Cidade
por: Munique Monteiro
[21h:38min] 30/12/2010 - HISTÓRIA
Historiador pede tombamento do arroio Bagé
O Arroio Bagé já é considerado Patrimônio Histórico, Natural e Paisagístico do Município, assim como os arroios Tábua e Perez.
FOTOS ARQUIVO/JM
LOCAL: considerado patrimônio histórico, natural e paisagístico do município
Porém, para o historiador Cláudio Antunes Boucinha, a legislação que existe hoje é insuficiente para proteger o arroio Bagé. Para o historiador, é preciso visar à preservação do núcleo urbano da cidade, com o tombamento da paisagem urbana, especialmente do leito do arroio Bagé e lotes adjacentes que configuram o arranjo citadino.Segundo conta Boucinha, o arroio Bagé faz parte do núcleo fundante da cidade. “A história e o nome de Bagé se confundem com o arroio. O traçado do arroio aparece até mesmo antes da configuração do núcleo urbano, como passo de arroio” explica. Para o historiador, esgotar, aniquilar, poluir, restringir, limitar, ocupar, transformar em canal de esgoto, é não perceber a importância do arroio para a cidade. “Atacado por todos os lados, o arroio precisa de ajuda para sobreviver. As populações ribeirinhas devem receber apoio para procurar novas residências. O arroio precisa ser cercado pelo poder público” opina.Boucinha explica que a área de entorno proposta para tombamento, visa a garantir a paisagem local, especialmente a relação do núcleo urbano com o arroio, para manter a qualidade do ambiente e a relação entre conceito de sítio histórico e conceito de meio natural. “O espaço público próximo as casas, deve ser delimitado até 50 metros a partir do centro do leito do arroio. As rochas, sendo motivos para estudos e contemplação dos visitantes, assim como a mata nativa e a ciliar, também devem ser preservadas” afirma.O secretário de Meio Ambiente, Alexandre Melo, sobre a proposta de tombamento sugerida pelo historiador, disse não ter nada contra a ideia, porém, opina que o arroio já possui todas as proteções legais necessárias para a sua preservação. Melo lembra que no ano de 2010, foi feita uma limpeza inédita no local, onde foram reassentadas 29 famílias. “Reafirmo nosso compromisso de melhorar a qualidade das águas de Bagé, e já estamos fazendo ações concretas” destaca. Para tanto, o secretário conta que existem recursos garantidos para duas áreas de lazer, que serão criadas no Paredão e na Panela do Candal. Através do PAC 2, Melo diz que foi captado mais de R$ 1,1 mil para elaborar, em 2011, o estudo sobre a drenagem da cidade, que apontará os caminhos de preservação e reassentamento. Outro destaque está nos residenciais em construção pelo “Minha casa, minha vida”, onde 10% de suas unidades serão destinadas às famílias que estão nas margens dos arroios. Valorizando o trabalho do Departamento de Água e Esgotos de Bagé (Daeb), Melo fala que graças a recursos do governo federal, um percentual de esgoto muito grande esta sendo retirado dos arroios Bagé e Gontam.
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