ou mais ligeiro. O nome Rasguido refere-se ao "rasgueado" violão que vai dar o acompanhamento necessário para sua parceria, a cordeona (acordeon), soltar-se em inspiradas melodias e acordes, sendo o Rasguido Doble cantado ou instrumental. Os principais responsáveis por trazerem este ritmo musical para as terras Riograndenses foram o missioneiros, cantores e guitarreirros como Noel Guarany, Cenair Maicá e Luís Carlos Borges.
Vanera
A origem da Vanera é no ritmo cubano Habanera, que é como era grafado o ritmo. Da Habanera para atual Vanera, várias modificações foram feitas, na grafia e no andamento bem mais rápido, para se tornar bailável. Ao longo de mais de três décadas, os conjuntos de baile gaúchos (fandangos) vêm desenvolvendo com sua experiência e criatividade vários padrões rítmicos em seus instrumentos típicos: acordeon, guitarra, baixo, bateria e pandeiro. A Vanera conquistou um espaço privilegiado nos bailes gaúchos, sendo hoje, presença marcante e obrigatória em qualquer Fandango que se preze.
Vanerão
Também conhecido como limpa banco, tem o andamento mais rápido do que a Vanera. O Vanerão presta-se para o virtuosísmo do gaiteiro de gaita piano ou botonera (voz trocada), sendo assim muitas vezes um tema instrumental. Quanto a forma musical, o vanerão pode ser construído em três partes (rondó), utilizado em ritmos tradicionais brasileiros como o choro e a valsa. Quando cantado, dependendo do andamento e da divisão rítmica da melodia, exige boa e rápida dicção por parte dos intérpretes. O Vanerão com sua vivacidade exige bastante energia, tantos dos músicos, como dos bailadores de fandango.
Xote
O Xote gaúcho tem origem no 'schotis' europeu e sofreu aqui algumas mudanças. É um dos poucos ritmos de andamento quaternário sendo que a melodia está em divisão de colcheias pode em certas partes dobrar para semi colcheias, o que serve para os executantes demonstrarem todo seu virtuosismo, principalmente o acordeon, o violão ou guitarra. Por seu andamento médio, o xote dá condições a que os pares dancem de maneira figurada realizando as mais variadas coreografias.
Fonte:Centro Cultural Gaúcho, MTG
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