sexta-feira, 25 de maio de 2012

Noite iluminada-Nossa Senhora Auxiliadora

por: Melissa Louçan [22H:00MIN] 25/05/2012 - FÉ Mais de cinco mil pessoas iluminaram a avenida central de Bagé na noite de ontem. Eram fiéis de Nossa Senhora Auxiliadora, prestando homenagens à copadroeira da cidade. FRANCISCO DE ASSIS
CAMINHANTES: oração e fé no cortejo à santa O primeiro ato dos festejos da santa aconteceu na igreja homônima, lotada por devotos que participaram da missa presidida pelo bispo Dom Gílio Felício. Ao término do ato religioso, a santa foi levada em um andor até a frente da igreja, onde milhares de fiéis esperavam já com as tradicionais velinhas acesas. A imagem percorreu toda a avenida Sete de Setembro, abrindo o caminho para os milhares de caminhantes que, atrás, entoavam cânticos em homenagem à santa. Em meio aos caminhantes, a fisioterapeuta Cândida Pimenta, 34 anos, conduzia a pequena Gabriela Pimenta, de dois anos. Vestida de anjo, a criança percorreu todo o trajeto, de mãos dadas com a mãe e o irmão, Bruno da Silva Rodrigues, 14 anos. A vestimenta faz parte de uma promessa feita por Cândida para sua santa de devoção. “Já comecei a sentir que meu pedido está sendo atendido”afirmou ela. O histórico de pedidos atendidos e promessas cumpridas já fazem parte da vida do casal José Otávio e Antônia Collares Goncalves, 73 anos. Ele conta que há mais de 20 anos participa da procissão, independendo do clima, em graças a todos os pedidos atendidos. Porém, a devoção pela santa tem raízes ainda mais profundas. “Minha avó era muito fiel a Nossa Senhora Auxiliadora. Ela, inclusive, participou da construção da igreja, buscando fundos para a obra. A santa já é chegada na família”brincou ele. Após o término da caminhada, os fiéis foram recebidos na Catedral de São Sebastião, onde foram abençoados pelo bispo. A imagem de Nossa Senhora ficará abrigada na “casa” do padroeiro até o dia 31, data da coroação da santa. Velas da tradição ************** Foi no longínquo anos de 1943 que os bajeenses iniciaram a tradição de acender velas na janela no dia 24 de maio. A iniciativa foi do padre Edgar Aquino Rocha, que convidou a população a ornamentar as fachadas das casas, produzindo um espetáculo luminoso para homenagear Maria. Na época, a população vivia um clima de instabilidade devido ao envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial. No mesmo período, um contingente de 20 militares de Bagé era enviado para combater na Itália. O padre intercedeu e iniciou a tradição que faz votos de paz. Ainda hoje é possível ver que os bajeenses seguem mantendo o ritual. Somente no centro da cidade, centenas de casas colaboram no clima da celebração, fazendo conjunto com as velas carregadas pelos devotos durante a procissão. Em local privilegiado, na esquina da Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, em uma das janelas mais iluminadas, estavam Maria Pillar Brum, 24 anos, Greice Brossard, 53 anos, e Helena Ubert, 52 anos. As três espreitavam a saída da procissão, fazendo questão de manter a tradição das velas na janela. Greice conta que a casa está fechada há mais de 20 anos. “As antigas moradoras, parentes do meu marido, tinham o costume de acender as velas. Então, às vezes, eu ainda venho aqui e resgato a tradição, acendendo as velas e assistindo à procissão”contou. Outros festejos Para celebrar a data máxima da padroeira da cidade, alguns locais deram preferência à arte como forma de homenagem. O Instituto Municipal de Belas Artes – IMBA, apresentou ao público uma seleção de músicas sacras sob o som do piano de Renato Paim e o violino de Marcelo Azeredo. Já a Casa de Cultura levou a cantora lírica Bete Infantini, que encantou o público com suas interpretações.

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